A vacina natural contra Covid-19 que dá em árvore sagrada para os indígenas


Em meio às vacinas que vêm sendo testadas contra a Covid-19, eis que surge uma natural, retirada de uma árvore sagrada para os indígenas mapuches do Chile.

Estamos falando da quilaia (Quillaia saponaria), uma árvore endêmica da Zona Central do Chile e que possui um ingrediente fundamental para o funcionamento das vacinas. 

Também conhecida como “árvore de casca de sabão”, a quilaia é utilizada pelos mapuches desde a antiguidade, como planta medicinal. Os indígenas utilizam as propriedades da quilaia para curar diversos tipos de doenças, inclusive respiratórias.

Mas não são apenas os indígenas que se beneficiam dessa riqueza natural. A indústria farmacêutica também se deu conta da eficácia das saponinas vegetais, pois elas são um verdadeiro reforço na produção de vacinas.

A Novavax, por exemplo, é uma farmacêutica que recebeu um bom investimento do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para desenvolver a vacina contra a Covid-19.

Esse interesse todo na casca da quilaia, é devido ao fato das saponinas amplificarem o efeito da vacina. Apesar do processo ser lento e complexo, a espera é vantajosa, pois os compostos contidos na planta fortalecem o sistema imunológico para combaterem o coronavírus no organismo. 

Sem essa substância, a vacina não tem tanta eficácia contra a Covid-19 e o corpo humano não dá conta de produzir a imunidade sozinho.

Em uma entrevista publicada para o BBC News Mundo, o cientista Gregory Glenn, diz que

“é importante adicionar um adjuvante à vacina para obter uma resposta maior que nos proteja melhor”.

Como funciona essa vacina natural?

Os cientistas produzem uma proteína a partir do genoma do vírus e introduzem em uma partícula. Com as saponinas, eles produzem um adjuvante e introduzem em outra partícula. De acordo com Glenn,

“os adjuvantes são fundamentais para o nosso corpo reconhecer a proteína e, portanto, geram uma resposta poderosa”.

Essas saponinas também estão presentes em outras plantas, mas as da quilaia são as mais eficazes para a produção da vacina. No entanto, existe um problema com relação à extração dessa substância, que é a demanda.

As melhores saponinas são extraídas das cascas das árvores mais velhas, pois a concentração é maior. É preciso retirar uma quantidade grande de casca para conseguir a dosagem necessária da substância. Por isso, os pesquisadores estão trabalhando para ver se conseguem clonar os arbustos que possuem maior quantidade de saponinas para replicar em outras áreas agrícolas.

Outra questão citada na publicação da BBC News é a dos indígenas mapuches. Eles criticam a indústria farmacêutica pelo uso indiscriminado da substância, sem respeitar as leis da natureza e o conhecimento ancestral deles.

Contudo, a Novavax se defende dizendo que os indígenas não utilizam as saponinas voltadas para a imunologia, mas sim de várias outras maneiras.

Entendemos que será necessário um consenso entre os indígenas mapuches e as indústrias farmacêuticas, para que todas as demandas sejam atendidas. Afinal, os próprios mapuches entendem que a criação da vacina contra a Covid-19 é prioridade, até mesmo para eles.

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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