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Quando as pessoas pensam em hábitos de vida que fazem mal ao corpo, logo se lembram da má alimentação, do tabagismo, sedentarismo, vícios, etc. Porém, o vestuário também pode ser um “inimigo” da saúde. Pelo menos de acordo com um estudo publicado no The Journal of The Textile Institute.
Desenvolvido pelo grupo de pesquisa ambiental do Centro de Tecnologia Alimentar e Toxicologia (TecnATox) da Universitat Rovira i Virgili (Espanha), tecidos sintéticos podem causar danos ao organismo, que vão desde alergias até doenças mais graves, como câncer.
Metais pesados em produtos têxteis e roupas são usados para muitas finalidades: como corantes de complexos metálicos, pigmentos, como catalisadores na fabricação de tecidos sintéticos, como retardadores de chama, antimicrobianos, como repelentes de água, de suor e odores.
Quando presentes em materiais têxteis, os elementos tóxicos representam não apenas um grande problema ambiental na indústria têxtil, mas também podem significar um potencial perigo para a saúde humana.
No estudo, as concentrações de vários elementos químicos (Al, As, B, Ba, Be, Bi, Cd, Co, Cr, Cu, Fe, Hg, Mg, Mn, Mo, Ni, Pb, Sb, Sc , Se, Sm, Sn, Sr, Tl, V e Zn) foram determinados em roupas de contato com a pele.
Os pesquisadores analisaram a composição de quase 150 tecidos, como lençóis de cama, roupas, pijamas e toalhas, feitas de diferentes materiais, cores e marcas.
Segundo eles, muitas continham metais pesados que, em contato com a pele, podem ser tóxicos, especialmente roupas de poliéster, como camisas de futebol e roupas esportivas. Esses itens do vestuário possuem, muitas vezes, uma substância chamada óxido de antimônio, que é usado como catalisador para fibras de poliéster e que gera resíduos nas roupas.
Quando em contato constante com a pele, ele pode provocar irritações e alergias e até mesmo ser absorvido pelo organismo. A absorção dessas substâncias pode levar a problemas no trato gastrointestinal e no sistema reprodutivo, de acordo com os cientistas. A Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer classificou o antimônio (Sb) como potencialmente cancerígeno.
Um outro achado do estudo mostrou que muitas roupas de poliamida preta têm altos níveis de cromo, por causa dos corantes, e alguns desses podem ser agentes cancerígenos. Nas roupas marrons, verdes e azuis, os pesquisadores encontraram altos níveis de cobre.
Muitos tecidos antifúngicos e meias antiodor podem conter nanopartículas de prata, que podem provocar alterações na pele e facilitar a entrada de organismos parasitas, potencialmente causadores de alergias e infecções.
Infelizmente não tem muito para aonde correr. Quanto mais naturais suas escolhas forem, melhor!
Leia mais sobre esse estudo aqui -> neste link do Science Direct.
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Categorias: Moda
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