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A fruta Noni, Morinda citrifolia, não existe no Brasil mas, é bastante comum no Taiti, Havai, e em todo o sudeste asiático e na Austrália, pelos aborígenes. No entanto, hoje ela está de moda e, ao que parece, possui propriedades curativas interessantes.
Mas, apesar das propriedades curativas que muitos investigam e toda uma população longe daqui aproveita, a Noni está proibida no Brasil até como alimento devido à inconclusividade de estudos científicos quanto à segurança do seu uso (foi autorizada nos EUA, Canadá e União Europeia, como suplemento alimentar sendo que neste último, somente o suco é permitido – leia aqui. Nos meios científicos médicos se têm desconfiança desta fruta pois, ocorreram casos de hepatite fulminante e necessidade de transplante de fígado relacionados ao seu uso indiscriminado (leia aqui sobre isso e aqui, neste informe da Anvisa ).
Sobre a questão da toxicidade da Noni, vale a pena ler este parágrafo da Wikipedia portuguesa:
“Em 2005, duas publicações científicas descreveram incidentes de hepatite aguda reportadas como causadas por uma preparação a base de noni. Consequentemente, a EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar) iniciou uma avaliação dos produtos derivados do noni. Na Alemanha, a BfR (National Agency for Risk Evaluation) também iniciou investigações em 2006, sobre a hepatite aguda, que poderia ter sido causada por esses produtos. No entanto, os autores das duas publicações não encontraram toxinas nos produtos derivados desta planta, como por exemplo, o sumo (suco) de noni, mas sim antraquinona na raiz desta planta’. [http://ec.europa.eu/food/fs/sc/scf/out151_en.pdf]. Estudo recente, publicado em junho de 2006 na revista científica World Journal of Gastroenterology, não observou nenhum efeito tóxico ao fígado, mesmo em doses altas do suco. No Brasil, por insuficiência de estudos comprobatórios dos benefícios do noni e a possibilidade de provocar hepatite aguda, a ANVISA proibiu o uso e comercialização para fins medicinais.”
A fruta Noni é bastante parecida com as da graviola (Annona muricata) e da fruta do conde (Annona scamosa), ambas da família Annonaceae. No entanto, pertence a uma família botânica diferente, a do café, Rubiaceae. A aparência do fruto não indica, no caso, as mesmas qualidades nutricionais e medicinais mas, pode confundir quem vai comprar Noni.
Leia aqui sobre a graviola e a fruta do conde que têm propriedades medicinais reconhecidas e comprovadas sem terem a toxicidade da Noni:
FRUTA DO CONDE: A FRUTA DA SAÚDE E DA JUVENTUDE
GRAVIOLA: USOS, BENEFÍCIOS E CONTRAINDICAÇÕES
“Diversos estudos científicos atribuíram ao noni e seus fitoquímicos propriedades analgésica, antibacteriana, antitumoral, anti-inflamatória, antioxidante, anti-tuberculosa e sendo preventiva para doenças cardiovasculares. No entanto, a maioria dos estudos que avaliam suas propriedades é in vitro ou com animais de laboratório. Em menor quantidade estão os estudos clínicos realizados com os extratos e/ou vários constituintes puros de Noni”. Leia mais aqui.
“As várias partes da planta (folhas, raízes, frutos, caules e cascas) são consumidas de diversas maneiras: como alimento, fitoterápico e ainda para tingimento de tecidos (WANG et al., 2002). Essa utilização ocorre há muitos anos, principalmente com dois propósitos: as raízes e as cascas são utilizadas para tingir roupas e cerâmicas, e todas as partes da planta têm sido utilizadas como um suplemento alimentar (PALU et al., 2008).
Conforme a medicina tradicional e popular, a planta tem a capacidade de prevenir ou curar diversas enfermidades: alergia, artrite, asma, infecções bacterianas, câncer, diabetes, hipertensão, distúrbios menstruais e musculares, obesidade, úlceras gástricas, cefaléias, insônia, depressão, estresse, problemas respiratórios, esclerose múltipla e até dependência química (LAVAUT E LAVAUT, 2003; McCLATCHEY, 2002; WANG et al., 2002)”.
Este trecho que fala do uso medicinal está em uma dissertação de mestrado da Universidade Federal do Ceará, muito interessante e que vale a leitura.
Alguns efeitos contraindicados sobre o uso da Noni como suplemento alimentar já foram determinados pelo público adepto e na literatura. Estes são:
Doenças renais – por seu elevado teor em potássio, o suco de Noni não é aconselhável a pessoas que sofram dos rins.
Insuficiência cardíaca – não tome suco de Noni se você tem algum problema cardíaco medicamentado ou use anticoagulantes já que esta fruta tem sinergia com os remédios de coração, potencializando-os, o que pode ser perigoso.
Transplantes – para quem sofreu algum tipo de transplante Noni não é indicado pois reforça os sistema imunológico podendo provocar rejeição do órgão transplantado.
Gravidez e aleitamento – não há qualquer estudo que possa garantir o uso de Noni durante a gravidez e o aleitamento. Não se sabe se a ingestão do suco desta fruta possa ou não produzir efeitos indesejáveis tanto para você como para seu bebê.
Sobre a Noni, veja esse vídeo:
Enfim, de momento nós não podemos te aconselhar a consumir esta fruta que é alvo de tão poucos estudos em humanos e que já possui algumas contraindicações muito sérias. Mas, claro, a escolha é sua e, se for isso que quer, adiantamos que há um limite de volume acima do qual a toxicidade da planta é comprovada – 30ml ao dia, para um adulto – se bem que, as reações ao noni, assim como tudo, depende da sensibilidade de cada qual.
Sim, é verdade que esta fruta é amplamente usada há muito tempo, por vários povos do sudoeste asiático mas, isso não significa que seja igualmente benéfico para nós, latinoamericanos. É importante lembrar que o que é bom para uns pode ser ruim para outros pois, povos e plantas crescem juntos e se complementam porém, o que não é da sua terra, do seu ecossistema, dos seus hábitos, pode ser tóxico para você.
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