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Salmão, e peixes em geral, são tidos como alimentos saudáveis. O salmão é ainda um dos mais queridinhos. Versátil de preparar, compõe pratos bonitos pela cor, e tem todo aquele quê de comida refinada. Mas de refinado ele não tem nada. Veja uma lista de motivos para não comer salmão.
Depois dessa, salmão nunca mais.
Assado ou grelhado, cru no sushi ou ao molho de maracujá, o salmão é uma popular iguaria marinha.
Nas últimas décadas, o peixe que era privilégio dos mais abastados passou a ser acessível a todos, ou quase todos, impulsionado ainda pelos seus supostos benefícios à saúde: contém ácidos graxos como o ômega 3 que possui as propriedades de reduzir o nível de colesterol “ruim” (LDL), possui ainda triptofano, vitaminas D, B3, B6, B12, selênio, proteínas, fósforo e magnésio
Além disso, a coloração vivaz do peixe, a cor salmão, indicaria riqueza em um poderoso antioxidante chamado astaxantina. Isso porque estes peixes, na natureza, se alimentam de crustáceos que, por suas vezes, são ricos em astaxantina.
Mas tais benefícios, o salmão teria apenas se se tratasse do salmão selvagem. Em vez disso, o que as pessoas compram no supermercado, a um preço acessível, é o salmão cultivado em tanques superlotados, bombados de medicamentos, químicos e colorantes artificiais que lhes dão a cor salmão (o salmão de cativeiro é, na verdade, cinza)
Aí, nestes casos, além de não fazer bem, o bicho acaba sendo um alimento tóxico.
Nós falamos sobre isso aqui:
Salmão de cativeiro faz mal: é considerado o alimento mais tóxico do mundo
Mas além da questão saúde, existem outros fatores negativos relacionados ao consumo do salmão.
A pressão aos cardumes naturais de salmão causada por sua popularização, fez com que cada vez mais os salmões fossem cultivados em cativeiro.
E os impactos desse cultivo, tanto no meio ambiente quanto na qualidade do peixe assim produzido, causam muitas preocupações quanto à sua sustentabilidade e até mesmo à saúde do consumidor.
Visando um crescimento acelerado para diminuir os custos de produção, criou-se inclusive o salmão geneticamente modificado – apelidado Frankenfish, em referência ao monstro Frankenstein – primeiro animal transgênico destinado ao consumo humano.
Na natureza, o salmão percorre uma verdadeira epopeia para completar seu ciclo de vida.
Nascido em rios e lagos de água doce, o peixe passa a maior parte de sua vida adulta no oceano, até o momento de sua reprodução.
Guiados por algum mecanismo ainda não completamente desvendado pela ciência, os salmões viajam dezenas de milhares de quilômetros se necessário, e nadam correnteza acima para voltar ao local de seu nascimento, onde desovarão – e muitos morrerão.
Uma vida maravilhosa dessa não deveria acabar em um prato de sushi.
Em cativeiro, buscam-se maneiras de simular essas condições. Após a fertilização in vitro, os peixes passam sua “juventude” em água doce, sendo depois levados para o mar, onde são criados em tanques-rede (espécie de gaiolas flutuantes onde os salmões são isolados de seus predadores naturais).
Os peixes são alimentados com ração até chegar ao tamanho adequado, quando são removidos e encaminhados para o abate.
O que seria uma boa forma de se evitar danos às populações naturais de salmão, na verdade tem causado muita controvérsia.
Confira a seguir alguns dos pontos negativos encontrados em relatos das condições de criação de salmão em cativeiro:
Com toda essa problemática em torno ao famoso e super requisitado salmão, a Global Salmon Initiative (GSI) juntamente com o World Wildlife Fund (WWF), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) das Nações Unidas (ONU) e o Rabobank, reuniram-se em Boston, em ocasião da Seafood Expo North America, para encontrarem soluções sustentáveis para a produção do salmão e não perderem a grande demanda pelo peixe.
Líderes empresariais deste ramo da aquicultura acreditam que uma mudança significativa nas atuais práticas empresariais é a única maneira de o setor atender ao seu potencial de mercado e a futura demanda global dos consumidores por salmão.
Estas mudanças implicariam em certificar as empresas participantes da GSI pelo Salmon Standard da Aquaculture Stewardship Council (ASC), o que já representa um avanço se comparado com as práticas correntes; focar na saúde dos cardumes – primariamente para solução do problema “piolho marinho” e gestão de outras doenças e garantir fontes sustentáveis de alimento por meio de parcerias com empresas similares.
O padrão proposto, entretanto, não é orgânico – ainda permite o uso de antibióticos, por exemplo – e não bane completamente os tanques-rede, buscando, no entanto, mitigar suas consequências.
Mas enquanto o consumo do salmão implique os problemas ambientais levantados no texto, seria mesmo necessário continuar comendo este peixe?
Se você ainda não se convenceu da inutilidade de comer um peixe cinza, pintado de salmão, que viveu trancado a vida toda, contra a sua natureza, comendo ração para engordar rápido ainda tendo que suportar piolhos… veja esse vídeo e tire suas conclusões: salmão? Nunca mais!
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Categorias: Alimentação
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