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O cânhamo, Cannabis ruderalis, é uma espécie do gênero Cannabis originária da Ásia Central, usada há milênios para a produção de fibras de boa qualidade, para a produção do “linho de canhamo” e também para alimentação pois suas sementes são riquíssimas.
Porém, desde a década de 1960, a produção de cânhamo foi combatida por esta planta ser parente da Cannabis sativa, afinal são do mesmo gênero botânico e, algumas de suas variedades podem conter algum teor de THC, psicoativo tetraidrocanabinol princípio ativo proibido em muitos países, e também no Brasil.
Mas o cânhamo não é maconha, e é riquíssimo, tanto do ponto de vista nutricional como produtivo. A produção da fibra de cânhamo é ambientalmente mais adequada do que a produção de algodão, por exemplo, já que esta planta consome muito menor quantidade de água que a outra. O óleo de suas sementes é muito usado na indústria cosmética pois é de excelente qualidade, e também para a fabricação de vernizes, tintas e combustíveis.
Na alimentação, as sementes de cânhamo podem ser ingeridas cruas ou cozidas junto com outros alimentos, germinadas, transformadas em leite, como chá. Suas folhas frescas podem ser comidas em saladas. Na União Europeia a produção de canhamo é liberada e controlado o teor de THC das sementes de forma que, já existem muitas variedades desta planta que, sem perda de suas qualidades, não possuem qualquer quantidade deste psicoativo. Na Europa mais de 95% de todas sementes de cânhamo são usadas para a alimentação de animais (sementes para pássaros, iscas para peixes).
A semente de canhamo é composta de: óleos comestíveis (44% do seu peso total) com cerca de 80% de ácidos graxos essenciais (ácido linoleico, ômega-6, ômega-3, ácido estearidônico). O segundo componente principal das sementes de canhamo é a proteína, com 33% do seu peso total e nesta, estão todos os 20 aminoácidos conhecidos, inclusive os 9 considerados essenciais, em proporções e quantidades suficientes para atender às necessidades do organismo humano.
Atualmente existe uma linha de pensamento nutricionista que advoga pela liberação do uso das sementes de canhamo para a alimentação humana, também no Brasil.
“Cânhamo faz bem ao coração e é um alimento completo“, afirma o professor endocrinologista, do Instituto Estadual de Diabetes Fabiano Serfaty que indica seu consumo a todos aqueles que não comem alimentos de origem animal, veganos e vegetarianos, pois o considera melhor do que a soja, como alimento já que não contêm, como esta, ácido fítico, que impede a absorção de minerais.
Mas, no Brasil está vigente a Portaria nº 344-SVS/MS da ANVISA, de 12/05/1998, que proscreve tanto o canhamo já que o inclui na “Lista de plantas proscritas que podem originar substâncias entorpecentes e/ou psicotrópicas” (Lista E) da referida portaria. O Brasil não possui legislação que regulamente a quantidade de THC permitida para consumo, portanto, por enquanto, não podemos semente de cânhamo aqui. O que é uma verdadeira pena!
Mas, isso não impede que você saiba que a semente de canhamo pode ajudar você a recuperar seu sistema imunológico e é uma das sementes que salvam pessoas que sofrem de doenças autoimunes, ajudam aquelas que sofrem com os efeitos colaterais de tratamentos para HIV e diversos tipos de câncer e isso, porque, a semente de canhamo é 65 % globulina, e albumina, proteínas prontamente disponíveis em forma semelhante à do plasma sanguíneo. Portanto, nosso organismo aproveita de imediato. Ah, e não se esqueça dos aminoácidos de que falei acima, certo?
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