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O jenipapo é muio conhecido, principalmente, nas regiões norte e nordeste do Brasil. Os índios guaranis já conheciam e utilizavam, de várias formas, o jenipapo, na alimentação, para uso medicinal e como tinta. Neste conteúdo serão apresentadas formas de consumo e utilização do jenipapo e suas várias propriedades e muitos benefícios.
Confiram os assuntos que serão tratados:
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O jenipapeiro (Genipa americana) é a árvore que frutifica o jenipapo. No Brasil, é nativa da Amazônia e Mata Atlântica, em regiões úmidas, próximas aos rios.
Na América é encontrada nas regiões tropicais sobretudo nas Américas do Sul e Central. Esta árvore é parente da árvore do café, pertencendo à família Ribiaceae.
Jenipapo, em guarani, significa “fruta que serve para pintar” e, de fato, do sumo dessa fruta verde, se obtém uma tinta, com a qual se pode pintar a pele, como os índios o fazem, fazendo tatuagens naturais, que duram em torno de 2 semanas. A tinta do jenipapo pode ser utilizada, de forma artesanal, para pintura de paredes, cerâmica etc. A cor da tinta dessa fruta é azul-escura e se deve à genipina, o composto orgânico encontrado no jenipapo.
Altura: 8 a 14 m de altura, podendo chegar aé 30 m.
Diâmetro do tronco: 60 cm, podendo chegar até 90 cm.
Cor da casca: cinzenta
Textura da casca: relativamente lisa
Características das folhas: grossas, com cerca de 35 cm de comprimento, agrupadas na ponta dos ramos
Características das flores: vistosas, de cor branca ou amarelada e perfumadas
Aparência e características da fruta: arredondada, amarronzada, dura quando verde e mole quando madura, com várias sementes pequenas e achatadas. Frutos é uma baga arredondada, em geral, de cor amarelo-pardo, sua polpa tem cheiro forte, sendo comestível, com sabor adocicado.
Usos alimentar, terapêutico ou medicinal:
Raiz: o chá da raiz serve como purgante e o líquido branco extraído dela, trata catarata.
Casca: a casca do jenipapeiro possui tanino, por isso, tem a propriedade de reduzir o colesterol ruim. Outros benefícios da utilização da casca se dão no tratamento de úlceras e anemias.
Folhas: servem para baixar os níveis de glicose no sangue e para o tratamento da sífilis. As folhas do jenipapeiro também são utilizadas como alimento para criação bovina.
Frutos: o fruto do jenipapeiro pode ser consumido ao natural ou na forma de doces, geleias, bolos, compotas, licores, xaropes, suco e licor. Os frutos também são utilizados para tratar sífilis e na cicatrização de umbigos de recém-nascidos. Na forma de suco, o fruto é utilizado para tratar asma, anemia, diarreia e dor de dentes. O suco da fruta também pode ser utilizado como tinta natural de pele, além de proteger contra picadas de insetos. O suco do jenipapo é eficiente no controle das plaquetas do sangue em pacientes submetidos à quimioterapia ou radioterapia e é ainda um excelente componente diurético e indicado no tratamento de transtornos do estômago. Tais usos medicinais devem ser recomendados por um médico ou especialista em saúde.
Árvore: o jenipapeiro pode ser usado em ornamentação e paisagismo, sendo utilizado na arborização de parques, praças, jardins e áreas de preservação ambiental.
Já que conhecemos melhor o jenipapo, que tal, na primeira oportunidade, desfrutar de seu sabor e benefícios, através destas três receitas?
Na receita abaixo, no vídeo da Rosa Priscilíssima, os ingredientes são jenipapo, água, açúcar e amido de milho. Confira!
Oi Broto! ensina no vídeo abaixo a fazer um suco de jenipapo à moda baiana. Ele também ensina a reconhecer quando a fruta está no ponto de consumo. Dá uma olhada:
Sonia Santos ensina a fazer jenipapo cristalizado. Nada se joga, da polpa se faz licor. Essa frutinha cristalizada deve ser tudo de bom mesmo. Veja só:
O jenipapo possui em sua composição, os seguintes nutrientes:
As propriedades do jenipapo têm as seguintes funções:
Devido à sua composição nutricional, o jenipapo oferece os seguintes benefícios:
É importante lembrar que apesar de tantos benefícios que o jenipapo oferece, o consumo desta fruta não substitui a necessidade de consultas médicas e de exames clínicos e laboratoriais, para diagnosticar problemas de saúde, quando se fizer necessário.
Desde que não ocorra o consumo exagerado do jenipapo, não há registros de contraindicações ou efeitos colaterais.
Devido a desmatamento da Mata Atlântica e devastação do Cerrado Brasileiro, o jenipapo está sendo levado à extinção. Outro fator que contribui para a redução da cultura, preservação e replantio do jenipapo, é o nosso condicionamento alimentar de consumir só o que é conhecido ou o que o mercado nos induz a comprar.
Atentando à isso a Slow Food Brasil tem feito campanhas, eventos e projetos, para que as pessoas saiam desse paradigma alimentar, ampliem e diversifiquem o cardápio, de forma inteligente, justa, ética e saudável, com alimentos típicos da região, não convencionais ou pouco conhecidos, contribuindo para estimular produtores e agricultores a aumentarem a demanda de cultivo orgânico desses alimentos, buscando a preservação e uso sustentável da biodiversidade, com a proteção de espécies vegetais e raças animais.
Outro objetivo desse Movimento é resgatar e valorizar a cultura alimentar típica e tradicional de cada região, de acordo com seu ecossistema, restituindo ao alimento sua dignidade cultural e incentivando a sensibilidade do gosto e ao ato de se alimentar. O movimento Slow Food busca a valorização do ato de comer e da produção do alimento, definindo isso como ecogastronomia e o jenipapo, é um dos alimentos que fazem parte da lista que essa entidade busca valorizar e incentivar a sua preservação, produção e consumo.
O ato de se alimentar influi em nosso modo de vida. Na atualidade, por conta da correria e da disseminação dos fast foods (comida rápida), as pessoas se alimentam mal, se condicionando a comerem os mesmos alimentos e, dessa forma, vai se criando uma mecânica que limita a produção, a expansão e a valorização de alimentos saudáveis, como por exemplo o jenipapo e outros vegetais.
Sem perceber, a alimentação, a produção de alimentos e o ecossistema são prejudicados pelas nossas escolhas alimentares e, assim, somos condicionados a nos alimentarmos de forma padronizada e artificializada.
Valorizemos e sacralizemos o ato de comer, pois através dele, a Vida se movimenta, expande e se mantém!
Categorias: Alimentação, Alimentar-se
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