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Mascar sola de tênis ou calçar chiclete? Calma, calma! Não estamos loucos. A pergunta procede e você vai entender o porquê!
Muita pessoas têm o hábito de mascar chiclete, inclusive eu, mas já faz um bom tempo que não masco mais. No meu caso, nem foi pela questão ambiental (sim porque chicletes poluem, e como!), mas sim por não ver mais necessidade nesse hábito e também por me preocupar com o que eu consumo diariamente.
Mas… Para quem ainda não abandonou o hábito de mascar chiclete e não consegue viver sem mascar um chicletinho, temos algumas orientações e novidades que farão você abandonar o chiclete… Ou não!
Primeiro vamos à notícia: uma empresa de Amsterdã criou um tênis feito de chiclete. Isso é ótimo porque chiclete é um problema para a limpeza da cidade e é um material de difícil decomposição.
Veja do que é feito o chiclete, porque sua reciclagem é interessante e conheça essa novidade chamado Gumshoe.
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Pra começar, não poderíamos deixar de falar sobre a matéria-prima da goma de mascar: a BORRACHA. Isso mesmo!
Antigamente, o chiclete era feito a partir do látex de uma árvore chamada sapotizeiro, o que fazia dele um produto digamos assim, um pouco mais “natural”. No entanto, com o aumento do consumo, foi necessário substituir essa matéria-prima, pois as árvores não estavam mais dando conta da demanda!
Foi então que substituíram a matéria-prima vegetal pela mineral. Ou seja, o látex foi substituído por polímeros derivados de petróleo, que nada mais são do que plástico e borracha, os mesmos utilizados na produção de colas, adesivos, pneus e lubrificantes, entre outros.
Além da borracha, o chiclete é composto por outros ingredientes como açúcar, glicose, corantes, aromatizantes, edulcorantes e outros aditivos. Tudo isso para tornar a “goma base”, como é chamada pelos fabricantes, algo gostoso, divertido e prazeroso de se mascar.
Agora eu pergunto: será que mascar esses ingredientes todos os dias traz algum benefício para a saúde? Óbvio que não! Muito menos para o meio ambiente, o qual precisa de tudo, menos de mais plástico se espalhando por aí.
Os primeiros chicletes, eram feitos de plantas que possuíam propriedades nutritivas e medicinais, era um produto natural e que até fazia bem.
O processo industrial visava a fabricação em massa e o aumento do consumo do produto. Por isso, foram adicionados aditivos e produtos químicos que prejudicam nossa saúde.
Pensando no problema que o chiclete causa para o meio ambiente, algumas empresas tiveram a ideia de utilizar essa matéria prima para produzir tênis com o solado feito de chiclete.
O gasto com a limpeza do chiclete nos lugares públicos é muito alto e não dá para esperar que o chiclete se decomponha, pois isso pode demorar até 25 anos para acontecer. Por este motivo, três organizações de Amsterdã se uniram para criar o Gumshoe, um tênis feito com chiclete reciclado.
O Gumshoe é feito com o chiclete retirado das ruas, o qual é utilizado para fazer as solas do tênis. De acordo com o fabricante, um quilo de goma é o suficiente para produzir quatro pares do tênis. A tecnologia que produz as solas, é conhecida como Gum-Tec, que é composta de 20% de chiclete transformado em grãos para moldar a sola.
A iniciativa do projeto tem o intuito de alertar as pessoas sobre o problema, criando algo que elas possam usar produzido com uma matéria-prima descartada por elas próprias.
Outra curiosidade é que, na sola do tênis, é colocado o mapa da região de Amsterdã onde os chicletes foram coletados para produzi-lo. Fora isso, há também um plano de “ressolamento” para que, quando os tênis estiverem com as solas gastas, possam ser levados para o fabricante substituí-las por novas solas de chiclete reciclado.
Os fabricante do tênis de chiclete afirmam que o Gumshoe é o primeiro calçado do mundo a utilizar chiclete no processo de fabricação. No entanto, a Argentina já havia criado uma iniciativa similar a essa, para reciclar os chicletes descartados.
Trata-se da GumPoint, uma iniciativa que nasceu na Argentina com o intuito de separar a goma de mascar para ser utilizada na produção de botas de borracha, chinelos, capas para celular e embalagens.
Diferente das empresas de Amsterdã que recolhe os chicletes no chão, os alunos da Universidade de San Andrés, na Argentina, criaram uma caixa, semelhante às de correio, para armazenar os chicletes que seriam jogados no chão. Essa caixa também é feita de chiclete e tem a cor rosa justamente para chamar a atenção das pessoas.
Quando a caixa fica cheia, os chicletes são recolhidos por um serviço especializado e levados para a reciclagem. Depois de separados, os chicletes passam por um processo de transformação até chegarem na borracha que será utilizada para produzir os diversos produtos citados anteriormente.
O objetivo deste projeto é interceptar o chiclete antes que ele chegue ao chão, evitando danos à imagem da cidade, bem como a contaminação dos ambientes.
Em muitos lugares, os chicletes acabam virando arte, seja em muros, parques, vilas e até mesmo em uma cabeça!
Mas não em uma cabeça de verdade, pois sabemos o quão desagradável é quando grudamos chiclete no cabelo, sem querer. Trata-se de uma cabeça gigante, em forma de escultura, que foi colocada no pátio da Galeria de Arte de Vancouver, no Canadá.
A ideia foi do escritor e artista canadense Douglas Coupland, cuja intenção era a de aumentar a consciência para a questão do chiclete jogado no chão. Para isso, ele criou uma cabeça gigante em fibra de vidro que foi colocada na galeria em Vancouver, cujo nome era Gumhead (cabeça de chiclete).
A Gumhead ficou exposta por um período para que as pessoas grudassem seus chicletes nela, ao invés de jogarem no chão. Em pouco tempo a cabeça ficou completa de chicletes, mas teve que ser removida, pois no Verão atraía insetos, devido ao calor.
Enquanto esteve exposta, a Gumhead tornou-se uma obra interativa, pelo fato das pessoas depositarem seus chicletes nela. Além disso, ela ajudou o artista a atingir o seu objetivo: conscientizar as pessoas sobre o problema do lixo e lembrá-las do seu dever cívico.
Você usaria um tênis de chiclete? Fica confortável em mascar algo que serve para fazer sola de sapato?
Todas essas iniciativas são válidas, mas funcionam apenas como remédio para um problema seja de educação das pessoas, seja de consumo, seja de respeito aos nossos recursos naturais.
Já que é tão necessário assim mascar chiclete ou mesmo se faz parte de um vício, fica óbvio que as consequências de um descarte inadequado prejudica não só o meio ambiente, como também a convivência das pessoas.
Afinal, como é ruim andar pelas ruas, principalmente no calor e pisar num chiclete sem querer. Se gruda no sapato, imagina no organismo de um animal ou mesmo de uma criança? Melhor do que as iniciativas para ele, ao meu ver é melhor evitar o consumo de itens desnecessários.
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