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Abútua é um cipó nativo da Mata Atlântica brasileira usado pelos indígenas e caboclos para diversos tratamentos, inclusive o de malária. Porém, é tóxica, bastante, e por isso foi substituída pelo quinino e outras plantas. Da abútua também se faz o curare, veneno que os indígenas usam para pescar e caçar pois paralisa o animal.
O nome científico da abútua Chondrodendron platiphyllum e estudos apontam o alcalóide curine, que a abútua contêm, como o responsável por seu efeito anti-inflamatório e analgésico poderoso. Segundo o estudo, já se cogita o uso da planta para produção de medicamentos – interessou à indústria farmacêutica.
Sobre tratamentos para malária, leia também este artigo nosso: MALÁRIA: UM NOVO TRATAMENTO BASEADO EM PLANTA
Bem, mas é preciso que se saiba que, esta planta é perigosa para uso corriqueiro mesmo tendo, e tem, diversas aplicações de cura nas medicinas populares. Acontece que os pajés e curandeiros conhecem as dosagens seguras e, não basta fazer um cházinho, tomar e pronto. É preciso conhecer o estado do caule e raízes que você vai usar para o tal chá.
Bem, e há outras abútuas por aí, todas venenosas, ok? Da abútua da Amazônia, Abuta grandifolia, se faz o curare. Também é medicinal – medicina de índio que sabe usar, claro porque, seu excesso mata.
Mas…
Na medicina cabocla, que é originária da soma de conhecimentos da medicina indígena, europeia e negra, a abútua é usada nos seguintes casos:
● menstruação atrasada e cólicas menstruais (é abortiva, cuidado)
● excesso de ácido úrico
● problemas renais, cálculos
● anemia
● artrite e reumatismo
● congestão do fígado, obstrução das vias hepáticas
● febres (inclusive malária)
● inflamação da bexiga
● diversos problemas digestivos
● varizes, úlceras varicosas e feridas abertas
● hidropsia
Usa-se a decocção de raiz e caule – recomenda-se o uso exclusivo, no entanto, da tintura de abútua e não do chá.
● Chá para má digestão: Acrescentar 2 g da erva de abutua em uma xícara de água fervente, tampar e deixar descansar por 10 minutos. Tomar 3 vezes por dia, depois das principais refeições.
● aborto
● sintomas cardíacos – taquicardia, taquipnéia, arritmia
Em nenhum caso a abútua deverá ser usada por mulheres grávidas (ou com suspeita de estarem), durante lactação ou por crianças menores de 10 anos de idade.
A dose segura de uso da abútua é de até 0,4 mg/Kg/dia mas, claro, também depende da capacidade real que o seu fígado tem de depurar o veneno que ela contém.
O uso da abútua potencializa algumas interações medicamentosas pois tem efeito curarizante (semelhante ao do curare – dormência, amortecimento das funções orgânicas, catalepsia, morte) e, em caso de cirurgia com anestesia geral, o uso deve ser interrompido, pelo menos, uma semana antes.
A abútua é um dos mais drásticos pelos outros efeitos que podem levar à morte de quem o usa mas, também há, bem efetivo e altamente perigoso, o chá de buchinha do Norte (Luffa operculata), por exemplo. Mas, não só, algumas das plantas que nós mais usamos e recomendamos também são abortivas, veja o caso da arruda, da canela, do alecrim, do louro, da losna – para te lembrar dessas aí vão, abaixo, alguns dos artigos que já publicamos:
ARRUDA, UMA PLANTA DE MUITOS USOS E TRADIÇÕES
LOSNA: A NOVIDADE PROMISSORA NA LUTA CONTRA O CÂNCER
LOURO: BENEFÍCIOS, USOS MEDICINAIS E COMO FAZER O CHÁ
CANELA: 10 BENEFÍCIOS COMPROVADOS
ALECRIM → AS PROPRIEDADES CURATIVAS QUE ALIMENTAM O CÉREBRO
Não use abútua a não ser sob controle médico – e de um médico que entenda, realmente, de plantas medicinais – pois, causar um aborto será o menor dos males, no caso.
10 PLANTAS TÓXICAS QUE O BRASILEIRO TEM EM CASA
CHÁ MEDICINAL TEM JEITO CERTO DE SE FAZER, VOCÊ SABIA?
Categorias: Usos e benefícios
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