Verbenas – uma família de ervas medicinais


A gente sempre fala – toma chá de verbena que melhora – para gripe, ansiedade, má digestão e outras indisposições comuns da vida. Mas, você sabe qual é a verbena que estão te recomendando?

Pelo mundo afora tem um monte de planta que se chama verbena, todas parecidas, com flores azuis, lilases ou brancas, lindas e cheirosas. É uma confusão de verbenas e, se você não tomar cuidado, poderá usar para o seu chá algo que não deve tomar.

No Brasil, quando alguém te diz para tomar chá de verbena, poderá estar se referindo a diversas plantas, parecidas porém diferentes. É preciso que você tenha a certeza de que planta é, para que se usa, como se deve fazer o chá. E, principalmente, não se fie do nome comum, que muda de região para região, procure sempre o nome científico, e a foto, em sites responsáveis (alguns falam de alhos e a foto é de bugalhos); então, aqui no Brasil, as verbenas possíveis são:

Stachytarpheta jamaicensis: conhecida como verbena e também como gervão, gervão-roxo, gervão-azul, chá-do-brasil que também se chama aguará-podá, aguarapondá, ervão, gerbão, gervão-folha-de-verônica, gervão-legítimo, orgibão, rinchão, uregão, urgebão, urgervão, vassourinha-de-botão, verbena, verbena-azul ou verônica, e “é indicado para amebíase, problemas renais e gástricos, bronquite, cefaléia, contusão, debilidade orgânica, distúrbio nervoso, eczema, erisipela, ferida, fígado, furúnculo, hepatite, inchaço do baço, machucadura, prisão de ventre, rouquidão, resfriado, tumores e vitiligo“.

Stachytarpheta cayennensis: também conhecida como verbena ou gervão, gervão, gervão-roxo, rinchão, gerbão e gervão-azul, cujas indicações são: afecção gástrica, afecção do fígado, gripe, resfriado, tosse, rouquidão, Hemorróida, bronquite, febre, amebíase, diarréia, hepatite, contusão, machucadura, ferida, vômito, catarro, artrite, rim, fígado.

verbena officinalis

Foto Verbena officinalis

Verbena officinalis: urgebão, ulgebrão, gervão, gerivão, erva-de-ferro, planta-da-sorte, erva-de-fígado, Verbena (espanhol), verveine (francês), vervain (inglês), verbèna (italiano), erva-santa, erva-da-cruz, Ma Bian (na China), que veio da Europa para o nosso continente e que tem indicações diferentes das que mencionei acima, como: afecções do fígado, afecções nervosas, aftas, afrodisíaca, ansiedade, aperiente, asma, bronquite, cálculos renais, calmante, celulite, digestão, dismenorréia, dispepsia, distúrbios hepatobiliares, diurética, enfisema, espasmos gastrointestinais, falta de apetite, febres, falta de leite nas lactantes, faringite, esplenite, gangrena, gastrite, insônia, má digestão, neuralgia, oftalmia, oligúria, problema respiratório, reumatismo, rins, úlcera, taquicardia. Em uso tópico: estomatite, parodontopatia, faringite, ferida, queimadura, furúnculo, sinusite, conjuntivite.

Mas ainda tem aqui a verbena que também se chama tudo a mesma coisa que, para não confundir com outras, tem o nome científico de Aloysia citrodora limonete, cidrão, erva-luiza ou lucia-lima, cedrina, cidrilha, cidrilho, cidró, falsa-erva-cidreira e salva-limão e tem indicações medicinais para afecções do coração, asma, bronquite, congestão nasal, diarréia, digestão, doenças nervosas, dor de cabeça, dor de estômago, enxaqueca, febre, flatulência, gripe, hipocondria, inchaço dos olhos, infecção intestinal, melancolia, náusea, nevralgia, taquicardia, vômito, vertigem, zumbido no ouvido.

Então você pode perceber que não basta falar “toma chá de verbena que vai melhorar” porque, cada erva medicinal, mesmo entre essas verbenas, tem seus usos diferentes pois, apesar de primas, da mesma família botânica, não são as mesmas ervas. Fora terem indicações curativas diferentes, cada uma das ervas acima tem também contraindicações específicas o que torna até perigoso, dependendo da sua sensibilidade pessoal, tomar uma pela outra.

E mais, no mundo globalizado, já temos nos jardins e nas floriculturas e viveiros, verbenas originárias de outros lados, ou híbridas, que não são medicinais, ou não são usadas como tal, que não se conhecem seus efeitos, mas que podem te confundir quando você decide tomar ou recomendar um chá de verbena (falo aqui da V. bonariensis, V. rígida, V. brasiliensis, V. urticifolia, V. hastata, V. supina, V. stricta – todas lindas, com flores muito parecidas com as do gervão ou da lúcia-lima).

E mais: aqui no nosso país tem uma verbena conhecida como lantana ou camara, espalhada por todo lado, à venda nas floriculturas, nas bordaduras de jardins, pois suas flores são vistosas, supercoloridas e atrativas para abelhas, só que ela é tóxica e, também é medicinal. Esta se chama Lantana camara, cuja toxicidez foi testada em animais de grande porte e, as únicas que não são perigosas são as de flores brancas das espécies Lantana undulata e Lantana nivea.

A Lantana camara é usada para afecção pulmonar, asma, bronquite, dor de ouvido, espasmo, febre, peitoral, reumatismo, tosse, tosse catarral, coqueluche, vias respiratórias e tem um imenso rol de contraindicações, fora a sua toxidez, que depende da dosagem, é claro.

E a Lantana alba, ou Lippia alba, que é uma das de flor branca, não tóxica, é usada para afecções da pele e das mucosas, afecções hepáticas, catarro, cólica (dor de barriga), colite, dores musculares, dores reumáticas, enfermidades venéreas, espasmo, estômago, estomatite, flatulência, fluxo vaginal, gases, indigestão, insônia, laringite, náusea, recuperação pós-parto, resfriado, sistema nervoso.

Ou a Lippia sydoides, usada para tratar acne, afta, bactérias, caspa, escabiose, espasmo, estômago, fungos, impingem, inflamação (boca, garganta), odor (pé, axila), pano-branco, sarna-infecciosa, também se chamam lantana, camara ou verbena.

E há mais verbenas por aí…

Especialmente indicado para você:

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Redação greenMe

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