A WFP (World Food Programme) é uma ONG dedicada ao combate à fome ao redor do mundo. De acordo com os dados da entidade, há 842 milhões de pessoas subnutridas ao redor do mundo – 1/8 da população mundial. No Brasil, a estimativa da entidade é de que 6,9% da população (quase 14 milhões de pessoas) estejam subnutridas.
Por não permitir energia e nutrientes para uma vida saudável, a subnutrição ainda é considerada o maior risco à saúde no mundo – mais do que AIDS, malária e tuberculose somadas.
Entretanto, a ONG também apresenta em seu site uma boa notícia: já há alimentos suficientes para toda a população mundial, sem a necessidade de nenhuma revolução científica: necessita-se apenas de vontade política para resolver o problema.
A redução da fome é uma ação ‘ganha-ganha’ para os governos, pois aumenta a produtividade e gera negócios. Além disso, previne a perda de milhões de dólares gastos anualmente em saúde e outras áreas, como resultado da subnutrição infantil.
Em muitos lugares, a redução da fome também contribui para a paz e a estabilidade, pois as regiões onde há escassez de alimentos são as mais tendentes à violência e à instabilidade do governo.
Por fim, a redução da fome também contribui com o progresso em muitas outras áreas, especialmente educação e saúde.
A entidade reconhece que a humanidade tem feito progressos rumo à redução da fome crônica, especialmente nas últimas décadas do século passado, mas que esse progresso começou a estagnar neste século.
Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, na sigla em inglês) indicam que os prejuízos causados pelo desperdício de alimentos pode chegar a 750 bilhões de dólares ao ano.
De acordo com a entidade, mais de 1 bilhão de toneladas de alimentos (cerca de um terço do que é produzido) é desperdiçado todos os anos, causando perdas econômicas e impactos nos recursos naturais: água, terra e biodiversidade, e contribuindo para as mudanças climáticas.
De acordo com o relatório “Os rastros do desperdício de alimentos: impacto sobre os recursos naturais”, a água utilizada anualmente na produção de alimentos que serão desperdiçados equivale à vazão do rio Volga, na Rússia (o rio mais longo da Europa).
Além disso, são emitidos anualmente mais de 3 bilhões de toneladas de GEE (gases causadores de efeito estufa) na atmosfera do planeta para produzir esses alimentos.
O relatório também indica que 54% do desperdício ocorre nas fases iniciais de produção, manipulação pós-colheita e armazenamento. Os outros 46% ocorrem nas fases de processamento, distribuição e consumo.
Nos países em desenvolvimento, as perdas tendem a ser maiores na fase de produção, enquanto nos países mais desenvolvidos o desperdício costuma ser maior nas fases de distribuição e consumo – fases em que as consequências ambientais são maiores, pois incluem os custos ambientais decorrentes do processamento, transporte, armazenagem e utilização.
Buscando as causas do desperdício, o estudo conclui que nas áreas mais desenvolvidas alguns dos motivos do desperdício são: ineficácia no planejamento das compras, que são feitas em excesso; exagero no cumprimento de datas de validade; e padrões estéticos e de qualidades, que fazem com que grandes quantidades de alimentos comestíveis sejam rejeitados.
Já nos países em desenvolvimento, as limitações financeiras, técnicas e estruturais na colheira, transporte e armazenamento são a maior causa das perdas, favorecidas também pelas condições climáticas que propiciam uma deterioração mais rápida.
Se esses alimentos não fossem desperdiçados e fossem adequadamente distribuídos, haveria alimento suficiente para todas as pessoas no mundo.
Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Alimentação, Alimentar-se
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