Índice
Os estilistas Phillip Lim e Charlotte McCurdy criaram um vestido ecológico adornado com lantejoulas bioplásticas, livres de petróleo, fibras sintéticas e corantes que causam poluição.
A base do vestido é feita de fibras vegetais onde foram costuradas as lantejoulas desenvolvidas pela McCurdy, de Nova York.
Segundo informações do site Dezeen, McCurdy desenvolveu um filme de bioplástico feito de macroalgas marinhas.
O material é resultante de carbono negativo, ou seja, as macroalgas removem e sequestram o carbono da atmosfera ao longo da vida. Devido ao formato de lâminas, os estilistas optaram por fazer lantejoulas para conseguirem costurá-las no tecido, dando fim às poluentes lantejoulas de plástico sintético.
Para criar as folhas de bioplástico, as algas foram expostas ao calor e depois foram colocadas em moldes até endurecerem. O brilho característico das lantejoulas convencionais foi conquistado pela fusão do molde mais profundo de vidro que transfere o acabamento reflexivo para as peças.
Depois disso, as lantejoulas foram recortadas no formato de folhas de modo que pudessem proporcionar ao vestido um efeito ondulante por todo o comprimento. A cor verde e translúcida é derivada de pigmentos minerais, lembrando a fotossíntese.
A preocupação em criar um produto totalmente sustentável, fez com que McCurdy e Lim utilizassem como base uma fibra de celulose chamada SeaCell, derivada de algas marinhas e bambu. Contas de madrepérola foram fixadas entre as lantejoulas para dar um brilho refletor.
Não há intenção de comercialização desse vestido, além dos modelos personalizados já encomendados. McCurdy pretende torná-lo apenas uma “versão conceitual”, que remete à visão de um futuro com emissões zero.
A ideia é que aconteça semelhante ao que ocorreu com os painéis solares e carros elétricos, que antes eram artigos super de luxo e hoje quase competem com os convencionais, esperando que em um futuro próximo o consumidor consiga impor no mercado as regras da sustentabilidade.
Para atender às necessidades de consumo sustentável, a indústria da moda está repaginando suas peças com versões ecológicas, sem deixar que fiquem menos atrativas aos olhos dos consumidores.
O vestido ecológico feito com lantejoulas de algas é lindo e parece ter um ótimo caimento, só é uma pena que trata-se apenas de uma versão limitada.
De qualquer forma, a mensagem que deve ficar é a de desconstrução de uma indústria descartável e altamente poluente como é a industria da moda. A gente não pensa mas, brilhos, lantejoulas e tecidos sintéticos poluem rios e mares a cada lavagem.
Não precisamos disso! Tampouco precisamos fazer do green um artigo de luxo, elitizando o ecologicamente correto.
A simplicidade está em alta e ela pode custar pouco, ou zero. Pense nisso!
Talvez te interesse ler também:
Mundo pós-pandemia: “A semana de moda acabou”, declara a Gucci
Barato ao bolso, caro ao meio ambiente: jovens recusam a moda descartável provocando crise no setor
Moda Vegana: Vestuário Sustentável, Sem Exploração e Cruelty-Free
A moda descartável está enchendo o planeta de lixo têxtil: jogamos 811% mais roupas do que em 1960
Categorias: Moda
ASSINE NOSSA NEWSLETTER