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Considera-se bioconstrução toda a construção que congrega o menor impacto ambiental possível tanto na sua implantação quanto na escolha dos materiais, além de uma maior integração paisagística no entorno para privilegiar a aplicação de técnicas antigas e ancestrais e o uso dos materiais escolhidos.
USO PASSIVO DOS RECURSOS NATURAIS: aqui inclui-se o aquecimento da água para o banho através da energia solar; a captação e o armazenamento da água das chuvas para uso nos sanitários e jardins; o uso de energia elétrica de matrizes eólica e fotovoltaica; o controle da temperatura por ventilação e insolação natural (habitação quente no inverno e fresca no verão).
USO DE MATERIAIS ECOLÓGICOS: é considerada ecologicamente correta a construção com terra crua (adobe; taipa…); o teto vivo ou teto verde; o uso somente de madeira certificada; pisos externos permeáveis.
GESTÃO DOS RESÍDUOS: neste caso temos tratamento do esgoto através de banheiros secos ou fossas assépticas; uso dos canteiros de raízes no tratamento das águas cinza (chuveiro; tanque; pia…); compostagem do lixo orgânico; reciclagem do lixo inorgânico; gestão dos resíduos durante a construção (redução/eliminação do entulho); requalificação da edificação significa pensar a construção desde o projeto até seu descarte ou demolição.
PAISAGISMO EXUBERANTE: presentear a edificação e seus habitantes com a maior área verde possível e cercá-la de todo cuidado através de um projeto paisagístico bem adequado à região e às necessidades, hábitos e costumes de seus usuários (espécies raras necessitam de muitos cuidados, as espécies espontâneas na região não demandam muitos cuidados).
Na bioconstrução também se pensa a construção de mobiliário, a tinta das paredes (tinta de terra é o mais adequado desde que a terra escolhida não seja contaminante, é claro) e até a filosofia de vida dos que habitarão essa casa. Porque a bioconstrução objetiva também melhor integrar o ser humano à natureza.
O MMA produziu em 2008, uma apostila básica de bioconstrução para os cursos de bioconstrução ministrados pelo PROECOTUR, um programa da Secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável. O curso de bioconstrução, que aconteceu em experiência piloto, na Ilha Grande do Paulino, Tutóia, Maranhão, logrou transmitir os conhecimentos e técnicas para a realização da bioconstrução para 35 pessoas da comunidade local.
A aceitação foi ótima e os resultados práticos – casas – o demonstraram. Daí surgiu essa apostila, ou cartilha, que você pode baixar grátis aqui.
A divulgação das técnicas de bioconstrução é fundamental para que as comunidades adquiram autonomia na construção de suas moradias e a recuperação, o reaprendizado das técnicas tradicionais ambientalmente muito mais adequadas.
A bioconstrução pode usar qualquer tipo de material mas, é importante recuperar o uso dos materiais que já existem no local de construção: terra, pedra, madeira, palha, água, vento, inclinação do terreno, insolação, dentre outros.
Usar os materiais já disponíveis reduz significativamente os custos de construção, desde que seja também usada a técnica mais adequada ao clima, terreno, insolação e umidade da região. Por isso, alguns povos usavam fardos de palha, outros preferiam o adobe, a taipa ou a madeira encaixada. Mas, em locais onde o bambu é abundante, o uso desta enorme gramínea também é muito adequado.
Na apostila do MMA você poderá estudar as técnicas corretas para a construção com superadobe, cob, taipa de mão, taipa de pilão, solocimento, fardos de palha e ferrocimento, com desenhos descritivos e explicações muito fáceis de se entender.
Mas, a bioconstrução não é, necessariamente, uma construção “de per si” sustentável ou ecológica, ainda que a sustentabilidade seja um dos seus fundamentos.
Basicamente, a bioconstrução é o uso de materiais que estão à disposição, duráveis, baratos, resistentes, e neste rol poderão entrar também as construções feitas com garrafas pet, ou com garrafas de vidro, ou com pneus, enfim, com materiais de reuso. Só que é importante saber que alguns materiais nunca, ou muito dificilmente, se reintegrarão um dia ao meio ambiente pois não são de lá provenientes – este quesito não afeta a sustentabilidade mas afeta a ecologia, porém, a bioconstrução não se perturba com essa questão, desde que sejam observadas as regras que descrevemos no começo deste artigo.
Se você estiver pensando em construir e gostaria de fazê-lo de uma maneira econômica e sustentável, vale a pena a leitura da apostila do Curso de Bioconstrução do MMA que, verdadeiramente, é muito boa e, se gostar, ajude a divulgá-la a quem mais precisar. Afinal, essas técnicas de construção já têm milhares de anos de aplicação comprovada.
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Fontes: trevert.com e MMA
Categorias: Bioarquitetura, Morar
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