O Greenpeace divulgou um seu estudo inédito onde, com base em amostras de alimentos comprados em são Paulo e Brasília, em 3 feiras livres destas cidades, revelou um nível de agrotóxicos acima dos limites permitidos por lei.
Apesar da amostra não ser representativa da totalidade do país, é muito provável que o país todo esteja levando veneno à sua mesa.
Na amostra, alimentos comuns da nossa alimentação como “mamão-formosa, tomate, couve, pimentão verde, laranja-pera, banana-prata, banana-nanica, café, arroz integral, arroz branco, feijão preto e feijão-carioca”, 60% deles continham resíduos de agrotóxicos e substâncias proibidas para determinados alimentos, além de pesticidas acima dos limites permitidos por lei.
“Como se não bastasse, foram detectadas substâncias banidas em outros países e também um agrotóxico proibido no Brasil”, lê-se na publicação oficial do site.
A ONG critica a nossa política agrícola (o agronegócio) apresentando em seu relatório uma análise sobre como o alimento é produzido no Brasil. Além disso, a ONG pede para que os brasileiros assinem a petição #ChegaDeAgrotóxicos pela aprovação da Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos em nossas mesas.
O vídeo abaixo mostra os detalhes da pesquisa realizada pelo Greenpeace:
Para ter certeza de estar comendo um alimento saudável, o ideal seria conhecer sua procedência. Como infelizmente isso nem sempre é possível, aliás é bem difícil que aconteça, o jeito é preferir alimentos orgânicos e mesmo assim, lavá-los bem antes de consumi-los.
Um estudo recentemente publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry revelou que o bicarbonato de sódio é o melhor ingrediente para limpar os alimentos de determinados agrotóxicos, retirando até 96% de seus resíduos.
O estudo foi feito por pesquisadores da Universidade de Massachusetts, nos EUA, e analisou 3 formas de limpeza de alimentos usando os seguintes ingredientes: bicarbonato, água corrente e hipoclorito de sódio (alvejante) para a retirada de dois pesticidas de uso bem comum, o phosmet e o tiabendazol.
No estudo, lavar apenas com água corrente revelou-se o método menos efetivo na limpeza e na redução do veneno.
Com bicarbonato, os testes revelaram que as maçãs tiveram 80% do tiabendazol e 96% do phosmet reduzidos seja em sua superfície que nas partes mais profundas da fruta (lembrando que maçã é um dos alimentos que mais leva agrotóxicos para ser produzida). As maçãs ficaram imersas por 15 minutos em solução de água com bicarbonato na proporção 10 mg/ml, mais ou menos uma colher de chá de bicarbonato de sódio em duas xícaras de água. A medida não precisa ser tão certinha.
Os autores do estudo acreditam que os pesticidas se degradam mais rapidamente em bicarbonato de sódio, facilitando a remoção física destes, por lavagem.
Alvejantes, hipoclorito de sódio ou, se preferir, a famosa cândida, por outro lado, se revelou útil para matar bactérias e outros germes que podem estar presente nos alimentos.
Contudo, devemos nos lembrar que outros métodos de limpeza caseira (por exemplo, com vinagre) não foram analisados bem como não foram considerados outros tipos de agrotóxico usados na produção intensiva de alimentos.
O Dr. Motoko Mukai, toxicologista do Departamento de Ciências da Alimentação da Faculdade de Agricultura e Ciências da Vida da Universidade de Cornell, que não participou deste estudo, disse à CNN: “eu não estaria muito preocupado sobre qual é a melhor maneira” – de retirar o resíduo de agrotóxico dos alimentos.
Mukai diz que diferentes pesticidas podem degradar – ou não – na presença de bicarbonato de sódio ou outros compostos.
“Tudo depende das propriedades químicas do pesticida, por isso (o bicarbonato) pode não ser adequado para todos”. Ele acrescenta que a pesquisa mostrou que lavar produtos é eficaz na redução de resíduos de pesticidas, mas não há “nenhum vencedor evidente”. Outros tipos de cozimento ou de processamento de alimentos também podem diminuir os níveis de resíduos químicos.
Você até pode comprar orgânicos, diz Mukai, mas nem estes estão totalmente livres dos pesticidas e precisam ser bem lavados antes de consumidos.
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Categorias: Alimentação, Alimentar-se
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