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A entrega (ou melhor, o delivery) de comida virou sucesso e uma das melhores opções para aquelas pessoas que não querem cozinhar, nem sair de casa para se alimentar.
Mas não se deixe enganar, quando pensamos em delivery de alimentos, automaticamente vem na mente a quantidade de embalagens que são gastas para essas entregas serem feitas.
Passou da hora de os fornecedores buscarem alternativas para deliveries mais sustentáveis, pois além de evitarem o impacto ambiental causado pelo lixo (sobretudo plástico), repensar o sistema de entregas e suas embalagens deixou de ser um diferencial, para ser um item obrigatório. Os consumidores estão cada vez mais atentos e exigentes, buscando produtos e serviços de empresas sustentáveis e responsáveis com o meio ambiente.
Também chamado de ecodelivery, o delivery sustentável é uma modalidade de entrega que buscar causar menos impacto ambiental, através de duas ações principais:
Além desses dois “pilares”, há também atenção ao não desperdício de alimentos.
Segundo a pesquisa “Percepções sobre o plástico entre usuários de aplicativos de delivery” realizada em março de 2021 pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) para o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela ONG Oceana, receber deliveries sem plástico, por exemplo, é um desejo de 72% dos consumidores.
Mas, infelizmente, o Brasil ainda está longe de alcançar as metas de sustentabilidade. O país produz mais de 78 milhões de toneladas de lixo por ano, sendo 13,5% desta formada por plástico, e recicla apenas 1,2%, de acordo com os dados sobre reciclagem do estudo Solucionar a Poluição Plástica: Transparência e Responsabilização, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
Ou seja, adotar uma entrega mais limpa e ambientalmente correta, além de ser bom para o planeta, é um diferencial também para as empresas, dado que é um desejo dos consumidores não participar desse lixo todo.
De acordo com um estudo da Union + Webster de 2019, 87 % dos consumidores brasileiros preferem consumir produtos e serviços de empresas sustentáveis, e 70% não se importam em pagar mais por isso.
Leia mais: Assine a petição #DeLivreDePlástico e peça um delivery sem plástico descartável
O que se diz é que o delivery sustentável reduz lixo, emissão de CO2 e demais Gases do Efeito Estufa (GEE). Mas não é bem assim…
Talvez o consumidor goste de saber que está colaborando com o meio ambiente, pedindo comida entregue de bicicleta e em embalagem sustentável. Mas veja bem…
Usar bicicleta elétrica, drones, patinete ou motos elétricas e qualquer outro meio similar, não emite, a priori, menos CO2. O cálculo deve ser feito não apenas em termos de economia para o entregador (veículos elétricos podem ser mais econômicos que veículos convencionais), mas de maneira geral, considerando que baterias elétricas também poluem e a energia usada para que elas sejam carregadas também deve ser considerada.
Mas a questão que mais preocupa o consumidor é a embalagem.
É verdade que as embalagens plásticas do delivery é uma das que mais vão parar em lixões, aterros, ruas e, finalmente, nos oceanos.
Mas será que trocar a embalagem plástica pela embalagem de papel é a solução?
Sim, se você considerar que o papel leva de três a seis meses para se decompor, enquanto o plástico precisa, em média, de 400 anos. Mas, mesmo assim, não é a solução sustentável dos sonhos se você for considerar a origem do papel: desmatamento ou reflorestamento? De qualquer forma, se for papel reciclado, a reciclagem em si implica em emissão de carbono, pois é sempre um processo que exige água e energia na produção.
O que se diz é que o combo embalagens biodegradáveis + veículos elétricos fazem o seu lanche feliz. Mas não é bem assim…
É claro que delivery sustentável é uma semi utopia, senão uma utopia no todo.
Também é claro que sistemas de reutilização e retorno de embalagens dependem também de leis que permitam tais práticas (em alguns países, por questão de vigilância sanitária, seria proibido).
Mas isso é para dizer, não se deixe enganar: delivery sustentável é um sonho ainda não realizado.
Considere também a má qualidade da comida – em geral, é sempre fase food – e a questão humana, trabalhista do negócio como um todo.
Se quiser se aprofundar no tema da (in) sustentabilidade dos deliveries, leia estes artigos aqui abaixo:
A Natureza agradece.
Fontes:
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Categorias: Consumo consciente
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