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Recentemente se comprovou que produtos desportivos de três entre as principais patrocinadoras de eventos, como a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, contêm elevados níveis de materiais químicos tóxicos à saúde. Essa conclusão foi obtida por meio de investigação implementada pelo Greenpeace da Alemanha, que tem se empenhado na chamada Campanha Detox, de eliminar elementos tóxicos da fabricação de peças de vestuário.
Ao todo, 33 itens, incluindo calçados, luvas de goleiro e até mesmo a bola oficial do torneio, chamada de “Brazuca”, foram testados. Os resultados foram vergonhosos: a “Predator”, chuteira icônica da marca Adidas, contém altos níveis de PFC, em concentração cerca de 14 vezes superior aos padrões estabelecidos pela própria Adidas.
Laboratórios independentes encontraram concentrações variadas de elementos perfluorados – PFCs – nonilfenol etoxilado – NPEs – ftalatos e dimetilformamida – DMF – de todas as três marcas citadas, em itens vendidos em três continentes. Essas substâncias provocam danos como: esterilidade, desvios hormonais, câncer, entre outros.
17 de 21 chuteiras estavam contaminadas, bem como metade das luvas avaliadas. Esses itens continham PFC iônico e um tipo particularmente nocivo de PFOA. Em seguida à “Predator” da Adidas, vem a “Tiempo”, da Nike – contendo PFOA 5,93 microgramas por m2, na concentração mais alta de PFOA – assim como um par de luvas da Adidas.
A dimetilformamida e os ftalatos foram encontrados nas 21 chuteiras. Já o DMF, que é um solvente utilizado na indústria de calçados, é tóxico à reprodução e pode causar problemas de pele se houver contato.
A bola do mundial contém NPEs, um tipo de substância que, quando liberada no ambiente, se degrada em nonilfenol, que é conhecido por ser tóxico a peixes e outros organismos aquáticos. Esse mesmo elemento também foi encontrado em 2/3 das chuteiras, o que revela o quão amplo é o uso desse elemento na confecção de materiais esportivos.
É uma campanha implementada pelo Greenpeace desde o ano de 2011 e tem se dedicado a criar um futuro sem toxicidade na indústria de roupas. 20 entre as principais grifes do planeta assumiram um compromisso – decorrente de pressão dos clientes – para eliminarem o uso desses elementos prejudiciais ao homem e ao meio ambiente até o ano de 2020.
Enquanto muitas dessas marcas estão se esforçando para colocar em prática esse compromisso; outras como a Adidas e a Nike, escondem vorazmente sua falta de atitude frente ao problema. A Adidas ainda tem um componente mais sério, que é o fato de se autoproclamar uma campeã que não é tóxica!
Agora o Greenpeace tem feito duras jogadas contra a Nike e a Adidas, em nome de um esporte mais limpo.
Fonte foto: greenpeace.org
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