Robotox, o robô que avisa toda vez que um novo agrotóxico é liberado


2019 começou com um recorde de registros de agrotóxicos no Brasil: praticamente um por dia. Até o momento, 166 agrotóxicos foram liberados para uso no Brasil, de acordo com publicações do Diário Oficial da União.

A Agência Pública e a Repórter Brasil vão monitorar e divulgar novas liberações em um projeto que reúne tecnologia e informação. Segundo reportagem desses veículos, dos 166 novos registros, 48 são classificados como extremamente tóxicos. Como alerta a publicação, ainda que os ingredientes ativos desses produtos já fossem comercializados no país, a novidade é o uso deles em novas culturas, fabricação por novas empresas ou combinações com outros químicos.

Uma parceria entre a Agência Pública com a Repórter Brasil e o projeto Por Trás do Alimento lançou, esta semana, o Robotox, um robô que vai postar no Twitter todas as novas liberações de agrotóxicos concedidas pelo Governo Federal.

Para acompanhar os tuítes do Robotox, é só seguir a conta @orobotox ou www.twitter.com/orobotox.

O Robotox é uma ferramenta que se alimenta das publicações feitas pelo governo federal no Diário Oficial da União. A codiretora da Pública, Natalia Viana, explica que:

“Criamos essa ferramenta para os cidadãos poderem acompanhar, de perto de com informações oficiais, todos os novos produtos agrotóxicos que forem liberados no mercado brasileiro. É preciso que essa política tenha mais transparência e seja mais debatida com a população”.

Além disso, o Robotox vai monitorar o número de agrotóxicos aprovados, o seu grau de toxicidade, o nome do produto e da empresa. O Por Trás do Alimento fez um levantamento que mostrou que apenas 5% dos 166 pesticidas cujos registros foram aprovados em 2019 são produzidos em solo nacional, o que significa que somos não apenas consumidores como importadores desses produtos.

Diariamente, o robô fará postagens e, quando houver uma nova liberação, o Robotox disparará tuítes informando a marca do produto, a cidade sede da empresa, o nome comercial, a classificação toxicológica e as culturas indicadas para uso.

robotox

A jornalista da Repórter Brasil Ana Aranha detalha que:

“Essa é a segunda ferramenta com dados sobre agrotóxicos que lançamos esse ano, a primeira foi o mapa sobre a contaminação da água que chega às torneiras dos brasileiros. Nos dois casos, trabalhamos para dar transparência a dados que são públicos”.

O projeto em parceria entre as três entidades deve ser festejado pela sociedade brasileira, que precisa ser esclarecida sobre a “farra” dos agrotóxicos no Brasil. Reportagens pautadas no interesse público e no direito à informação qualificada são meios para que saibamos o que acontece ao nosso redor.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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