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Ovos são um dos alimentos mais consumidos no mundo. Além de serem usados primariamente como alimento, são usados na produção de doces, pães, biscoitos, bolos e bolinhos e, principalmente na indústria alimentícia multinacional, a origem dos ovos usados em suas receitas são sempre desconhecidas. Conscientes cada vez mais das miseráveis condições em que são mantidas as galinhas poedeiras, o consumidor prefere cada vez mais ovos orgânicos ou de galinhas criadas livremente. Mas o que estes termos realmente significam?
Segundo um relatório do Instituto Cornucopia, uma organização sem fins lucrativos que promove a política de alimentação e de agricultura biológicas, os ovos rotulados como “de galinhas soltas” ou “orgânicos” podem não ser exatamente o que o consumidor imagina. Os ovos assim rotulados poderiam inclusive ser produzidos por galinhas que raramente veem a luz do sol.
De acordo com a American Egg Board, 9 em cada 10 ovos consumidos pelos norte-americanos, são postos por galinhas confinadas em gaiolas. O desafio em mudar a linha de produção de ovos é enorme para os produtores visto que o termo “galinhas livres de gaiolas” ou “cage-free” em inglês, pode significar que as galinhas estão sim fora das gaiolas, mas igualmente confinadas em espaços pequenos.
Como esclarece o The Guardian, as pequenas empresas produtoras de ovos “éticos” estão buscando novos termos para promoverem seus produtos como o nosso ovo de galinha caipira, da galinha criada ao ar livre: “free range” ou “pastured” em inglês.
Contudo, nos Estados Unidos, entidades independentes e sem fins lucrativos como a Animal Welfare Approved e a Certified Humane fazem uma certificação que pode ser vista nos rótulos de alguns produtos. No caso dos ovos, o próprio Instituto Cornucopia fez um ranking de 136 marcas de ovos orgânicos.
Em vários países do mundo, o bem-estar animal reivindicado por associações de defesa animal, vem sendo tratado em legislações que proíbem determinadas condições na exploração comercial do animal. Nos Estados Unidos vários estados legislaram para a abolição ou restrição de gaiolas.
Multinacionais do ramo da alimentação como a Aramark, a Sodexo e a Compass Group estão progressivamente suprimindo o uso de ovos de galinhas presas. McDonald, Dunkin ‘Donuts, General Mills e Nestlé também dizem estar migrando gradualmente para os ovos produzidos sem gaiolas.
Termos como “orgânico” e “livres de gaiolas” não significam que as galinhas sejam bem tratadas vivendo livres, leves e soltas. “Livres de gaiolas” significa apenas que as galinhas não são mantidas em gaiolas; elas podem passar toda a vida dentro de um estabelecimento sem o devido espaço que lhes garanta bem-estar.
Orgânico significa que os agricultores precisam de utilizar ração orgânica e criar as galinhas ao ar livre, mas grandes fazendas podem cumprir a regra construindo pequenas varandas ao redor das fazendas e criando até 150.000, 200.000 galinhas juntas.
A discussão é importante uma porque o consumidor quer ter certeza do que compra e as indústrias, por questões econômicas, buscam cada vez mais satisfazer as exigências do consumidor atento ao bem-estar animal, à ética e ao meio ambiente.
Resta ao consumidor atento comprar nas feiras livres do pequeno produtor que cria realmente suas galinhas livres, leves e soltas ou buscar saber melhor sobre a marca de ovo caipira ou orgânico que costuma comprar.
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Fonte fotos: shutterstock.com
Categorias: Alimentar-se, Produtos Orgânicos
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