No ano de 2008 estourou a maior crise econômica desde a quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, lançando governos dos países considerados desenvolvidos em um período de grande dificuldade econômica. Este fator, de maneira bastante previsível, prejudicou o combate à fome que hoje afeta mais de 795 milhões de pessoas no mundo inteiro, segundo um relatório anual da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado ontem, e que registou queda nos números globais.
O número ainda é muito alto, mas os dados mostram uma evolução em relação ao ano de 2014, quando havia dez milhões de pessoas a mais passando fome no mundo, e ainda 167 milhões de pessoas a menos quando comparado com a década passada.
Boa parte da melhora ocorreu nos países em desenvolvidos nos quais a taxa de desnutrição – que mede a proporção de pessoas incapazes de consumir alimentos suficientes para uma vida ativa e saudável – diminuiu para 12,9% da população, contra 23,3% há 25 anos. Mesmo com as melhores, na África Subsariana, 23,2% dos habitantes passam fome e 24 países africanos enfrentam atualmente crises alimentares – o dobro do que em 1990, indica o relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) e Programa Mundial de Alimentos (PMA).
O relatório observa a situação de 129 países monitorados pela ONU e revela também que 72 nações conseguiram alcançar a meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio de diminuir para metade os problemas referentes à desnutrição no ano de 2015, no entanto, os países em desenvolvimento não alcançaram a meta por muito pouco em alcançar a meta.
Mais 29 países devem alcançar a meta que foi definida ainda no ano de 1996, na Cúpula Mundial de Alimentação, no qual os governos se comprometeram a reduzir a fome pela metade em suas fronteiras.
“O quase cumprimento das metas mostra que podemos realmente eliminar o flagelo da fome durante esta geração. Nós devemos ser a geração Fome Zero. Esse objetivo deve ser integrado em todas as intervenções políticas e no coração da nova agenda de desenvolvimento sustentável a ser criada este ano”, defendeu o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, que se mostrou otimista para o futuro e culpou a crise econômica, assim como o documento, pelos problemas apresentados no combate à fome nos últimos anos.
Outros problemas também foram apresentados no relatório como desastres naturais – furacões, vulcões e outros – desastres meteorológicos graves e conflitos civis, fatores que devem continuar afetando negativamente as ações no combate à fome.
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Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Alimentação, Alimentar-se
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