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Uso de especiarias, caldos, mandioca, inhame, pão. Pratos saborosos, que datam de séculos e que continuam vivos na mesa dos brasileiros.
A culinária africana exerceu forte influência por aqui. Basta provar um acarajé pelas ruas de Salvador ou comer um cuscuz com ovo mexido nos recantos do Nordeste.
Tem também a famosa feijoada, herança dos tempos de escravidão, que se tornou o prato mais famoso do Brasil, e que começou com a criatividade e adaptabilidade que os escravos foram obrigados a ter quando vieram para cá.
A comida africana é muito rica e cheia de história e ela se funde à gastronomia brasileira de uma forma singular.
Conheça abaixo mais sobre a história da comida africana, ou melhor, das comidas africanas, pois diversidade é a palavra-chave para entender um pouco dessa gastronomia.
Quando os negros vieram para o Brasil, escravizados, eles não puderam trazer ingredientes de sua terra natal, no entanto, trouxeram memórias e a resistência de manter vivas suas tradições.
Paralelamente, mas pelas mãos dos mercadores de escravos, vieram alimentos que hoje são comuns no Brasil, mas que eram parte do continente africano:
Todos esses itens passaram a fazer parte da mesa dos brasileiros, desde então, e compuseram grande parte dos pratos típicos daqui, como acarajé, canjica, angu, cocada.
Como em muitos outros locais colonizados, o território africano recebeu influência de muitos outros povos, e isso aparece em sua culinária.
Não há como falar em uma culinária única, pois a África é enorme e essa mistura de gastronomias tornou a comida africana bem variada.
No entanto, há alguns traços em comum.
O consumo de arroz ou algum outro vegetal, como inhame, batata ou mandioca, uma panela com guisado ou salada, e o acompanhamento – não sempre – de uma proteína, como carne ou peixe.
Essa é a base das refeições em vários locais.
É possível ainda dizer que no norte da África é comum o cultivo de trigo. Já na África Subsaariana, o que prevalece são os vegetais farináceos. Em comum, o uso do arroz e da batata, em diversos locais.
O milho é consumido com mais frequência na África Austral e Oriental. Nas regiões mais secas, a mandioca faz parte de grande parte das refeições.
Como ensina o historiadobrasil.net “os escravos trazidos para o Brasil pelos portugueses, vieram de duas regiões do continente africano. Da região de Moçambique, Congo e Angola vieram os bantos (importante grupo étnico das regiões Centro-Sul e Nordeste da África)”. E da Nigéria, Guiné e Costa do Ouro vieram os sudaneses.
Portanto, a nossa influência culinária africana vem desses países e por isso, vamos descrever abaixo alguns dos principais pratos típicos de cada um deles:
Badijas – um bolinho frito feito com feijão nhemba e Mucapata – uma espécie de pudim salgado feito de arroz, feijão e coco. Também vêm de Moçambique a sopa de mandioca, o doce de abóbora com coco e o bolo cru de mandioca. Delícias!
Bolinho de chuva (Mikate), Carril de amendoim, Chips de banana da terra e outras receitas que podem ser feitas em versão vegana podem ser vistas nesse site, o Congolinaria, especializado em culinária africana.
Funge – também chamado pirão, este prato é a base da alimentação das populações do norte de Angola. Feito à mão com com farinha de milho ou de mandioca, serve como acompanhamento aos pratos principais.
Conhecida como a mais apimentada do mundo, a culinária nigeriana é quente! Entre seus pratos principais temos sopas de pimentas, arroz de coco e muitos outra receitas feitas com inhame, mandioca, feijões e milho.
Alguns dos pratos mais representativos da gastronomia guineense são o Sigá e o Caldo de chabéu (um tipo de fruta). Infelizmente, a maioria deles é feita com peixe ou carne.
Os exemplos são muitos e estão presentes em todas as regiões brasileiras. Já provou um acarajé? Dificilmente alguém que more no Brasil pode falar que nunca provou uma feijoada. Até mesmo algumas receitas que parecem influência portuguesa, como o quindim, receberam adaptações nas mãos das negras escravas que cozinhavam para seus senhores.
Confira abaixo algumas comidas brasileiras de origem africana.
Ele é considerado patrimônio cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural (Iphan) e é visto em diversas regiões do Brasil, especialmente em Salvador. O acarajé um bolinho frito, feito com massa de feijão fradinho e recheado com camarão, vatapá, molho de pimenta.
Ela, obviamente, estaria na lista. Os historiadores contam – embora essa origem não seja um consenso entre eles – que a feijoada nasceu graças à necessidade. Os escravos não tinham direito a comer alimentos nobres, como carnes de primeira. Sobrava para eles os pedaços que os senhores desprezavam. E foram esses pedaços que engrossaram o feijão preto, e deram caldo e substância à conhecida feijoada.
Feito, inicialmente, com inhame, esse prato se modificou, passando a ser produzido com fubá e água. Um alimento barato e que dava sustentação para aguentar o trabalho pesado. O angu também é conhecido em algumas regiões como polenta, consequência da influência europeia, especialmente a italiana.
Datada de épocas coloniais, nas quais a cocada era vendida em tabuleiros e era comum em várias fazendas de cana-de-açúcar, esse doce tão comum por aqui, é uma herança africana.
Veja receitas de cocada no link abaixo:
Comum no nordeste brasileiro, o cuscuz é feito com farinha de milho, água e sal. Simples, pode ser acompanhado de ovos, queijo, manteiga e até mesmo carnes.
Parece português, e inicialmente era mesmo. Feito com gemas, açúcar e amêndoas, o doce era conhecido como Brisa-do-Lis. No Brasil, sofreu adaptações. A amêndoa – difícil de encontrar – foi substituída por leite de coco e o doce ganhou outro nome e outra cara. Nascia o quindim.
Além destes, tem uma série de outros: quibebe, xinxim, vatapá, canjica, pamonha, abará, farofa.
O Brasil guarda até hoje muitas heranças africanas em todos os setores, e na comida é fácil de provar o quanto essa influência trouxe mais sabor e riqueza aos pratos brasileiros.
Para resgatar então a nossa cultura afro-brasileira pela boca, deixamos com vocês algumas receitas de comidas africanas bem saborosas, saudáveis e nutritivas para variar o cardápio.
Bom apetite
Veganos podem comer feijoada, sem crueldade e com muito sabor. Confira no Receitas Fake News do Rafael Ribas uma receita que dá água na boca.
Ingredientes:
(Feijão)
(Feijoada)
(Molho apimentado)
Vamos fazer essas badejas tradicionais do Moçambique! Bolinho frito quem não ama?
Ingredientes
Siga o passo a passo no vídeo do Canal Cozinha com Miss Chiconele:
Muito simples esse prato vai te encantar para mudar aquele arroz basicão nosso do dia a dia. A receita é simples: leva arroz, água, leite de coco, sal e cebolinha.
Confira tudo no vídeo abaixo e bom apetite!
Esperamos que tenham gostado.
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Categorias: Alimentação
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