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Quem se lembra da época em que não existia o forno de micro-ondas? Sem esta conveniência até mesmo refeições prontas tinham que ser aquecidas no forno – demorava uns 15 minutos. Mas daí a ciência e a tecnologia modernas nos trouxeram o forno de micro-ondas, que pode aquecer a comida rapidamente – em 30 segundos ou em poucos minutos. Será que esta conveniência faz bem ou é prejudicial à nossa saúde?
Chegou-se a falar que cozinhar no micro-ondas conservaria melhor os nutrientes dos alimentos, apesar da radiação que este tipo de forno emite. Isso porque, de qualquer forma, a perda de nutrientes ocorre conforme os fatores tempo e temperatura de cozimento, além da quantidade de líquido usado.
Como o forno de micro-ondas funciona através de ondas eletromagnéticas de alta frequência que têm grande capacidade de penetração na comida, esse forno esquentaria mais rápido que outros métodos de cozimento, o que preservaria melhor os nutrientes dos alimentos.
Contudo, de alguma forma, percebemos que alguns alimentos que saem o micro-ondas têm algo diferente. A textura e o sabor não são os mesmos. Os alimentos preparados ou aquecidos no micro-ondas ficam emborrachados e perdem aqueles aromas e sabores que vêm de alimentos cozidos ou assados mais lentamente, por um tempo mais longo.
Apesar disso, as pessoas compraram a conveniência, a velocidade, a facilidade de aquecer e comer alimentos pré-preparados. A ciência, patrocinada pela indústria alimentícia, continuou a afirmar os benefícios de cozinhar no micro-ondas mas por outro lado existem estudos científicos que questionam os benefícios da comida de micro-ondas.
Isso significa que uma ocasional refeição preparada no microondas seria prejudicial? Provavelmente não. Mas e quanto a uma dieta regular baseada em alimentos preparados a tão altas temperaturas? Será que os compostos delicados que existem nos alimentos, tais como aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas e fitonutrientes se transformam? Aparentemente, sim!
Veja a seguir alguma literatura científica que tem apontado que o empobrecimento nutricional dos alimentos tem a ver com superexploração do solo como resultado da agricultura moderna, com o ultraprocessamento dos alimentos, preparação de alimentos no micro-ondas e falta de alimentos frescos, naturais, crus, orgânicos e integrais.
Um estudo escandinavo realizado em 1999 sobre o cozimento de aspargos indicou que sua preparação no micro-ondas causou redução de vitaminas.
Um estudo revelou que 60 segundos de aquecimento de alho no micro-ondas foi o suficiente para desativar a aliinase, o princípio ativo do alho conhecido como substância anticâncer.
Um estudo publicado em novembro de 2003 concluiu que o brócolis refogado no micro-ondas com pouca água perdeu até 97% dos antioxidantes benéficos. Comparativamente, brócolis cozido no vapor perdeu no máximo 11% dos antioxidantes. Também houve redução nos níveis de compostos fenólicos e glucosinolatos, mas os níveis de sais minerais permaneceram intactos.
Um estudo australiano de 2008 mostrou que o micro-ondas causa um grau maior de desnaturação de proteínas do que o aquecimento convencional.
Um outro estudo ainda analisou que o aquecimento no micro-ondas pode destruir os agentes essenciais de combate de doenças que existe no leite materno. Em 1992, Richard Quan et al descobriu que o leite materno aquecido no microondas perdeu atividade lisoenzimática, anticorpos, e promoveu o crescimento de bactérias potencialmente mais patogênicas. Quan afirmou que o dano maior era feito ao leite aquecido no micro-ondas quando comparado a outros métodos, concluindo:
“Aparentemente, o uso do micro-ondas é contraindicado a temperaturas altas, e questões quanto a sua segurança existem até em baixas temperaturas.”
Desnecessário dizer: não é recomendável cozinhar alimentos no micro-ondas, apesar de que, aquecer ligeiramente o que sobrou do almoço provavelmente não causará os mesmos problemas ilustrados acima.
Contudo existem outros fatores de risco. Por exemplo: aquecer comidas gordurosas em recipientes de plástico pode causar a liberação de dioxinas (compostos sabidamente carcinogênicos) e outras toxinas nos alimentos. As substâncias liberadas incluem politereftalato de etileno (PET), benzeno, tolueno e xileno.
Além disso, o aquecimento no micro-ondas cria novos compostos que não são encontrados nos seres humanos ou na natureza, conhecidos como compostos radiolíticos. Ainda não se sabe qual o efeito dessas substâncias no corpo humano, mas sabe-se que não promovem saúde.
Crus ou cozidos? Alguns nutrientes são melhores preservados longe da luz e do calor, como as vitaminas, outros são melhores aproveitados se cozidos, como alguns antixoxidantes.
As proteínas se “desnaturalizam” com o aquecimento (ou seja, se decompõe e às vezes perdem suas propriedades), portanto, laticínios, como o queijo de leite cru, são mais nutritivos quando não passam pelo aquecimento. Queijo de leite cru orgânico fica melhor quando adicionado a saladas ou grãos, legumes e verduras mornos, sem aquecer muito o prato, pois preserva seus nutrientes.
Variar a dieta é a base da boa alimentação, ou seja, consumir uma variedade de alimentos seja crus que cozidos.
Muitos nutricionistas recomendam o cozimento a vapor ou em banho-maria pois estas técnicas seriam as melhores para preservar os nutrientes sensíveis ao aquecimento.
Maiores referências aos estudos mencionados podem ser encontradas aqui.
Fonte: Global Research
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Categorias: Alimentação
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