Comer mal mata mais do que fumar, diz estudo


Todos os anos no mundo, uma em cada cinco mortes pode ser atribuída a um estilo alimentar incorreto, no qual as bebidas açucaradas predominam e os legumes e grãos integrais são escassos. Independentemente de qualquer excesso de peso, a má alimentação desenvolve doenças crônicas, especialmente doenças cardiovasculares e diabetes, podendo até levar à morte.

É a sentença que vem de cerca de 130 cientistas de quase 40 países ao redor do mundo que, coordenados por Ashkan Afshin, do Instituto de Medição e Avaliação da Saúde da Universidade de Washington, chegaram à conclusão de que um quinto das mortes poderia ser evitado, simplesmente adotando uma dieta saudável.

Definida como “a análise mais completa dos efeitos da dieta na saúde”, a pesquisa, publicada no The Lancet, não é sobre a obesidade, dizem os acadêmicos, mas sobre as dietas de “baixa qualidade” que danificam o coração e causam câncer, tornando nosso estilo alimentar um assassino mais perigoso do que fumar.

Especificamente, as dietas consideradas perigosas analisadas são aquelas que contêm:

  • Excesso de sal (três milhões de mortes);
  • Poucos grãos integrais (três milhões de mortes);
  • Poucas frutas (dois milhões de mortes);
  • Baixos níveis de nozes, sementes, vegetais, ômega 3 e fibras.

“Acreditamos que a dieta é um dos principais impulsionadores da saúde no mundo”, diz Christopher Murray, diretor do Instituto de Métricas de Saúde e Avaliação da Universidade de Washington.

O estudo

Já em 2017, Ashkan Afshin tinha elaborado um relatório mundial sobre a obesidade. Agora, a partir deste novo trabalho – focado nas ligações entre dieta e patologias crônicas – descobriu-se que uma dieta alimentar inadequada foi responsável por 10,9 milhões de mortes (contra 8 milhões de mortes associadas ao tabaco e 10,4 milhões de hipertensão), igual a 22% das mortes registradas entre os adultos.

A primeira causa são as doenças cardiovasculares, seguidas por tumores e diabetes. Além disso, uma dieta incorreta foi responsável por 255 milhões de anos perdidos devido à morte prematura causada por uma doença ou porque vividos com deficiências (DALYsDisability-Adjusted Life Year).

causa mortis

Em particular, de acordo com o estudo, em 2017 as doenças cardiovasculares foram a primeira causa de morte devido a uma dieta errada (cerca de 9,5 milhões de mortes) e de Dalys (207,2 milhões), seguidas de câncer (mais de 900 mil mortes e 20,2 milhões de Dalys), diabetes (mais de 330 mil mortes e 23,7 milhões de Dalys) e patologias renais (mais de 130 mil mortes e 3,4 milhões de Dalys).

Entre os 20 países mais populosos do planeta, em 2017, o Egito oi o país com a maior taxa de mortes relacionadas à dieta e o maior número de Dalys, enquanto o Japão é o oposto.

O efeito de fatores dietéticos individuais é certamente variável de país para país, mas para todos existem hábitos errados que preocupam mais da metade das mortes: baixa ingestão de grãos integrais, pouca fruta, alto consumo de sal. Outra metade das mortes e 34% dos Dalys são reduzidos a um alto consumo de carne vermelha, carnes processadas, bebidas açucaradas e ácidos graxos trans.

morte dietas 1

mortes dietas 2

“A adoção de dietas que favoreçam os alimentos à base de soja, feijão e outras fontes de proteína vegetal trará benefícios importantes para a saúde humana e para o meio ambiente”, diz Walter Willett, professor de Harvard e co-autor do novo trabalho. Enquanto o sal, o açúcar e a gordura estiveram no centro do debate sobre políticas alimentares nos últimos anos”.

Em suma, a análise indica que os fatores dietéticos que causam mais risco de morte são a alta ingestão de sódio, o baixo consumo de grãos integrais, frutas, legumes, leguminosas, frutas secas, nozes e sementes. A solução? Reduzir o uso do sal de cozinha, aumentar o consumo de frutas e legumes e incluir frutas secas e grãos integrais na dieta! Não é tão difícil assim. Bastaria cozinhar mais e comprar menos comida pronta, industrializada!

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Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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