Embalagens plásticas para frutas e verduras serão proibidas na Espanha


A venda de frutas e verduras envoltas em embalagens plásticas será proibida na Espanha a partir de 2023, tanto em lojas quanto em supermercados.

A lista de produtos será elaborada pela Agência Espanhola de Segurança Alimentar e Nutrição.

As regras que serão divulgadas pelo Ministério da Transição Ecológica também contêm medidas para incentivar a venda de água a granel e não engarrafada.

A proibição das vendas foi inspirada na lei antirresíduos francesa, que entrará em vigor na França em 2022.

Para Julio Barea, do Greenpeace, o Executivo não está agindo rápido o suficiente para cortar de uma vez o fluxo de poluição por plástico. O ambientalista considera os efeitos de uma contaminação como uma ‘pandemia‘:

“Bebemos plástico, comemos plástico e respiramos plástico.”

O Decreto Real e o Governo espanhol também buscam a implementação de fontes de água potável em espaços públicos e o dever de promover alternativas à venda de bebidas embaladas.

Um dos planejamentos é a venda a granel de produtos frescos sem embalagens. Os estabelecimentos devem permitir que os clientes levem seus próprios recipientes reutilizáveis para serem reabastecidos.

A meta é atingir uma redução de 50% na venda de garrafas plásticas até 2030.

Em relação às embalagens reutilizáveis, as garrafas de plástico mais duras ou de vidro podem ser reutilizadas para diversos usos.

Na documentação enviada pelo ministério às ONGs, propõe-se que 50% da embalagens vendidas em 2025 sejam reutilizáveis, chegando a 60% em 2030. Para os refrigerantes, as metas são de 70% e 80%, respectivamente. Já a estimativa para os produtos domésticos deixou a desejar, 10% e 20%.

No caso das cervejas, 80% em 2025 e 90% até 2030.

A disputa com a Ecoembes (empresa responsável pela gestão da maior parte das embalagens espanholas) pela implementação de mais sistemas de depósito e devolução também está em pauta.

Segundo o PSOE e o United We Can, este sistema de depósito e devolução só será implementado caso não sejam cumpridos os objetivos de coleta seletiva de garrafas de plástico.

As expectativas são que pelo menos 70% das embalagens terem sido recolhidas do mercado em 2023 e 80% até 2027.

Em contrapartida ao atual sistema de contabilização do percentual de embalagens, Carlos Arribas, chefe da área de resíduos da Ecologistas en Acción, diz que esta contagem não é confiável.

“Espera-se que a Comissão Europeia unifique a forma como este assunto é contabilizado. O ministério continua deixando em aberto a possiblidade de colocar este sistema em ação.”

De acordo com o governo espanhol, a poluição do plástico já ultrapassou todos os limites.

Dentro e fora da Espanha, existem campanhas há anos para pressionar as pequenas empresas e os grandes supermercados a pararem de plastificar produtos.

A produção, o consumo e o descarte de plástico geram graves impactos socioambientais causados pela poluição por substâncias tóxicas emitidas para o meio ambiente.

A ONU aponta que 300 milhões de toneladas de lixo plástico são gerados por ano.

Não apenas a reciclagem, mas a redução do consumo de plástico, se faz urgentemente necessária.

Senão, até 2050, a tendência é ter mais plástico nos oceanos do que peixes.

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Lara Meneguelli


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