Índice
No obscuro mundo do comércio ilegal, um dos aspectos mais alarmantes é a prática de arrancar as barbatanas de tubarão. Neste texto, exploraremos os motivos por trás dessa atividade devastadora, o destino dessas barbatanas e o impacto catastrófico que ela causa à vida marinha. Prepare-se para descobrir uma realidade chocante e despertar o seu senso de compaixão pela natureza.
Para obter as valiosas barbatanas, os pescadores ilegais adotam um método brutal conhecido como “finning”. Nessa prática desumana, os tubarões são capturados, suas barbatanas são arrancadas e o restante do corpo é descartado no mar, muitas vezes ainda vivo. Essa ação cruel e insensível causa dor, sofrimento e morte indiscriminada aos tubarões, afetando diretamente a sobrevivência dessas espécies magníficas.
Após serem arrancadas dos tubarões, as barbatanas são vendidas para o mercado asiático, onde são usadas em diversos produtos, principalmente em sopas. Devido à sua raridade e demanda, as barbatanas de tubarão podem alcançar valores exorbitantes no mercado, o que alimenta ainda mais a atividade ilegal. É uma indústria movida pelo lucro, sem qualquer consideração pela vida marinha.
As barbatanas de tubarão são cobiçadas no mercado asiático devido às crenças culturais e aos seus supostos benefícios para a saúde. Acredita-se que consumir sopa de barbatana de tubarão traga diversos efeitos, desde a melhoria da saúde até o aumento da virilidade. No entanto, é importante destacar que essas alegações não têm base científica, muito pelo contrário…
As barbatanas de tubarão são usadas principalmente na preparação da sopa de barbatana de tubarão, um prato considerado uma iguaria na culinária chinesa. A cartilagem das barbatanas é seca e preparada para ser utilizada como ingrediente nessa sopa, que é aromatizada com frutos do mar, caldo de galinha e ervas. Tradicionalmente, a sopa de barbatana de tubarão era reservada para os imperadores e a nobreza chinesa, sendo servida em banquetes e casamentos. Atualmente, o prato também é consumido por pessoas ricas de diversas culturas asiáticas e não asiáticas.
No entanto, o consumo de barbatana de tubarão está relacionado a problemas significativos. As barbatanas secas de tubarão são extremamente caras, sendo o produto do mar mais valioso em peso. Isso incentiva os pescadores a caçarem tubarões exclusivamente pelas suas barbatanas, levando a um comércio insustentável e colocando em risco as populações de tubarões em todo o mundo. A China é o principal mercado para as barbatanas de tubarão, mas o comércio também é relevante nos Estados Unidos e outros países.
Embora algumas pessoas associem a sopa de barbatana de tubarão a celebrações culturais asiáticas, o problema não é uma questão de atacar uma cultura específica, mas sim de abordar a pesca e o comércio insustentáveis. O aumento da demanda por esse prato está afetando negativamente os tubarões e outros ecossistemas marinhos. Muitos países já abandonaram práticas culturais prejudiciais ou antiéticas em prol da proteção da vida selvagem.
Em relação à saúde, a sopa de barbatana de tubarão não é considerada saudável. A cartilagem das barbatanas não possui valor nutricional significativo, e qualquer benefício para a saúde viria dos outros ingredientes adicionados à sopa. Além disso, estudos têm mostrado que as barbatanas de tubarão contêm altos níveis de uma neurotoxina chamada BMAA, que está associada a distúrbios cerebrais degenerativos como Alzheimer, Parkinson e ALS. As barbatanas também são ricas em mercúrio, uma toxina que pode causar danos permanentes ao sistema nervoso e ao cérebro. A secagem das barbatanas pode concentrar ainda mais o mercúrio, aumentando os riscos para quem consome a sopa.
Organizações como a Organização Mundial da Saúde e a Shark Stewards têm realizado testes em barbatanas de tubarão, e os resultados indicam altos níveis de mercúrio, o que excede as exposições recomendadas. Portanto, mesmo o consumo ocasional de sopa de barbatana de tubarão representa riscos à saúde devido à presença dessas substâncias nocivas.
O Shark Finning é ilegal em vários países desde 2000, mas ainda existem brechas e desafios na aplicação das leis. Algumas comissões de pesca proibiram o finning em suas frotas, mas contrabando e pesca ilegal ainda ocorrem. A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção (CITES) protege apenas algumas espécies de tubarão do comércio ilegal.
Além disso, poucos regulamentos abrangentes existem para a venda de barbatanas em todo o mundo. A documentação sobre a origem, espécie e legalidade das barbatanas é escassa. A maioria das barbatanas vai para Hong Kong para processamento e reexportação. A falta de identificação das espécies e informações sobre a legalidade dificulta a rastreabilidade das barbatanas.
É necessária uma regulamentação internacional mais rigorosa, juntamente com esforços locais para limitar o consumo e interromper esse comércio.
A pesca indiscriminada e ilegal de tubarões para obter suas barbatanas tem um impacto devastador nos ecossistemas marinhos. Ao dizimar as populações de tubarões, desequilibra-se a cadeia alimentar, causando um efeito cascata prejudicial a outras espécies marinhas. Além disso, muitas das espécies de tubarão estão ameaçadas de extinção, tornando essa prática ainda mais irresponsável e insustentável.
Fonte: Shark Stewards.org
Talvez te interesse ler também:
Sem saber, brasileiros estão comendo tubarão: uma espécie em extinção
O triste massacre dos cavalos-marinhos do qual ninguém fala
Esqualeno em cosméticos: batons, bases e protetores solares com óleo de tubarão
Categorias: Consumo consciente
ASSINE NOSSA NEWSLETTER