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Raiz forte é um raladinho de rábano silvestre, Armoracia rusticana, uma planta da família das couves, Cruciferae ou Brassicaceae, que tem uma grande variedade de nomes científicos e regionais. Mas, também costumamos chamar de raíz forte ao wasabi, um raladinho verde pistache que acompanha os sashimis, sempre.
A raiz forte é muito usada tanto como tempero quanto na cura, desde tempos muito antigos. A Armoracia rusticana, que também pode ser chamada de Cochlearia armoracia, Armoracia lapathifolia, Nasturtium armoracia, Radicula armoracia ou Rorippa armoracia e, dos nomes leigos rábano-bastardo, rábano-de-cavalo, rábano-picante, rábano-rústico, rábano-silvestre, rábano-silvestre-maior, rabão-silvestre, rabão-rústico, rabiça-brava, rabo-de-cavalo ou saramago-maior, é de origem europeia-asiática (há controvérsias já que ocorre nas culinárias locais desde o norte da Europa até o Oriente Médio, tendo sido referida nos escritos de Plinio. o Velho, naturalista romano, como planta de cura).
A raiz forte é cultivada desde a antiguidade e usada como acompanhamento e condimento para peixes e carnes. Antigamente era o único tempero picante das cozinhas alemã e dinamarquesa, as quais usam tanto as raízes e caules, ralados, quanto as folhas, que também são comestíveis.
Já os povos judeus fazem desta raiz ralada o acompanhamento do gefilte fish (bolas de peixe cozido, alimento tradicional), misturado com beterraba ralada para ficar rosado ou puro, o chrain, muito eficaz se você está acatarrado, com sinusite ou dor de cabeça (já vou explicar o porquê).
Já o wasabi, Wasabia japonica, é de outro gênero botânico apesar de também ser uma Brassicaceae. Esta sim é uma planta de origem oriental, japonesa para ser mais exata, e de difícil cultivo por ser muito sensível às variações de temperatura e outras. Porém, o wasabi é integrante absolutamente necessário na alimentação japonesa, especialmente nos pratos que usam peixe crú.
Pois é, wasabi e raiz forte têm uma composição análoga (que também ocorre na mostarda) que lhes dá o sabor ardido e as propriedades curativas – quando as células destas plantas se rompem as enzimas geram um composto ardido e volátil, o alil-isotiocianato (ou óleo de mostarda) que é irritante para as mucosas do nariz, garganta e olhos, causando intenso lacrimejar e expulsão de catarros acumulados.
O wasabi é utilizado como planta medicinal e antídoto para envenenamentos por ingestão de alimentos (por isso é servido com peixe cru desde a era Nara (710-793), no Japão).
Tem indicação fitoterápica nos tratamentos de rinite alérgica e resfriados catarrais, por suas propriedades descongestionantes e expectorantes, no combate à formação de cáries dentárias e no combate ao câncer, problemas digestivos, hepáticos e verminoses.
Esta planta é considerada antimicrobiana, antiinflamatória, depurativa e anti-cancerígena e assim é usada no Japão e Nova Zelândia, onde há cultivos e tradição.
Alguns pesquisadores afirmam ter também propriedades anti-coagulantes.
A raiz forte, rábano-silvestre, Armoracia rusticana, também tem o mesmo composto químico, oalil-isotiocianato, que também tem no wasabi (em menor proporção do que a da W. japonica porém, existe lá).
É daí que vem seu efeito de “abrir canais de respiração à pulso” e, por esse efeito, também é muito usada nas curas de processos catarrais (de sinusite a fígado congestionado) pois, quando a gente engole uma colherada de raíz forte bem preparada parece que a tampa da cabeça pula fora e um vento forte de limpa de cima a baixo.
A raiz forte é recomendada para:
● gripes
● catarros
● bronquites
● sinusite
● problemas digestivos
● hepáticos
● como diurético
● vermífugo
● reumatismo
● processos inflamatórios dolorosos.
Qualquer uma das plantas que conhecemos como raiz forte devem ser usadas frescas pois o alil-isotiocianato perde sua eficácia em poucos minutos. É por isso que a raiz forte japonesa é ralada na hora de comer (com uma lixa super fina) e a raiz forte europeia é tratada com vinagre ou limão, que impedem a degradação do alil-isotiocianato e seu efeito ardido, curativo e protetor.
É o que dizem os textos – que o wasabi em pasta, que a gente compra em qualquer supermercado, é um preparado de raiz forte (o tal rábano-silvestre) com mostarda e outros componentes, para que não se perca seu efeito ardido e gostoso.
Acontece que a raíz forte, sem o vinagre ou o limão, fica sem gosto, perde em 15 minutos seu ardido, fica um nabo ralado sem nada que chame a atenção (o mesmo acontece com o wasabi ralado, viu?).
Falando do rábano-silvestre, a raiz forte europeia (ou asiática), esta planta é rica em potássio, cálcio, magnésio e fósforo, bem como óleos voláteis diversos (óleo de mostarda e outros). Também é riquíssima em vitamina C e, a enzima peroxidase que contêm é usada no teste Elisa para detecção de anticorpos de AIDS.
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Categorias: Alimentação, Alimentar-se
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