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Conheça novos termos como “greenhushing“, “greenshifting” e “greenlighting” que estão na moda entre as empresas, mas sendo usados muitas vezes como propaganda enganosa.
Estes, entre outros termos, são usados por empresas que não querem assumir responsabilidade por seus impactos ambientais. Conheça algumas das expressões vendidas mentirosamente (o famoso greenwashing) e entenda porque todo mundo quer tirar uma ‘casquinha’ da onda verde.
Do greencrowding ao greenhushing, foram identificados seis tipos de greenwashing:
Crowd, do inglês, multidão. Significa ter um objetivo sustentável mas se esconder em um grupo para que tal objetivo possa ser alcançado de forma lenta (passando despercebido na multidão).
Um exemplo: apesar de 65 empresas terem assinado uma aliança global com o objetivo de “acabar com o desperdício de plástico no meio ambiente e proteger o planeta”, nem tudo é o que parece. O grupo é formado por empresas muito diversas e com objetivos muito diferentes. Assim, globalmente, apenas 9% do plástico é reciclado com sucesso, as empresas estão longe de cumprir suas metas mas a impressão que dá é que elas estão fazendo suas partes ainda que suas metas de reciclagem sejam insignificantes, em vista do problema global da poluição plástica.
Member companies like @BerryGlobalInc, @DowNewsroom, Amcor, and @ProcterGamble walk a balancing beam when designing more circular yet functional plastic packaging. With industry collaboration and consumer education, we can create more circular systems for plastic packaging. pic.twitter.com/NCd2EGnjot
— Alliance To End Plastic Waste (@EndPlasticWaste) January 12, 2023
Light, do inglês, luz. Greenlighting é quando uma empresa destaca uma característica particularmente verde de suas operações ou produtos, visando desviar a atenção das atividades prejudiciais ao meio ambiente.
Por exemplo, os veículos de emissão zero representaram apenas 0,2% das vendas totais da Toyota em 2021, a menor proporção entre os 10 principais fabricantes de automóveis em todo o mundo (a Toyota é classificada como a décima corporação mais negativa e influente globalmente).
No entanto, a empresa está promovendo uma campanha de sustentabilidade ‘Beyond Zero‘ com legendas como ‘O futuro parece elétrico’.
O site da Toyota diz:
“Emissões zero não é o nosso destino. É mais um passo em nossa jornada de eletrificação para superar barreiras e construir um futuro melhor para todos: além das emissões, além das restrições, além das expectativas e além das barreiras”.
Shift, do inglês, mudança. Greenshifting é um termo que se refere à transmissão da responsabilidade das empresas ao consumidor, pelos impactos ambientais que causam.
Um exemplo é a campanha ‘Conheça sua pegada de carbono’ da BP.
A gigante do petróleo lançou uma calculadora de carbono e convidou os clientes a compartilhar suas promessas de redução de emissões.
No Twitter da BP foi publicado:
“O primeiro passo para reduzir suas emissões é saber onde você está”.
The first step to reducing your emissions is to know where you stand. Find out your #carbonfootprint with our new calculator & share your pledge today!
— bp (@bp_plc) October 22, 2019
Labelling, do inglês, rotulagem. O greenlabelling, ou rótulo verde, é uma prática em que os profissionais de marketing chamam algo de verde ou sustentável, quando na verdade não o é.
Às vezes, os produtos são promovidos em embalagens ecológicas, com símbolos de plantas ou palavras enganosas, fazendo com que os consumidores caiam em suas credenciais ecológicas. Um exemplo:
Q4: Unilever was hit by an ad ban in the UK for greenwashing this week for saying its Persil cleaning product is “kinder to our planet.” This is notable because previously, most big brands could get away with this.
How will marketers need to adjust their messaging? #AdweekChat pic.twitter.com/9IawgnxDpN
— Adweek (@Adweek) August 31, 2022
Rinsing, do inglês, lavagem. Greenrinsing refere-se a uma empresa que muda regularmente suas metas antes de serem alcançadas.
Quando as empresas falham, reduzem ou atrasam essas metas ambientais, isso levanta suspeitas sobre se elas estão realmente tentando obtê-las ou simplesmente usando-as como uma jogada de marketing.
Por exemplo, a Coca-Cola é conhecida por suas metas de reciclagem. Entre 2020 e 2022, a empresa reduziu sua meta de usar materiais de embalagem reciclados de 50% até 2030 para 25%.
Em seu último relatório de sustentabilidade, a Coca-Cola identificou 47 riscos, que vão desde a segurança e custos do produto até doenças como obesidade, que podem levar ao descumprimento das metas de sustentabilidade.
Coca-Cola, under pressure from environmentalists over its packaging policies, has pledged to use reusable containers for at least 25% of its beverages by 2030 https://t.co/IVEZMLWDAJ pic.twitter.com/kdvzFZJQNr
— AFP News Agency (@AFP) February 11, 2022
Ou seja, a Coca-Cola, maior poluidora de plástico do mundo, tem metas de reciclagem pouco confiáveis.
Hushing, do inglês, silenciar. Greenhushing é quando as organizações optam deliberadamente por subnotificar ou ocultar suas credenciais verdes. É o ecológico ‘come quieto’, mas a intenção não é boa, pois é passar uma falsa mensagem de bom samaritano, que não se mostra ou não se gaba de suas benfeitorias verdes. Assim, parece haver uma falsa modéstia green, nada ética no fundo.
Muitos governos estão começando a enfrentar a crescente questão do greenwashing pois quem não quer surfar nesta onda verde que só vem aumentando?
Países como o Reino Unido, por exemplo, planejam regulamentar ainda mais examinar minuciosamente a rotulagem ‘ambiental’ de alimentos, bebidas e outros produtos.
Antes de consumir, sempre verifique a ética e as credenciais dos produtos que está comprando. Rótulos ecológicos devem conter selos confiáveis, como FairTrade, Global Organic Textile Standard e EU Ecolabel, geralmente são os mais usados em produtos que comprovaram suas credenciais ecológicas.
Também existem selos nacionais e regionais.
Fique de olho no rótulo!
Fonte: euronews.com
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Categorias: Consumo consciente
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