Índice
Cabaceira, cuitereira, coitereira, árvore-de-cuia… estamos falando da espécie Crescentia cujete, planta da família das Bignoniaceae, que dá frutos de nomes variados dependendo da região: cabaça, cuieté ou coité.
A espécie é originária da América Central e, no Brasil, ocorre desde a Amazônia até a região sudeste.
As árvores podem chegar até 16 m de altura, com tronco e galhos tortuosos, com flores reunidas ao longo dos ramos, tubulosas, grandes e muito vistosas com pétalas amareladas (de outubro a maio) e fruto ovalado (de julho a setembro), com até 25 cm de diâmetro, com epicarpo verde, flexível e endocarpo lenhoso e resistente.
Segundo informações disponíveis no site na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da USP, o fruto possui propriedades terapêuticas, mas é preciso muito cuidado no seu uso, pois também pode ser tóxico.
A cocção da polpa do fruto pode ser um processo para extração da toxidade e tanto a polpa quanto o extrato da casca são muito eficazes no tratamento da inflamação do intestino e contra o acúmulo anormal de líquidos no corpo.
Ainda segundo informações da ESALQ, “a polpa, quando verde, é corrosiva e usada no tratamento de doenças respiratórias, e quando madura, é abortiva”.
Na medicina popular é comumente citada como
Das cascas dos frutos são feitas cuias, vasilhas, vasos, potes, berimbau, chocalho, maracas e até corpo de viola, luminárias, enfeites e o que a sua imaginação permitir.
Suas sementes podem ser consumidas cozidas ou torradas.
Segundo o estudo “Efeito do extrato de coité (Crescentia cujete) sobre o reparo tecidual em lesões cutâneas não contaminadas e contaminadas em ratos”, o fruto é usado no combate à “hipertensão, diabetes, problemas urinários, tosses e anemias”.
A partir de relatos populares, o objetivo da pesquisa foi comprovar que o uso do extrato do coité é eficiente para o tratamento de feridas em humanos e animais. A tese avaliou o processo cicatricial das feridas cutâneas em ratos, tratados com coité (Crescentia cujete), bem como o seu poder bactericida e o potencial terapêutico do coité em feridas cutâneas de ratos.
A conclusão da pesquisa foi o extrato de coité “contribuiu para que o processo de cicatrização das lesões da pele dos ratos, tanto sem ou com infecção bacteriana, evoluísse satisfatoriamente”.
Segundo a autora desse estudo, o extrato da polpa do coité possui as seguintes classes de metabólitos:
No mesmo estudo, há indicação de outros fitoquímicos, além dos acima citados, como os flavanóides: antioxidantes que protegem as células do corpo a partir de danos aos radicais livres; os cardenolídeos: estimulantes cardíacos; e a antraquinona, utilizada como laxante.
Além das excelentes propriedades medicinais, a casca da cabaça tem diversos usos, desde utensílio doméstico, cuias e vasilhas, enfeites e artesanatos, luminárias e vasos, até instrumentos musicais, chocalhos e berimbau.
As cuias sempre foram utilizadas por povos indígenas para se alimentarem, para tirar água da canoa, como cesto, como vasilha, pratos e instrumentos de som.
No Twitter, o assunto é bastante comentado e existem diversas publicações mostrando fotos lindas de cuias, dos frutos e das árvores.
O jornalista da CBN, Bruno Melo, por exemplo, postou duas fotos, uma do fruto outra das cuias, lindas, trabalhadas… e o assunto rendeu.
Alguém sabe que fruta é essa? 🤨 pic.twitter.com/fPYPPlUfFF
— Brunno Melo (@BrunnoMeloCBN) November 28, 2020
Nessa publicação, as cuias são lindas e tem também a foto de um berimbau.
@marirodcoelho @FlaviadoCoroado As cuias de coité são lindíssimas – algumas são obras de arte… pic.twitter.com/b1fK2efskE
— Fátima Oliveira (@oliveirafatima_) April 18, 2015
Se você está procurando ideais originais para presentes de Natal, vai gostar do que vem a seguir:
Essa ideia foi publicada no Twitter pelo Centro de Educação e Saúde da Universidade Federal de Campina Grande e, mostra fotos das cuias usadas para fazer vasos.
Veja que ótima ideia para um lindo, sustentável, ecológico e útil presente de Natal!
CES/UFCG reutiliza cuias de Cuité na confecção de vasos de plantas. Peças foram colocadas em diversos setores do campus. https://t.co/l5ik8NUyB5#ufcg #ces #campuscuité #ensinosuperior #ifes #sustentabilidade pic.twitter.com/zHYrp02BsH
— CES (@CES_UFCG) December 12, 2019
E essa luminária diferente, pendente, feita com a casca do coité? Linda e super sustentável.
Que presente simpático. Vale a pena conferir como fazer:
Materiais necessários
Ferramentas necessárias
Modo de fazer
Pegue a cabaça, lixe e pode pintar da cor que quiser, ou pode deixar ao natural ou envernizada.
Faça dois buracos com a furadeira, parafuse um pedaço de madeira de pinus, e pregue o bocal.
Está pronta! Bem simples!
Assista ao vídeo, para acompanhar o passo a passo em detalhes.
Nesse outro vídeo você pode aprender a preparar uma cuia, que também servirá como base da luminária.
Nesses três vídeos é possível aprender uma técnica para decorar a cabaça, fica muito lindo o resultado, além de ser uma excelente ideia de presente, original, manual e afetivo.
Materiais necessários
Modo de fazer
Cole a fita crepe em cruz até colar inteira na tampa da cabaça. Marque o centro com uma caneta e o final da base até o limite do desenho, para não ficar torto.
Corte o restante da fita crepe para ficar bem alinhado.
Com a caneta, faça novos limites, agora no meio entre a tampa da cabaça e o meio. Isso será a base dos desenhos.
Faça outro círculo com a caneta, agora um pouco abaixo. Vá desenhando conforme o vídeo mostra, é muito detalhado, melhor visualizar para entender por completo.
Depois de desenhada com a caneta, você deverá usar a faca ou o estilete para recortar o desenho marcando a cabaça.
Depois de marcada com o estilete, basta envernizar (extrato de nogueira) e estará pronta.
Lindos não é mesmo? De fato, a cabaça é um fruto medicinal e cheio de utilidades. Aproveite!
Talvez te interesse ler também:
Casca de romã é medicinal: não jogue fora, reaproveite
Colorau: o que é? Para que serve? É natural?
Azedinha ou Vinagreira: Propriedades, Usos e Contraindicações
Categorias: Usos e benefícios
ASSINE NOSSA NEWSLETTER