A farinha de mandioca tem só benefícios ou pode fazer mal?

Queridinha das dietas, principalmente de quem pratica atividade física de alta intensidade, a farinha de mandioca incorporou o cardápio nutricional de quase todo o país, pois algum tempo atrás ela era mais comum nas regiões norte e nordeste do Brasil.

Tornou-se ainda mais popular pelo fato de não conter glúten, favorecendo pessoas que são intolerantes a ele ou que estão fazendo algum tipo de dieta com restrição. O glúten causa inchaço e é extremamente prejudicial para pessoas que sofrem com doenças autoimunes, como a Tireoidite de Hashimoto, por exemplo.

No entanto, nem só de benefícios consiste a farinha de mandioca…

Devido ao seu alto índice glicêmico, a farinha de mandioca e seus derivados não é indicada para pessoas com diabetes ou que fazem algum tipo de dieta hipercalórica, pois o seu consumo em excesso pode ser prejudicial nesses casos.

Mas calma!

A farinha de mandioca só faz mal se consumida em excesso. Portanto, um pouquinho de vez em quando, não fará tão mal assim à saúde de ninguém! Vamos conferir?

O que é a farinha de mandioca?

A farinha de mandioca é só um dos produtos que são produzidos a partir da raiz da mandioca. Além da farinha, a partir do processamento da raiz também são obtidas: a farinhas d’água, a fécula de mandioca, o tucupi e a tapioca, muito consumida nas dietas fit.

O processo de moagem foi herdado dos indígenas, os quais foram os pioneiros no cultivo e processamento desse alimento. Com o passar do tempo, a indústria modernizou com as casas de farinha para atender à alta demanda, até chegar ao que consumimos hoje onde encontramos facilmente esses produtos em supermercados e comércios diversos.

Benefícios da farinha de mandioca

A farinha de mandioca é rica em ferro, cálcio, potássio, magnésio e vitamina B6, sendo bastante utilizada para quem busca uma fonte de energia rápida devido ao carboidrato abundante em sua composição.

Além dessas propriedades, a farinha de mandioca também contém triptofano que auxilia na produção de serotonina que é o hormônio do bem-estar. Com isso há melhora no humor, diminuição do estresse e da depressão, bem como redução da compulsão por doces.

Para quem busca por uma dieta com pouca gordura e rica em fibras, pode contar com a farinha de mandioca, pois ela não tem gorduras e possui fibras que ajudam a dar saciedade e a regular o intestino, eliminando toxinas e diminuindo o estufamento causado por gases e inflamações.

Por falar em inflamação, a farinha de mandioca é uma ótima opção para quem tem intolerância ao glúten composto de gliadina, uma proteína do trigo que pode causar inflamações e irritações no cólon, levando até mesmo ao desenvolvimento de câncer.

Farinha de mandioca faz mal?

A resposta é: depende! Como todo alimento, se consumida em excesso, a farinha de mandioca pode fazer com que a pessoa engorde ao invés de emagrecer, bem como pode agravar o caso de quem tem diabetes, pois ela eleva o índice glicêmico devido à rápida absorção do carboidrato presente.

Pelo fato de conter vitaminas e minerais importantes para a saúde e por não conter glúten, muitas pessoas abusam desses benefícios e extrapolam na quantidade. É aí que mora o perigo! A tapioca por exemplo, é muito consumida por quem pratica atividade física e encontra-se numa dieta restritiva. Porém, por terem a tapioca como opção no lugar do pãozinho, abusam do recheio ou da quantidade ingerida, fazendo com que se torne uma vilã das dietas!

Por isso, o melhor a fazer é consultar um nutrólogo ou nutricionista, para que a alimentação seja adaptada ao estilo de vida, com as quantidades diárias recomendadas, para comer sem culpa e sem prejuízos.

Consuma farinha de mandioca, mas não abuse da farofa preparada com gorduras e muitos condimentos, muito menos da tapioca com recheios doces e gordurosos. Moderação é a melhor medida!

Índice glicêmico e pessoas com diabetes

Pedimos à nossa nutricionista Michelle Bortoletto esclarecer a um nosso leitor sobre a questão do índice glicêmico da farinha de mandioca ser alto ou baixo. Confira a sua resposta:

“



A mandioca (in natura) tem índice glicêmico (IG) baixo e carga glicêmica (CG) média. O IG é o quanto a gente vai liberar de glicose na corrente sanguínea, e a CG é a quantidade de carboidrato que absorvemos. Todo o processo de refinamento aumenta seja o IG que a CG. Mas tudo, claro, vai depender da combinação que fazemos. Se você usar farinha de mandioca mas colocar ovo no preparo ou biomassa de banana verde ou chia , pode reduzir o IG e a CG. Mas falando na farinha de mandioca isoladamente, ela pode ter IG mais alto por causa do refinamento.”

Portanto, diabéticos, atenção. De fato, a farinha de mandioca não está liberada sem que antes você consulte um médico ou nutricionista.

Fontes: 

1. Wikipedia
2. Mundo Boa Forma
3. @michelle_bortoletto

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