Unilever exclui a palavra “normal” do rótulo de seus produtos


A Unilever, empresa do ramo de higiene e cuidados pessoais, está adotando uma política publicitária que leva em conta a “normalidade” dos corpos, no intuito de ser mais inclusiva.

As propagandas do ramo da beleza e da cosmética, como as da Unilever, geralmente usam modelos brancas, loiras e magras para mostrarem os benefícios de seus produtos, excluindo praticamente toda a população mundial ao adotar esse padrão não apenas de beleza mas de representação humana.

O novo lema da empresa é não usar mais a palavra “normal”, a fim de criar uma “definição mais abrangente de beleza”, como informou a BBC.

A palavra “normal” é comumente usada em xampus, condicionadores e produtos para a pele.

Pode parecer estranho de tanto que já nos acostumamos com a expressão “pele normal ou oleosa”, mas esse “normal” será proibido de ser estampado nos produtos da Unilever.

O presidente de produtos de beleza e cuidados pessoais da marca, Sunny Jain, explicou que:

“Sabemos que remover o ‘normal’ de nossos produtos e embalagens não resolverá o problema sozinho, mas é um passo importante em frente”.

Roshida Khanom, da empresa de pesquisa de mercado Mintel, analisa que:

“‘Normal’ é um termo tão carregado porque indica que existe um ‘anormal’ e na verdade não descreve nada, então é hora de o termo ser abandonado.”

Além de abandonar uma “normalidade” inexistente, a Unilever está comprometida em adotar outras medidas para promover “uma nova era de beleza que seja inclusiva, justa e sustentável” através de anúncios que mostrem pessoas de grupos subrepresentados e do uso ingredientes naturais e biodegradáveis ​​em seus produtos.

Não me engana que eu não gosto

A questão é que a Unilever, talvez, não esteja tomando essas atitudes porque percebeu o quanto ajudou a criar estereótipos que excluíam uma parcela enorme de pessoas, mas sim está alterando a sua ação de marketing porque quer capitalizar sobre a consciência do consumidor.

A geração mais jovem vem questionando o padrão de beleza estabelecido pelas propagandas, além de estar preocupada com o impacto ambiental que as marcas geram.

Para a Unilever as mudanças promovidas devem tornar o seu negócio mais bem-sucedido. De qualquer forma, a representatividade importa e eliminar um padrão de beleza é primordial.

Entretanto, como consumidores, devemos estar atentos às falsas propagandas de empresas que tentam se passar por aquilo que não são, sobretudo, em relação à sustentabilidade.

Fiquem atentos ao greenwashing e privilegie o consumo consciente, ou seja, comprem de empresas que sempre estiveram engajadas com a inclusão e a diversidade e, principalmente dos pequenos produtores e artesãos. Um mundo melhor é possível!

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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