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A celebração da Páscoa é marcada por diversas tradições ao redor do mundo, uma delas sendo o consumo de cordeiro. Mas de onde vem essa tradição e por que ela está envolta em controvérsias nos dias de hoje?
Cordeiro livre e feliz na grama
Para os cristãos, o cordeiro tem um significado simbólico profundo, representando Jesus Cristo. No entanto, o diretor da Famiglia Cristiana, uma revista católica italiana, ressalta que o atual abate de cordeiros para a Páscoa está distante de ser uma tradição religiosa autêntica. Embora a tradição cristã associe o cordeiro ao sacrifício de Cristo, não há exigência oficial da Igreja Católica para consumi-lo durante a Páscoa. Surpreendentemente, em 2005, o Papa Bento XVI apoiou a tese de que Jesus Cristo não consumiu cordeiro durante a Última Ceia, contrariando crenças arraigadas.
A tradição de comer cordeiro na Páscoa remonta aos tempos bíblicos, quando era uma prática comum entre os judeus. Com o advento do Cristianismo, o cordeiro se tornou um símbolo do Messias, o “cordeiro de Deus”, que se sacrifica pelos pecados da humanidade. Essa associação simbólica foi amplamente retratada em obras de arte ao longo da Idade Média.
Cordeiros na fazenda, marcados e tristes
Apesar do simbolismo tradicional do cordeiro, surgem questionamentos éticos em torno do seu consumo durante a Páscoa porque é durante esse período que milhões de cordeiros são abatidos para manter uma tradição sem fundamentos hoje em dia.
O ativismo animal revela histórias perturbadoras sobre o tratamento dos cordeiros, mantidos em condições precárias e de sofrimento nos matadouros, levantando questões éticas e de bem-estar animal que muitos consideram inaceitáveis. Por exemplo:
O sofrimento dos cordeiros não se justifica por tradição ou religião.
Diante dessas revelações, surgem apelos para repensar a tradição de consumir cordeiro na Páscoa, bem como outros animais em outras festas religiosas (como o peru do Natal, o peixe da sexta-feira-santa, etc). Muitas associações de proteção animal destacam as crueldades infligidas aos cordeiros e outros animais, incentivando a considerar alternativas.
No caso dos cordeiros o ativismo seria até desnecessário pois quem tem coragem de comer um filhotinho desse?
Montagem: um cordeiro envolvido em bandeja de isopor à venda no supermercado
De qualquer forma, o objetivo do ativismo é:
Enquanto a tradição de consumir cordeiro na Páscoa persiste em muitas partes do mundo, as crescentes preocupações com o tratamento dos animais levantam questões sobre o valor ético dessa prática. À medida que as pessoas reavaliam suas tradições e escolhas alimentares, é importante considerar o impacto dessas decisões não apenas em nós mesmos, mas também nos animais e no mundo ao nosso redor. A Páscoa, afinal, é uma época de renovação e reflexão, e talvez seja a hora de repensar nossas tradições para garantir um futuro mais compassivo para todos os seres vivos.
Salve um cordeiro feliz, solto, no campo com flores
Fontes e fotos:
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Categorias: Vegetariano e Vegano
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