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Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?
A empresa finlandesa Onego Bio Ltd levanta 10 milhões de euros em financiamento para comercializar uma tecnologia inovadora para produzir clara de ovo sem galinhas.
A tecnologia da Onego Bio, desenvolvida e pesquisada no VTT Technical Research Center da Finlândia, permite a produção de bioalbumen com meios de agricultura celular.
Bioalbumen é uma proteína de ovo livre de animais, produzida com um processo de fermentação de precisão específico que cria proteína de clara de ovo idêntica sem a necessidade de ter uma galinha envolvida.
A empresa acredita que a demanda por proteína de clara de ovo livre de animais estará crescendo globalmente, porque a pecuária intensiva causa muitos riscos ambientais, como
A produção global de ovos quase dobrou de volume nos últimos 20 anos e está prevista para atingir 138 milhões de toneladas até 2030.
Na VTT, a equipe desenvolveu um método de agricultura celular seguro, sustentável e econômico para produzir ovalbumina, o ovo mais abundante com proteína branca.
Segundo a empresa, a agricultura celular pode fornecer as mesmas proteínas de ingredientes alimentares que usamos todos os dias, mas dissociadas do sistema de agricultura animal.
Para eles, isto pode trazer benefícios significativos do ponto de vista ambiental, ético e de segurança. Este processo biotecnológico, baseado no aproveitamento da microflora Trichoderma reesei para a produção de proteínas, com a ajuda de
pode proporcionar melhorias ambientais significativas na produção de clara de ovo. A equipe acredita que a tecnologia escolhida é superior por sua eficiência e produtividade.
Aparentemente, a tecnologia está nos levando a um mundo 100% artificial que parece ótimo (cruelty free, etc), mas cujos impactos ambientais ninguém conhece realmente.
Vamos entender mais um pouco:
Um estudo recente elencou 90 razões que justificam um olhar sério sobre a agricultura celular. Em resumo, vamos conferir alguns pontos negativos e positivos:
Será que agricultura celular virá como a nova tendência que começa aos poucos a surgir como um sistema sustentável de produção alimentar?
Vamos pensar no futuro, em 2050, quando as Nações Unidas estimam que a população mundial terá aumentado para quase 10 bilhões de pessoas. A natureza vai dar conta de produzir tanto alimento?
Emilia Nordlund, que dirige a equipe de Food Solutions, prevê:
“A agricultura celular revolucionará a indústria de alimentos de forma tão dramática quanto a Internet revolucionou muitas outras indústrias”.
Os pesquisadores admitem que o maior obstáculo é a aceitação do consumidor.
Novos alimentos desse tipo já foram consumidos em ambientes de pesquisa, mas pode levar mais três a cinco anos até que as proteínas do ovo e do leite cheguem ao mercado.
Na Coreia do Sul, pesquisadores estão desenvolvendo alimentos impressos em 3D para ajudar a resolver um problema causado pelo envelhecimento.
Por exemplo, os idosos costumam depender de alimentos macios, mais fáceis de mastigar.
Com a impressão 3D, alimentos de texturas mais macias podem ser criados com o mesmo valor nutricional dos alimentos mais firmes, por meio de um método de processamento que decompõe os alimentos em minúsculos nutrientes, triturando-os a uma temperatura muito baixa com nitrogênio líquido.
Jin-Kyu Rhee, professor associado da Ewha Womans University, explica sobre a impressora de alimentos 3D:
“O objetivo é que alguém em casa possa imprimir comida com qualquer sabor e textura que quiser. Os cartuchos são todos de texturas, alguns macios e outros rígidos. Estamos desenvolvendo uma biblioteca de texturas de alimentos, para que as pessoas possam combiná-las para simular um tipo real de comida. Eles podem encomendar seu próprio cartucho e receitas digitais para gerar sua própria comida, pronta para cozinhar com um forno de micro-ondas. Também pode ser usado para viagens espaciais”.
De acordo com Rhee, o protótipo da impressora será concluído até o final deste ano. Se tudo correr bem, em 2025, um futuro não tão distante, você poderá passar um café 3D!
Parece loucura, mas tudo indica que vamos nos alimentar de algo parecido com as “pílulas do sabor”.
Claro que muitas dúvidas cercam esta produção tecnológica e mais estudos precisam ser feitos quanto à produção, valor nutricional, sabor, textura e outros.
O importante é saber que este processo já está acontecendo (para fugir dele)!
A verdade é que, nenhuma tecnologia avançada substituirá a delícia de comer uma fruta colhida do pé in natura. Mas, se o ser humano continuar a destruir o meio ambiente, talvez seja a única saída: consumir um alimento programado por computador.
Deus nos livre!
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Categorias: Alimentação
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