Peixe faz bem? Conheça as espécies mais saudáveis


Nós sempre ouvimos que devemos incluir na nossa alimentação pescados, porque fazem bem à saúde. Mas será que todos eles realmente são saudáveis para o consumo humano?

Os peixes têm nutrientes importantes para o nosso organismo, como ômega-3 e proteínas, além de terem pouca gordura e baixa caloria.

Entretanto, apesar de serem benéficos, os peixes e frutos do mar oferecem, também, riscos à nossa saúde, devido à alta concentração de mercúrio encontrada em sua carne.

Para a BBC, o presidente do Departamento de Meio Ambiente da Escola de Medicina do Chile, Andrei Tchernitchin, esclareceu que: “Os peixes que têm maior concentração de mercúrio são os que estão no final da cadeia alimentar, e não é recomendável consumi-los mais do que duas vezes ao mês”.

Seria necessário saber sobre a procedência do peixe, se de áreas mais ou menos contaminadas, o que dificulta um consumo totalmente seguro. Por isso seria importante não exagerar na quantidade e preferir comer os peixes das espécies não-predadoras (tubarões, peixe-espada, veja a lista abaixo).

Riscos do mercúrio para a saúde

A alta concentração de mercúrio pode provocar inúmeros problemas para o organismo humano. Dentre eles: problemas para os sistemas nervoso, digestivo e imunológico, além de afetar pulmões, rins e olhos.

O mercúrio se acumula em peixes e frutos do mar por causa da contaminação da água proveniente, principalmente, da queima de carvão. Quando liberado no meio ambiente, o mercúrio pode ser transformado em metilmercúrio, por ação de bactérias.

Os peixes e mariscos concentram mais a substância do que o seu entorno.

Leia mais: MERCÚRIO: AS PRINCIPAIS FONTES E OS 10 MOTIVOS QUE EXPLICAM A SUA TOXIDADE PARA O NOSSO ORGANISMO

Alerta para grávidas e crianças

Para as mulheres grávidas, lactantes e crianças menores de três anos, a recomendação é muita cautela no consumo de peixes e frutos do mar porque estes indivíduos são mais sensíveis aos efeitos nocivos do mercúrio e o risco de intoxicação alimentar é maior entre esse grupo.

“O aparecimento da intoxicação depende de fatores como teor de mercúrio, quantidade ingerida e freqüência de ingestão, pois estes fatores determinam a ocorrência de acumulação de metilmercurio no organismo humano. Assim, a intoxicação causada pela ingestão de peixes con- taminados por metilmercúrio, pode ser leve, apresentar sintomas como vômitos freqüentes, paralisia, cegueira, coma, ou até ser letal. Outro aspecto importante é a possibilidade de ocorrer intoxicação do feto durante a gestação, devido ao consumo de peixes contaminados por metilmercúrio pela gestante”, lê-se neste estudo da USCS.

Quais peixes evitar?

Veja lista com os níveis de concentração de mercúrio encontrados nos peixes.

Alta concentração:

Tubarão

Peixe-espada

Agulha

Cavala

Corvina (do Pacífico)

Bacalhau-negro

Robalo-chileno

Atum

Concentração moderada:

Robalo-riscado

Carpa

Lagosta

Tambaril

Peixe-búfalo

Baixa concentração:

Chaputa

Anchovas

Bagre

Moluscos

Lagostas

Ostras

Salmão

Sardinha

Camarão

Lula

Tilápia

Bacalhau

Abadejo

Vieiras

Truta.

Quanto consumir?

A OMS aplica um consumo máximo de até 400 gramas de peixe por semana para um adulto de 60 quilos, segundo divulgou a Fiocruz. Vários estudos analisaram as quantidades de mercúrio encontradas em peixes, como este aqui em Belém-PA e este no Rio de Janeiro. Porém é muito difícil indicar se os limites permitidos pela Anvisa estão sendo respeitados por causa das variantes na medição (chuvas, etc). O ideal seria que cada singelo peixe fosse testado antes de ser comercializado.

De qualquer forma, um risco de contaminação pode acontecer mesmo se o peixe consumido estiver dentro do limite da OMS, quando se ultrapassa os 400 gramas dessa carne em uma semana.

Pode-se pensar que o peixe criado em cativeiro é mais saudável por haver menor, ou zero, exposição ao mercúrio, mas aí existem outros riscos como o uso indiscriminado de antibióticos e a alimentação dada aos peixes.

Chega de peixe?

Não está proibido comer peixes e frutos do mar, basta ficar atento à quantidade consumida para aproveitar os benefícios que eles proporcionam à saúde.

No entanto, existem outras fontes de ômega-3, que não o peixe, para quem quiser seguir uma dieta vegetariana. Também é necessário diversificar as espécies para não causar desequilíbrio ambiental (veja links abaixo).

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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