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A bertalha é uma das plantas não convencionais, as chamadas PANC, ou matos de comer. É importante a gente conhecer as PANC pois estas são plantas, ou matos, muito nutritivas e que se encontram em qualquer pedaço de chão onde cresça mato, enfim.
Bertalha, cujo nome em latim é Basella sp (alba ou rubra, segundo a variedade), também é conhecida como espinafre-indiano ou caruru-inglês, que foi trazida para o nosso continente durante a colonização.
Na Índia, de onde é originária, esta planta é perene e arbustiva, aqui na América Latina, se tornou bi-anual e trepadeira.
No Brasil existem 6 espécies de bertalha sendo que as mais conhecidas são Basella alba (de caules claros e flores brancas) e Basella rubra (com floração vermelha, caules vermelhos e mais rica em ácido oxálico que a variedade alba).
Veja aqui a enorme diversidade do gênero Basella.
foto: Folha de Bertalha mostrando a nervatura avermelhada
Nutritiva, saudável e medicinal, esta planta entra na Sopa de Arroz do Pai José, da Sonia Hirsch. As folhas da bertalha são ricas em cálcio, ferro, magnésio, manganês, potássio, sódio, zinco, fósforo, clorofila e vitaminas A, B, B2, B5 e C.
Mas, também tem bastante ácido oxálico e, portanto, seu consumo cru não é recomendável, assim como o do espinafre comum, especialmente para as pessoas que sofrem do sistema renal.
As folhas e as raízes da bertalha têm propriedades diferentes, ambas têm ação emoliente porém, as folhas são adstringentes e as raízes, refrigerantes. Na medicina popular a bertalha é usada para tratar processos inflamatórios, doenças hepáticas e problemas oculares. Usam-se as folhas refogadas ou cozidas, em sopa e, se faz a infusão das raízes. Também consta, aqui o uso dos frutos macerados em vinho.
Foto: Detalhe dos frutos da Bertalha
Esta verdura, por ser muito parecida com o espinafre, é usada da mesma maneira que esse – em cozidos, sopas e tortas – e com as mesmas restrições – cozinhar bem para degradar o ácido oxálico, não congelar a verdura cozida para uso posterior e não requentar pratos com a verdura (estas orientações são antigas e têm a ver com a capacidade fermentativa do espinafre, que gera componentes não tão bons para o nosso organismo).
Não se deve consumir mais do que 500g da verdura por dia devido ao seu teor de ácido oxálico.
Não se recomenda o uso no início da gravidez pois, há risco de lesões no feto devido ao seu teor de vitamina A.
É fácil cultivar esta verdura pois ela é bastante resistente às intempéries. Basta semear direto no local definitivo ou, se preferir, fazer mudinhas em uma caixa de germinação.
Cuide que a sua bertalha não fique em local de acúmulo de água, o que poderá apodrecer as raízes.
A bertalha é planta rústica, porém gosta de um solo bem adubado com matéria orgânica – prefere o esterco bem curtido mas, você pode também adubar com composto orgânico, torta de mamona, húmus de minhoca e outros que tais.
Pleno sol, adubo e água são as necessidades desta planta.
E, se preferir, semeie a sua bertalha em vasos (profundos) como os da foto mas, não se esqueça de tutoriar a planta (trepadeira precisa de tutor para crescer saudável).
Foto: Bertalha em vaso
Aprender a fazer uso das PANC é, cada vez mais, uma necessidade da humanidade. Isso é recuperar conhecimentos antigos, de nossos avós e ancestrais e aprender a usá-los para uma vida mais sustentável e saudável.
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