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Vivemos em uma era marcada pela ênfase da beleza e da estética, por isso, procedimentos como cirurgias plásticas, preenchimento, harmonização facial e uso de botox para eliminar rugas têm sido muito comuns em nossos dias.
O combate aos sinais da idade e a busca desenfreada pela beleza perfeita tem levado as pessoas a fazerem uso intensivo e até indiscriminado destes tipos de procedimento, sem medir as consequências, os riscos para a saúde e os prejuízos para a vida animal.
Levando essas questões em conta, este conteúdo traz as seguintes informações sobre o Botox:
Para saber essas e outras informações, acompanhe o que vem a seguir.
O Botox é um dos procedimentos cosméticos mais populares no mundo principalmente porque combate e atenua rugas, deixando a pele mais esticada, lisa, com aparência mais jovem.
Botox na verdade é a marca mais famosa da toxina botulínica, uma substância que, quando injetada na pele para fins estéticos e cosméticos, bloqueia os sinais dos nervos para os músculos, fazendo com que o músculo relaxe e as rugas desapareçam.
No final da década de 80, o oftalmologista americano Alan B. Scott, buscava alternativas para o tratamento não cirúrgico do estrabismo. Ele recebeu do Dr. Edward J. Schantz, amostras da toxina botulínica tipo A para testá-la em músculos extra-oculares em macacos.
Após esse teste cruel, o Dr. Alan B. Scott publicou seu primeiro trabalho científico sobre essa toxina, confirmando seu uso para o tratamento não cirúrgico do estrabismo.
Posteriormente, ele recebeu autorização do FDA (Food and Drug Administration), órgão que regula o setor de medicamentos dos Estados Unidos, para utilizar a toxina botulínica em seres humanos.
Esse médico percebeu que a aplicação local, em determinados músculos, provocava a interrupção do movimento muscular anormal, servindo para corrigir o estrabismo.
Ainda na década de 80, o casal canadense Jean e Alastair Carruthers, oftalmologista e dermatologista respectivamente, observaram a melhora das rugas em pacientes tratados para indicações terapêuticas, como em blefaroespasmo, e iniciaram estudos nessa área.
Com essas descobertas, a toxina botulínica passou a ser empregada também para uso cosmético anti-rugas.
A toxina botulínica é uma neurotoxina, produzida pela bactéria Clostridium botulinum.
Em condições de baixo oxigênio, essa bactéria produz toxinas perigosas, as botulínicas, que são uma das substâncias mais letais conhecidas, pois podem bloquear as funções nervosas e causar paralisias respiratória e muscular.
Em condições adversas, essa bactéria pode causar uma doença chamada botulismo, que ocorre através de:
O botulismo alimentar é uma doença rara, mas potencialmente fatal, se não diagnosticada e tratada rapidamente.
Em condições apropriadas, baixa quantidade e sob controle, a mesma bactéria causadora do botulismo, pode ser utilizada para fins terapêuticos e cosméticos.
A Clostridium botulinum é uma bactéria anaeróbia que em condições apropriadas à sua reprodução (10° C, sem oxigênio e certo nível de acidez), cresce e produz sete sorotipos diferentes de toxina (A, B, C1, D, E, F e G). Dentre esses, o sorotipo A é o mais potente.
A toxina botulínica tipo A, é utilizada para fins estéticos através de uma forma purificada, congelada a vácuo e estéril.
Os tratamentos com Botox empregam a neurotoxina botulínica tipo A purificada e fortemente diluída.
Botox é apenas uma das marcas da toxina botulínica, lançado em 1980, nos Estados Unidos, para uso médico.
Essa é a marca pioneira e mais famosa no mundo, que acabou por se tornar o nome mais popular da toxina botulínica, princípio ativo do medicamento de origem biológica que atenua rugas e linhas de expressão.
Em suma, Botox é o nome comercial da toxina botulínica, produzido pelo laboratório Allergan.
Há também outros nomes comerciais para essa substância, como:
No Brasil, o Botox teve seu uso aprovado pela Vigilância Sanitária em 1992.
Quando aplicada em pequenas doses, essa toxina bloqueia a liberação de acetilcolina (neurotransmissor responsável por levar as mensagens elétricas do cérebro aos músculos) e, como resultado, o músculo não recebe a mensagem para contrair, em consequência desse mecanismo ocorre a suavização de rugas e linhas de expressão.
Esse procedimento estético envolve o sofrimento de milhares de animais, a cada ano, pois em geral é feito utilizando como base o ovo, e isso por si só já envolve muita crueldade com galinhas e pintinhos.
Além disso, antes de ser comercializado, o botox é testado em centenas de milhares de camundongos submetidos a reações dolorosas e até uma morte lenta e agonizante.
Para agravar essa situação das cobaias de laboratório, na maioria dos países, o Botox é considerado um medicamento, por isso, mesmo que haja leis proibindo os testes cosméticos, não se estende aos produtos que utilizam a toxina botulínica.
Com a grande demanda de procedimentos estéticos nos últimos anos, o uso de testes em animais cresceu mais.
Um estudo de 2019 estima que, somente na Europa, aproximadamente 400.000 camundongos são mortos a cada ano em função dos tratamentos antirrugas.
Um dos testes utilizados é o de envenenamento controverso LD 50, através do qual é injetada no abdômen do camundongo diferentes doses de produtos de toxina botulínica causando-lhe:
Katy Taylor, Diretora de Ciência e Assuntos Regulatórios da Cruelty Free International, manifestou-se contra toda essa crueldade, dizendo:
“É completamente inaceitável que animais sencientes sofram uma morte agonizante por um produto que é amplamente utilizado para fins cosméticos, especialmente quando uma alternativa não animal está disponível.
Pedimos à todas as empresas de Botox em toda a Europa que acabem com o sofrimento cruel e as mortes de centenas de milhares de animais, tornando esses testes bárbaros de Botox uma coisa do passado”
Este vídeo , do canal Ärzte gegen Tierversuche (Médico contra Testes em Animais), só pode ser visto no Youtube porque possui imagens de forte impacto emocional.
As imagens revelam a extrema crueldade com os animais nos Laboratórios Wickham, no Reino Unido, no qual se preparava o Botox Dysport da empresa Ipsen, com testes em milhares de camundongos.
Estas imagens foram registradas pela organização BUAV (atualmente, Cruelty Free International) com uma câmera escondida.
Embora o Botox seja considerado seguro, quando injetado corretamente e em pequenas quantidades, ainda assim, podem ocorrer alguns efeitos colaterais, como:
Em geral, esses efeitos não são permanentes e podem durar de três a quatro meses, até que o corpo reconstrua novas terminações nervosas.
Alguns casos raros de morte foram relatados, algumas vezes associados à:
Há também relatos de eventos adversos envolvendo o sistema cardiovascular, incluindo arritmia e infarto de miocárdio, alguns com desfechos fatais.
A exata relação entre estes eventos e a toxina botulínica não foi estabelecida.
Conforme informações do Dr.Vitor Erlacher, odontologista e especialista em harmonização orofacial, as contraindicações ao uso do botox são:
Segundo informações da dermatologista Ada Regina Trindade de Almeida, médica do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), dadas ao Portal Namu, os riscos mais comuns do uso do Botox são:
No vídeo abaixo, o filósofo e professor Leandro Karnal destaca o paradoxo do uso do botox:
“As pessoas injetam para parecerem mais jovens e naturais toxina botúlica de vaca no rosto. Botox é uma doença, uma infecção, que posta no rosto amortece os nervos de tal forma que a pele parece mais jovem e natural. E você passa a dizer “Socorro, um incêndio” e “Eu te amo” com a mesma expressão.”
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Como enfatizou o professor Leandro Karnal no vídeo acima, o efeito do Botox promove rostos genéricos e padronizados, marcados pela falta de expressão.
Ademais, apesar de atenuar as rugas, o Botox pode trazer algumas desvantagens para aparência do rosto, como:
É oportuno lembrar que, após 4 a 6 meses, o Botox vai perdendo seu efeito e as rugas começam a aparecer novamente.
O uso de testes e experimentação em animais na pesquisa médica tem sido uma preocupação constante para grupos e ativistas de bem-estar animal.
Graças às ações dos defensores dos animais, vêm sendo desenvolvidos testes alternativos sem o uso de animais para produtos do tipo Botox.
No caso do Botox, os testes alternativos que vêm sendo utilizados são baseados na análise do produto em células humanas. No entanto, apesar de testes amigáveis com animais estarem disponíveis, ainda vêm sendo utilizados animais vivos, levando ao sacrifício inúmeras vidas.
Felizmente, existem empresas de cosméticos compassivas com os animais que dizem “não” ao uso de testes de seus produtos em camundongos, coelhos, ratos ou quaisquer outros animais.
Outra boa notícia é que já existem opções ao Botox que são cruelty-free como:
Uma dessas alternativas mais saudáveis e veganas para o Botox são os adesivos faciais que ajudam a eliminar linhas finas e rugas. fabricado pela Frownies, uma empresa de beleza, fundada em 1889.
Estes adesivos, semelhantes ao papel, são feitos com ingredientes naturais, veganos, livres de crueldade e indolores e atuam no combate às rugas, restringindo os músculos de movimentos faciais constantes, como franzir a testa e apertar os olhos.
Outro tratamento estético alternativo é feito à base de laser, que age como forma de estimular a regeneração do colágeno.
O único porém desse procedimento é certificar-se se o creme anestésico aplicado contém produtos de origem animal, se contiver deixa de ser cruelty-free.
Existem inúmeros cremes de pele antienvelhecimento que são mais saudáveis, naturais, veganos e cruelty-free, basta pesquisar e optar por utilizá-los, promovendo com essa escolha benefícios para o corpo, os animais e o planeta.
Dentre estes produtos temos os indicados pela PETA:
Após todas estas informações e esclarecimentos, fica notório o quão desnecessário é o uso do Botox, que envolve crueldade animal e riscos para a saúde humana.
Nesse contexto, nos unimos a todos que são as vozes dos animais para pedir que as empresas de cosméticos utilizem métodos de testagem e ingredientes alternativos na fabricação do Botox e que os consumidores optem por produtos não testados em animais e sem ingredientes de origem animal.
Agindo dessa forma, estaremos contribuindo para que o mundo seja um lugar melhor para todas as formas de vida e que a vaidade humana deixe de se sobrepor ao direito de existir de outras espécies.
Fontes:
Saiba como cuidar da pele, de forma cruelty-free e mais natural, em:
Yoga Facial: o que é, por que funciona, como fazer
Contra o desperdício, bagaço de maracujá vira creme antirrugas
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Categorias: Cosméticos
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