Encontrado ouriço muito raro e ameaçado, que só existe no Brasil. Descoberta traz esperança


A ação humana produz um impacto devastador nos ecossistemas. Um relatório da ONU, publicado no ano passado, estimou em um milhão o número de espécies ameaçadas, animais e vegetais. Mas, de vez em quando, boas novas chegam até nós.

Segundo notícia publicada recentemente pelo G1, em suas caminhadas pela Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) onde trabalha, a Pedra D’Antas, em Pernambuco, o guarda florestal José Antonio Vicente Filho costumava avistar um determinado tipo de ouriço de espinhos avermelhados.

Mas só durante uma saída de campo com três amigos pesquisadores ‘seo Zezito’ descobriu que se tratava do coandu-mirim (Coendou speratus), uma das espécies de ouriços-cacheiros mais raras e mais ameaçadas do Brasil.

O Coendou speratus entrou para os anais da ciência apenas em 2013, quando ele foi descrito pela primeira vez, e só existe no Brasil. Sua presença se restringe a áreas específicas de Alagoas e Pernambuco. A notícia de que também pode ser encontrado na RPPN Pedra D’Antas vem carregada de esperança:

Esta descoberta possui uma grande importância para a conservação da espécie, pois amplia a área de ocorrência de uma espécie de mamífero em perigo de extinção em pelo menos 100 km dos registros já realizados desde a sua descoberta”, explicou Ricardo Ribeiro da Silva, biólogo responsável pela parte da pesquisa na reserva, em entrevista ao G1.

Seo Zezito já havia tido a oportunidade de observar o animal raro em diversas ocasiões e fez um breve relato desses momentos:

“Sempre encontro o coandu sozinho, dormindo de dia, ou circulando pelas árvores durante a noite, em busca de alimento. Já vi o coandu comendo vários frutos de sapotáceas (como o prejuí, a azeitona-da-mata, guapeba, cocão, buxo-de-veado e leiteiro), do bulandi, do murici e do jacarandá”, disse.

O termo “speratus”, que compõe o nome científico da espécie, deriva do latim e significa “esperança”. Há um bom motivo para isso, conforme explicou o biólogo Ricardo Ribeiro:

“Assim como no nome da espécie, nós pretendemos trazer esperança para a sua conservação. Por isso estamos copilando os dados de ocorrência dela e todas as informações biológicas que conseguimos durante os avistamentos para futuramente publicarmos um artigo científico”.

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Gisele Maia

Jornalista e mestre em Ciência da Religião. Tem 18 anos de experiência em produção de conteúdo multimídia. Coordenou diversos projetos de Educação, Meio Ambiente e Divulgação Científica.


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