Os impactos da nossa beleza para o meio ambiente


Você sabia que um simples cotonete pode causar um dano enorme ao meio ambiente? E as microesferas do seu esfoliante facial? Já imaginou o estrago que elas podem fazer ao irem pelo ralo? Isso ocorre com diversos produtos de higiene e beleza que utilizamos diariamente e que nem imaginamos.

No Reino Unido e nos EUA, as microesferas de plástico (polietileno) foram proibidas na produção dos cremes esfoliantes e géis para banho, pois ao serem removidos com água, por exemplo, vão pelos ralos até chegarem nos oceanos. Lá, elas prejudicam a cadeia alimentar porque são ingeridas pelos peixes e frutos do mar, que posteriormente serão consumidos por muitos de nós.

A poluente indústria da beleza

As indústrias de cosméticos utilizam mais de 10 mil substâncias químicas em seus processos, são as chamadas POPs (Poluentes Orgânicos Persistentes) que demoram muito tempo para se decomporem. Por isso, muitas indústrias de cosméticos estão revendo seus conceitos na produção dos produtos, desde a embalagem até o descarte dos materiais após o consumo. Outras ainda estão deixando de gastar com marketing e propaganda para não contribuir ainda mais com a degradação do meio ambiente.

Com esse mesmo pensamento, o conceito orgânico e natural vem ganhando cada vez mais espaço na indústria de cosméticos, mas é preciso estar atento ao que realmente consta na composição destes produtos, pois existe uma porcentagem mínima para serem reconhecidos como tal.

A única desvantagem nisso tudo é o preço desses produtos orgânicos e naturais, pois o custo deles são mais altos justamente por não utilizarem mão de obra barata, não serem testados em animais e muito menos conter componentes químicos em suas fórmulas.

Porém, mesmo sendo de alto custo, vale a pena investir em produtos “limpos”, pois estes, além de não agredirem o meio ambiente, são mais duráveis e, por serem naturais, consequentemente são mais saudáveis e promovem benefícios a longo prazo, tanto para a nossa saúde quanto para o planeta.

Essa consciência ambiental com relação aos produtos que estamos acostumados a utilizar diariamente, partiu do princípio de que o descarte incorreto dos mesmos está prejudicando demais o nosso planeta. Com base nessas informações, vamos destrinchar os impactos desses produtos para o .

  • Esfoliantes de rosto e demais produtos com microesferas – Por serem em sua grande maioria de plástico, as microesferas escoam pelos ralos até chegarem aos mares e são ingeridas pelos animais marinhos. Para evitar isso, algumas empresas de cosméticos começaram a substituir as microesferas de plástico por produtos naturais como areia, casca de nozes trituradas, farelo de arroz, argila, pérolas de cera e até cristais de quartzo. Pena que no Brasil ainda não há essa restrição quanto ao uso de microesferas de plástico nos produtos, mas nós, conscientes dessa necessidade de cuidar do meio ambiente, podemos utilizar ainda alimentos como café, açúcar e até o próprio sal para esfoliar o corpo e remover células mortas.

microplastico

  • Cotonetes para limpar rímel e delineador – Futuramente os cotonetes com haste de plástico (assim como os canudos das bebidas) serão banidos de circulação. Isso porque muitas vezes eles são descartados de forma incorreta, entrando no sistema de esgoto e passando pelos filtros, onde também conseguem chegar até o oceano e são ingeridos pelos animais.
  • Maquiagem com glitter – Da mesma forma que as microesferas e os cotonetes, o glitter removido da maquiagem também viaja pelo esgoto e causa danos ao meio ambiente. Tanto que em 60 festivais de música do Reino Unido, um dos itens proibidos é o uso de glitter, bem como em algumas creches da Inglaterra que retirou esse item das aulas de arte pelo mesmo motivo.

carnaval glitter

  • Remoção de maquiagem com lenços umedecidos – Quando caem nos esgotos, os lenços umedecidos se misturam com óleo e gordura virando uma massa que obstrui o sistema. Isso porque eles são feitos de materiais não biodegradáveis, ou seja, não se dissolvem facilmente e demoram mais para se decomporem.
  • Frascos plásticos de produtos de beleza – Isso não precisa nem explicar, não é mesmo? Mas mesmo assim vale ressaltar que, muitas pessoas que tem uma rotina diária de beleza, acabam consumindo diversos produtos, ou seja, vários potinhos de plástico que na maioria das vezes são descartados no lixo comum, fazendo mais volume nos aterros. Algumas empresas até praticam a política de refil, mas muitas pessoas se esquecem ou simplesmente não se preocupam em comprar o refil e acabam comprando novas embalagens e produtos diferentes, descartando as anteriores no lixo comum.

ilha pastico franca capa

Dicas para resolver esses problemas

1. Caso necessite realmente utilizar lenços umedecidos para remover a maquiagem, certifique-se de que eles serão descartados corretamente no lixo. O ideal seria não utilizar, para não acumular mais lixo no nosso planeta.

2. Evite utilizar produtos em pequenos frascos, como por exemplo shampoos e condicionadores oferecidos em hotéis. Optem por utilizar sabonetes orgânicos e shampoos sólidos, por exemplo.

3. Prefira marcas e empresas que tenham essa consciência sócio-ambiental e outras preocupações com o bem estar do ser humano, como é o exemplo da marca LUSH que não só produz cosméticos orgânicos e naturais, como também defende e sustenta causas , sócio-ambientais e de direitos humanos. Dentre essas causas, podemos destacar:

  • Direitos animais – não testar produtos em animais;
  • Não utilizar óleo de palma – evitando a devastação de florestas tropicais e o êxodo indígena;
  • Pouca ou nenhuma embalagem – evitando assim a poluição desnecessária. Quando precisam utilizar alguma embalagem, ela é feita de material reciclável;
  • Mínimo de conservante – 40% dos produtos são livres de conservantes e quando o tem, são substâncias seguras, menos agressivas e em pouca quantidade;
  • Sistema de rastreabilidade de matéria-prima – Além de garantir que os ingredientes sejam adquiridos de forma respeitosa, protegendo o meio ambiente e promovendo impacto social positivo, também revertem parte dos custos para projetos com os próprios produtores, os quais se tornam fornecedores.

4. Procure comprar cosméticos feitos com ou os mais naturais possíveis. É um pouco difícil identificar, principalmente no Brasil que não há uma regulamentação oficial da Vigilância Sanitária, mas existem selos de certificação de órgãos especialistas que são colocados nos rótulos dos produtos. As certificações mais comuns são do Instituto Biodinâmico (IBD) e da Ecocert.

5. Ou então… Por que não aprender a fazer seus próprios itens de higiene e beleza? Aqui mesmo damos várias dicas de como fazer shampoo de bicarbonato de sódio, por exemplo. Claro que nem tudo ainda é possível de ser feito em casa, principalmente pelo fato de não produzir o mesmo efeito de alguns cosméticos industrializados. Mas, que tal repensar sobre a utilização desse monte de produtos para a beleza e ainda, por quê não assumir a beleza natural?! Vamos evitar colocar agentes químicos no nosso corpo, afinal, a frase “Não passe na pele o que você não comeria” cabe aqui e faz todo o sentido, vocês não acham?

Mudança de hábitos

Gostaram das nossas dicas? Esperamos que elas colaborem não só para a melhoria dos seus hábitos como, principalmente, para a conservação do nosso planeta. A questão dos cosméticos é só uma delas e que pode ser desconhecida por muita gente. Não é só o lixo doméstico ou a poluição dos automóveis que degradam o meio ambiente. Basta prestar atenção em tudo o que você faz desde o momento que acorda, até a hora de dormir. Quantos produtos utilizou? Qual a qualidade desses produtos? De onde vieram e como foram feitos?

Claro, não precisa ser radical e jogar tudo o que não é orgânico no lixo (até mesmo porque isso também contribuiria com a degradação ambiental), mas aos poucos vá substituindo um shampoo, um sabonete, um creme dental e por aí vai… O nosso planeta precisa urgentemente da nossa consciência!




Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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