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O cará-de-espinho é uma trepadeira que se desenvolve de forma espontânea em matas e florestas brasileiras.
O tubérculo dessa trepadeira é considerado uma PANC, ou seja, Planta Alimentícia Não Convencional, e seu potencial para servir à alimentação humana é bem acentuado.
Encontrada de forma abundante em regiões brasileiras, serve como alimento e fonte de renda para as comunidades locais.
O grande e pesado tubérculo dessa trepadeira, por si só, já garante um boa refeição e nutrição.
Saiba mais sobre o cará-de-espinho. Vale a pena conhecê-lo e principalmente incluí-lo na alimentação.
O cará-de-espinho é uma das espécies da família Dioscoreaceae, pertencente ao gênero Dioscorea, de nome científico Dioscorea altissima (denominação mais antiga) ou Dioscorea chondrocarpa.
O cará-de-espinho é encontrado de forma abundante no Amazonas, sendo de origem sul-americana.
Ela foi trazida para cá pelos escravos na época do tráfico negreiro.
Aqui no Brasil, essa planta encontrou as condições ideais para prosperar e servir de alimento típico nas áreas onde existe a sua ocorrência.
O cará-de-espinho é conhecido popularmente como cará-japecanga ou cipó-jacaré.
Pode ser encontrado nas regiões Norte, Centro-oeste e Sudeste brasileiras.
É um dos principais alimentos nas aldeias indígenas e roças familiares no Baixo Amazonas.
O cará-de-espinho apresenta as seguintes características:
Saiba diferenciar o cará de outros tubérculos em:
A trepadeira do cará-de-espinho não é apropriada para o cultivo doméstico, porque é muito grande, se espalha e exige muito espaço. Além disso, essa trepadeira tende a se desenvolver apoiando-se em outras árvores.
Este tubérculo contém vários nutrientes importantes para a saúde humana, como:
As espécies do gênero Dioscoreae, dentre as quais a cará-de-espinho, possuem as seguintes propriedades:
Combate os radicais livres e o envelhecimento precoce
Ajuda a controlar a diabete
Serve para prevenir e combater o aumento do colesterol.
Previne contaminações por microrganismos.
Ajuda a reduzir inflamações.
Atua no combate à formação de tumores.
Age como um fito-hormônio para equilibrar a produção de testosterona.
Devido aos seus componentes fito-hormonais equilibra a produção do estrogênio, ajudando na reposição hormonal da mulher durante a menopausa.
Favorece uma boa digestão.
Por conta das propriedades, dos valores nutricionais e das substâncias bioativas, o cará-de-espinho e outras espécies do gênero Dioscoreae apresentam grande potencial para a prevenção e tratamento de diversas doenças.
Além de ser substancioso e saboroso, o cará-de-espinho apresenta benefícios ao organismo, servindo como um alimento nutritivo e terapêutico.
Veja os vários benefícios que o consumo alimentar do cará-de-espinho pode trazer à saúde:
O cará-de-espinho vem sendo cultivado de modo experimental no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Campus Manaus Zona Leste (IFAM CMZL), onde são plantados sob manejo agroecológico, ultrapassando 150 kg.
Os povos amazônicos brasileiros conhecem bem as diversas possibilidades culinárias do cará-de-espinho, o que motivou os pesquisadores a se aprofundarem nas propriedades e benefícios desse tubérculo.
Um dos estudos feito neste instituto levou à constatação de que o cará-de-espinho possui maior quantidade proteínas e fibras e menor de lipídios, em relação à mandioca por exemplo.
Alguns dos outros resultados revelados pela pesquisa do IFAM são:
Em comparação com a batata, o cará-de-espinho possui um gosto mais ácido e contém mais calorias.
Como alimento, o cará-espinho pode ser preparado assado, refogado, frito ou cozido e utilizado em receitas como:
Apesar de todos os benefícios e vantagens do consumo do cará-de-espinho, se consumido em excesso pode provocar reações adversas como:
Além do mais, por ser um alimento calórico, se a pessoa é muito sedentária, pode levar ao aumento de peso.
O cará-de-espinho é mais facilmente encontrado na região norte, mas também é possível encontrá-lo em grande redes de supermercados, feiras ou zonas cerealistas.
Caso não encontre o cará-de-espinho, outras espécies do gênero Dioscoreae podem ser mais fáceis de encontrar.
Quando for escolher o cará, atente para observar se não há nenhuma parte mofada ou amolecida.
Esses sinais indicam que o tubérculo passou do ponto. Por isso, sempre prefira aqueles que estejam firmes e sem manchas.
Para prolongar a conservação do cará-de-espinho guarde-o em local seco e protegido do calor.
Não guarde na geladeira, pois local frio e úmido pode fazer com que amoleça e estrague mais rapidamente.
Se bem conservado, pode durar 120 dias.
Não é à toa que o cará-de-espinho é tão valorizado pelos povos da florestas e as comunidades rurais.
Além do seu valor nutricional e propriedades terapêuticas, o cará pode saciar a fome de muita gente.
Agora que já conhece as qualidades desse alimento, não deixe de incluir em sua alimentação para dar um UP na saúde.
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Categorias: Alimentação
Publicado em 01/10/2022 às 5:00 pm [+]
Uma dúvida. É certo isso dessa planta ter vindo da África? Se estamos falando da Dioscorea chondrocarpa a informação que acho é que é planta nativa das matas da américa tropical Brasil e outros países da américa do sul e tropical. https://powo.science.kew.org/taxon/urn:lsid:ipni.org:names:317802-1
Publicado em 13/10/2022 às 9:37 am [+]
Oi Márcio, obrigada pela informação. De fato, é nativa sul-americana. Desculpa a confusão e obrigada pelo correção.