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É cada vez mais comum encontrarmos indicações de plantas, que nem imaginávamos na vida que fossem comestíveis, mas que vêm sendo estudadas e resgatadas para a nossa culinária e para o nosso dia a dia. Assim é o caso da taioba, uma planta vista como “mato”, ou até mesmo como erva daninha, que pouca gente imagina o bem que ela faz à nossa saúde.
Isso porque a taioba é riquíssima em nutrientes, vitaminas, minerais e fibras que promovem muitos benefícios, principalmente para o nosso intestino.
Apesar de todos os benefícios que veremos a seguir, também é importante saber identificá-la, pois existem espécies consideradas venenosas que podem causar irritação na boca e garganta.
Por isso, vamos aprender o que é taioba, como identificar a espécie comestível, quais os seus benefícios e como cozinhá-la (é muito fácil)!
A taioba é uma planta tropical que pode ser considerada uma verdura, pois ela é comestível e o modo de preparo é semelhante ao de outros vegetais, como a couve, por exemplo.
Ela é composta de muitos nutrientes e minerais, sendo uma excelente aliada para os cuidados com a saúde, especialmente por causa da grande quantidade de vitamina A presente em sua composição.
A taioba é originária da América Central, porém já era cultivada há milhares de anos na China e no Egito. Suas folhas parecem com as folhas da couve, porém um pouco mais largas e mais vistosas.
Ela também é conhecida como: orelha-de-elefante, macabo, mangarás, mangará-mirim, mangareto, mangarito, taiá e yutia. Seu nome científico é Xantosoma sagittifolium e ela pertence à família das Aráceas, sendo facilmente cultivada em regiões de clima quente e úmido.
Uma informação cuidadosa sobre essa família de planta é que nem toda espécie dela encontrada é comestível. A taioba-brava, cujo nome científico é Colocasia antiquorum schott, não é indicada para o consumo humano pois possui oxalato de cálcio, uma substância que pode causar asfixia, ardor na garganta e na boca. Por isso, recomenda-se apenas o consumo da taioba-mansa fervida em água.
Justamente por causa desse risco em comer a taioba-brava no lugar da taioba-mansa, é muito importante saber identificá-la, até mesmo com relação a outras plantas da mesma espécie.
Botanicamente falando, as plantas comestíveis possuem sobre o talo uma espécie de pó, chamado pruína. Se os talos da planta possuírem essa ceragem com aspecto de um talco, significa que são próprias para o consumo, bastando apenas ferver um pouco na água para remover essa camada de pó.
As folhas da taioba são uniformemente verdes, bem como seus talos, também chamados de pecíolos. Possuem nervuras bem marcantes, são bem macias e ficam cremosas quando cozidas.
Uma característica importante que difere a taioba-brava da taioba-mansa é que as folhas das duas possuem formato triangular (coração), porém na taioba-mansa a junção das duas partes se dá no encontro com o talo, enquanto que na taioba-brava esse encontro ocorre antes da inserção do talo, o qual tem coloração arroxeada.
Segundo o pesquisador Nuno Rodrigo Madeira, agrônomo da Embrapa, as dicas para distinguir a taioba que é própria para o consumo são:
“O primeiro passo é ter um histórico de procedência da planta ou da muda. Em seguida devem-se observar as seguintes características: se houver um ponto roxo onde o pecíolo encontra a folha, a tendência é ser selvagem; quando houver uma nervura perimetral, dando volta completa na borda da folha, geralmente é comestível; quando o “v” da forma de coração, que consideramos como a reentrância da folha, atingir o pecíolo, em 90% dos casos é comestível.”
O porte dessas plantas pode atingir até dois metros de altura. Sua cultura e utilização é muito semelhante às do taro e do inhame.
Além da quantidade abundante de vitamina A, a taioba possui muitos outros benefícios para a saúde e para o meio ambiente, como por exemplo o amido, que além de ser muito utilizado na culinária, pode ser também uma importante fonte de estudo para a produção de bioplástico.
Por isso, vamos saber mais sobre os benefícios da taioba, bem como a reintroduzir seu consumo em nossa rotina alimentar, assim como vem ocorrendo em todo o território brasileiro.
Dentre os principais benefícios que a taioba pode nos fornecer, desde que tenhamos uma vida equilibrada e regrada, é claro, podemos destacar:
Esses e outros benefícios podem ser comprovados por um estudo muito aprofundado sobre a taioba, cujo objetivo principal é contribuir para a melhoria nutricional das populações de regiões de clima excessivamente úmido para o plantio de verduras folhosas clássicas, com o intuito até de erradicar a fome de algumas regiões do país.
Uma vez que poucas pesquisas são disponíveis sobre a folha de taioba, esse estudo discutiu a contribuição de vegetais folhosos sobre a saúde humana, baseados em estudos com animais e humanos.
Neste estudo também se afirma que os efeitos da planta podem prevenir o câncer de intestino devido à quantidade elevada de fibras e fitoquímicos que ela possui. Sabe-se que a fibra alimentar presente na taioba e em outros vegetais, por não ser digerida pelas enzimas intestinais dos humanos, pode alcançar o intestino grosso quase intacta ou sofrer algum grau de fermentação pela microbiota intestinal.
Com isso chegou-se à conclusão de que o consumo de folhas de taioba também são benéficas para a diminuição da glicemia e do colesterol, bem como da modulação da microbiota intestinal e da motilidade intestinal, o que leva a associar também à prevenção de câncer de cólon, doenças inflamatórias intestinais e até mesmo obesidade.
Depois de aprender sobre a taioba, seus benefícios e como distingui-la de outras espécies, vamos aprender como prepará-la.
Geralmente a taioba é consumida cozida ou refogada e o processo é semelhante ao preparo da couve, onde as folhas são lavadas, escorridas e picadas ou cortadas grosseiramente.
Após esse processo, sugere-se o refogamento das folhas com alho, um pouco de óleo e azeite e demais ingredientes que achar necessário (temperos a gosto).
Nesse vídeo são utilizados apenas três ingredientes, além das folhas de taioba e do óleo:
Acompanhem a receita no vídeo e incrementem se acharem necessário. Usem a criatividade!
Esperamos que gostem dessas dicas e até a próxima.
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Categorias: Alimentação, Alimentar-se
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