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Quem tem o hábito de ler os rótulos dos produtos alimentícios antes de comprá-los, sempre se depara com as palavras “óleo vegetal” que, sem especificar de qual vegetal se trata, a inscrição pode esconder a presença do óleo de palma, um óleo muito utilizado pela indústria e cada vez mais associado à problemas de saúde e ambientais.
Por ser um óleo versátil e de baixo custo, também na indústria de cosméticos, o óleo de palma vem sendo usado com frequência na fabricação de cremes, sabonetes e detergentes destinados à higiene pessoal. E, na indústria alimentícia, este óleo está presente também em produtos ditos “saudáveis”: orgânicos, vegetarianos, veganos, etc.
O problema é o seu elevado teor de gordura saturada, que pode chegar a 50% no caso do óleo de palma derivado da fruta, e a 80% no caso do óleo extraído da semente de palma, um ótimo componente para aumentar os níveis de colesterol ruim no sangue.
Para ser usado pelas indústrias, este óleo fica em um estado oxidado com uma consistência semi-sólida à temperatura ambiente, o que é muito útil para as suas utilizações química e alimentícia, mas a sua oxidação pode causar diversos tipos de intoxicação ao corpo.
No entanto, o óleo de palma bruto (não refinado) é muito rico em β-caroteno e vitamina E, mas quando refinado, aquecido ou modificado, perde muitos destes benefícios.
Financeiramente, o óleo de palma é um óleo de baixo custo de produção e é essa a causa da sua utilização maciça nos últimos anos para responder à demanda de uma indústria que precisa de um óleo versátil, de baixo custo e utilizável em muitos campos de aplicação.
Mas o cultivo do óleo de palma (no Brasil também conhecido como azeite de dendê) está subtraindo florestas de valores inestimáveis, que abrigam ecossistemas únicos no mundo, como as florestas da Indonésia, que vêm sendo queimadas frequentemente para darem espaço às novas mudas da planta produtora do óleo de palma.
Além da destruição da biodiversidade local, a fumaça causada pelo fogo emite muito CO2 na atmosfera.
Os biomas mais prejudicados são as florestas da Malásia e da Indonésia, onde se produzem 87% do óleo de palma consumido no mundo. O Brasil não é um grande produtor, contribui para 0,5% da produção mundial, a maior parte vinda do Pará.
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O óleo de palma é também utilizado, além dos cosméticos e dos alimentos, na produção de biodiesel por exemplo. O biocombustível obtido a partir de óleo de palma, no entanto, foi marcado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos como não ecológico, porque sua produção emite emissões dióxido de carbono acima do permitido para que um biocombustível seja considerado “limpo“, bem como pelos enormes custos ambientais de sua produção.
Apesar de ter todas as qualidades necessárias para suprir as demandas da indústria moderna, um substituto ecológico ao óleo de palma é possível. A esperança residiria em uma levedura oleosa chamada Metschnikowia pulcherrima que tem um perfil lipídico quase idêntico ao óleo de palma.
Enquanto isso não acontece, alguns produtores estão escrevendo em suas embalagens “não contém óleo de palma” em vista do consumidor estar cada vez mais informado e preocupado seja com a própria saúde, que com a preservação da natureza.
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Categorias: Alimentação, Alimentar-se
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