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O jamelão ou jambolão é a Eugenia jambolana, uma Myrtaceae parente da pitanga e da grumixama. Planta nativa das florestas tropicais e subtropicais do nosso continente, o jamelão é medicinal e seu pigmento pode destruir células cancerosas.
Toda planta, de uma maneira ou outra, tem algo de medicinal. Afinal, já se diz há milênios “que seu alimento seja sua cura” e, cada vez que estudamos uma planta, descobrimos a verdade deste lema.
O jamelão tem uma grande variedade de nomes regionais que elenco aqui para que não haja confusão. Em algumas regiões, chama-se jambo, jambolão, jamborão ou jambinho. Em outras se conhece como baguaçu, jalão, joão-bolão, topin, manjelão, azeitona-preta, ameixa roxa, baga-de-freira, oliveira, brinco-de-viúva ou guapê. O nome da espécie também mudou, antes era Eugenia jambolana, agora é Syzygium cumini ou S. jambolana. Mas, a planta é a mesma, uma árvore frondosa, com flores brancas pequenas que atraem as abelhas nativas e frutos redondos, pretos quando maduros, doces e com a polpa arroxeada.
Uma pesquisa da Unicamp – Universidade Estadual de Campinas – concluiu que o pigmento do jamelão pode destruir células cancerosas. A cor roxa já indica o elevado teor de antocianinas e contatou-se que o extrato da fruta levou a apoptose 90% das células leucêmicas do controle. No controle de células sadias essa porcentagem foi somente de 20%.
Quer dizer, o extrato de fruto do jamelão induz a apoptose em células e, em maior porcentagem, naquelas que são doentes. Isso é muito bom, melhor do que qualquer quimioterapia consegue fazer, atualmente. Mas, não se sabe o porquê desse processo: se ocorre por função de algum produto metabólico ou pelas substâncias que existem no extrato da fruta. E a pesquisa continua.
“Utilizamos diferentes concentrações do extrato e chegamos a um ponto ideal. Mas outros estudos são necessários para esclarecer os mecanismos envolvidos”, disse a pesquisadora Daniella Dias Palombino de Campos.
Existem diversas pesquisas sobre os usos medicinais possíveis do jamelão e, caso você se interesse, procure pelo Google Acadêmico com as palavras chaves “Eugenia jambolana, medicinal uses”, por exemplo. Eu deixo aqui o link de uma dessas pesquisas científicas em cujo teor você encontrará uma tabela sobre o uso do jamelão (toda a planta) na medicina popular cujo uso é bastante diversificado.
Na medicina popular e na fitoterapia já se reconhece seu potencial hipoglicemiante, anti-hipertensivo, antioxidante, anti-inflamatório, antisséptico, diurético e é indicado para usos internos e externos, tanto a infusão de folhas, casca do tronco, raiz ou sementes quanto o seu decocto.
A receita tradicional diz que se devem esmagar 2 colheres de chá de sementes secas de jamelão para cada xícara de água fervente. Abafar e tomar após 10 minutos. Indica-se tomar até 3 xícaras ao dia.
O chá de semente de jamelão é excelente para reduzir a pressão arterial e os índices glicêmicos, portanto, se você sofre de pressão alta ou de diabetes, controle seus índices para não sofrer de uma crise de hipotensão ou hipoglicemia, que também são condições pouco salutares.
O consumo da fruta em excesso também poderá resultar nesses mesmos incômodos.
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Categorias: Alimentação, Alimentar-se
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