O mico-leão-preto, Leontopithecus chrysopygus, animal típico da Mata Atlântica, quase chegou à extinção.
Hoje, é um animal raro, já que existem apenas 1,6 mil indíviduos da espécie vivendo nas florestas do Paranapanema e em outras partes da Mata Atlântica. Graças a ações de conservação do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), uma organização da sociedade civil que surgiu em 1992 e mantida por doações, uma iniciativa do pesquisador Cláudio Valladares Pádua.
Cláudio iniciou as pesquisas de campo sobre o mico, porque não havia informações registradas sobre o animal. “Foi quando começou a se desenvolver um modelo de atuação para salvar esse primate da extinção”, explica Gabriela Cabral Rezende, coordenadora de projetos do Programa de Conservação do Mico-leão-preto. Em 2015, com esse projeto, o IPÊ ficou entre os finalistas do Prêmio Nacional de Biodiversidade, promovido pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A importância da ação fez com que o mico-leão-preto deixasse de estar na categoria criticamente em perigo, em 2008, para entrar na categoria em perigo. Isso só foi possível com o melhoramento do habitat do animal e a restauração de fragmentos de Mata Atlântica.
A fragmentação das florestas é a principal causa da ameaça ao mico, conforme alerta Gabriela, pois ela provoca o isolamento das populações e o seu declínio. Uma das ações do IPÊ é envolver a comunidade local na conservação do animal, o que vem garantindo bons resultados, segundo a bióloga. “Felizmente, o trabalho de mais de três décadas com o mico-leão-preto culminou na redução do grau de ameaça à espécie”, afirma Grabriela.
O trabalho, que teve início em 1983, no Pontal do Paranapanema (SP), principal área onde a espécie vive, foi motivado pela construção da hidrelétrica de Rosana, que alegaria 10% do local. Foi preciso resgatar os primatas e outras espécies para serem levadas a outras regiões de Mata Atlântica.
Na época, o mico-leão-preto já era uma das espécies de primatas mais ameaçadas do mundo. “E, atualmente, sua situação ainda é preocupante”, alerta a bióloga do IPÊ.
Na década de 1980, iniciou-se, junto com o trabalho de pesquisa, o investimento em educação ambiental, conservação do habitat, criação de Unidades de Conservação e restauração florestal.
O mico-leão-preto é, oficialmente, a espécie que simboliza o estado de São Paulo e reforça “a relevância deste primata para a conservação da Mata Atlântica como um todo”, adverte Gabriela Rezende.
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Fonte foto: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2014/03/licoes-do-mico-leao-preto-que-escapou-da-extincao.html
Categorias: Animais em extinção, Informar-se
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