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Você sabe realmente do que se trata a doença celíaca? Você desconfia sofrer deste mal mas ainda não tem certeza do diagnóstico? Nos últimos tempos vê-se um verdadeiro boom da doença celíaca.
De um lado os diagnósticos aumentaram enquanto, de outro, não devemos esquecer que a nossa dieta é cada vez baseada em produtos que contêm glúten e que são feitos com o trigo moderno, que tem uma porcentagem mais elevada de glúten do que os grãos antigos.
De acordo com especialistas, quem descobre que sofre de doença celíaca tem uma única opção para ficar melhor: eliminar o glúten da sua dieta e começar a seguir uma dieta 100% gluten free.
Vamos para a doença celíaca em seus múltiplos aspectos e fazer um balanço dos seus sintomas, diagnóstico e falar sobre a dieta sem glúten.
A doença celíaca é uma inflamação crônica do intestino delgado desencadeada pela ingestão de glúten em indivíduos geneticamente predispostos, de acordo com a definição da Associazione Italiana Celiachia.
A doença celíaca pode ser acompanhada por dermatite herpetiforme e este problema de pele pode ser considerado um dos sintomas ou uma manifestação da doença celíaca. As lesões cutâneas regridem com a eliminação do glúten na dieta. Se você acha que sofre de dermatite herpetiforme ou é sensível ao glúten é recomendável consultar um especialista, porque o seu problema de pele pode estar relacionado a diferentes fatores da doença celíaca.
O diagnóstico da doença celíaca se faz por meio de teste serológico e de biópsia da mucosa duodenal durante uma endoscopia. É importante notar que as investigações para a doença celíaca devem ser realizadas seguindo uma dieta que inclua glúten.
Também é possível diagnosticar a doença celíaca, mesmo antes de ocorrer seus sintomas mais evidentes, com um exame de sangue.
Cuidado com testes genéricos e pouco confiáveis para intolerâncias alimentares. Melhor consultar um médico de confiança que possa prescrever os exames adequados para um diagnóstico correto da doença.
Muitas pessoas têm doença celíaca mas não sabem. A doença celíaca não diagnosticada pode levar a problemas como fraturas repetidas e espontâneas em homens e mulheres, abortos, infertilidade, distúrbios na gravidez, deficiência de ferro ou anemia e até complicações sérias como o linfoma intestinal. Em média, são necessários seis anos após a manifestação dos primeiros sintomas até se chegar a um diagnóstico preciso.
A doença celíaca é caracterizada pela reação do corpo à gliadina, uma proteína contida no glúten, presente no trigo e outros cereais, tais como cevada, espelta e centeio. A exposição à gliadina provoca uma reação inflamatória que por sua vez conduz à atrofia das vilosidades intestinais, um fenômeno que impede a absorção de nutrientes.
Como regra geral, aqueles que sofrem de doença celíaca devem evitar todos os alimentos que contenham glúten. A medicina convencional acredita que a dieta livre de glúten é a única cura para a doença celíaca.
A doença celíaca está em ascensão, tanto em crianças como em adultos. Quais seriam as causas deste fenômeno?
A doença celíaca é uma doença autoimune que pode ocorrer em qualquer idade. O aparecimento da doença ocorre principalmente em indivíduos geneticamente predispostos.
Um estudo italiano descobriu que a doença celíaca aumentou 5 vezes em crianças nos últimos 25 anos. De acordo com os especialistas que realizaram este estudo, as causas da doença celíaca estão relacionadas com ambiente e hereditariedade.
Quanto à questão ambiental, a doença celíaca seria mais frequente em países onde é cultivado e consumido mais trigo, enquanto que do ponto de vista genético, a sugestão dos especialistas é de que os parentes de primeiro grau de pacientes com doença celíaca façam o teste para a doença, bem como aqueles que sofrem de outras doenças autoimunes, como as pessoas com síndrome do intestino irritável ou com outros sintomas que possam sugerir a presença desta doença.
Os sintomas da doença celíaca em adultos podem incluir: dermatite herpetiforme, formiguamento ou dormência nas mãos ou pés, períodos menstruais irregulares, depressão ou ansiedade, artrite, dores articulares, anemia, deficiência de ferro, osteoporose devido à incapacidade do organismo de absorver cálcio suficientemente, infertilidade e abortos que ocorrem como complicações da doença.
Os sintomas da doença celíaca em crianças incluem: perturbações do crescimento, diminuição do apetite, dificuldade para perder peso, diarréia crônica, com possíveis sangramentos, vômitos, dor abdominal, distensão abdominal, constipação crônica, fadiga e irritabilidade.
De acordo com pesquisa realizada na Itália, a introdução do glúten não afeta de forma alguma o risco de desenvolver a doença celíaca. Na opinião dos médicos, o momento mais apropriado para se começar a inserir alimentos que contenham glúten durante o desmame, pode variar. O conselho é consultar um especialista para entender a melhor forma de desmamar o bebê no caso de a mãe ser intolerante ou ter doença celíaca.
Sim, são as crianças com duas cópias do gene HLA-DQ2 e que, por isso, têm duas vezes mais probabilidades de ficarem doentes. De acordo com os pressupostos dos especialistas, para estas crianças seria melhor esperar até o o aniversário de um ano antes de introduzir o glúten na dieta infantil.
A doença celíaca e a intolerância ao glúten são consideradas duas questões diferentes. A doença celíaca é uma verdadeira doença autoimune que afeta as vilosidades intestinais, já a intolerância ao glúten está ligada a problemas de digestão dos alimentos que contenham glúten, não associados às lesões intestinais severas, típicas da doença celíaca.
Especificamente, nas pessoas com doença celíaca, o glúten desencadeia uma reação autoimune que ataca os intestinos e afeta seriamente a mucosa intestinal; a intolerância ao glúten, no entanto, se manifesta por dor abdominal, síndrome do intestino irritável, fadiga e dores de cabeça, mas não ocorre nenhum dano intestinal.
Um estudo realizado na Universidade de Tampere, na Finlândia, testou os efeitos de um novo tratamento não alimentar para a doença celíaca com base em uma enzima específica, a ALV003. Esta última demonstrou-se capaz de diminuir as lesões que são criadas no intestino. A enzima em questão poderia ser uma solução para melhorar o futuro da doença celíaca. Veja aqui, o estudo para se aprofundar.
O uso do glifosato na agricultura pode estar entre as causas do surgimento e disseminação da doença celíaca? Recentemente pelo IARC, a OMS inseriu o glifosato entre os componentes provavelmente cancerígenos para os seres humanos, mas as suas implicações para a saúde podem ir além do possível aparecimento de tumores. O glifosato, ingrediente principal do herbicida RoundUp da Monsanto e de outros herbicidas e pesticidas utilizados tanto profissionalmente como para uso doméstico, poderia ter um link com doença celíaca.
Um estudo recentemente realizado nos EUA por Anthony Samsel e Stephanie Seneff afirma que o glifosato é o fator mais importante que está causando a epidemia da doença celíaca e a intolerância ao glúten. Em particular, os cientistas têm apontado que: “Os peixes expostos ao glifosato desenvolvem problemas digestivos semelhantes à doença celíaca. A doença celíaca está associada com desequilíbrios em bactérias intestinais que podem ser explicadas considerando os efeitos conhecidos do glifosato sobre as bactérias intestinais.”
A doença celíaca poderia estar relacionada às mudanças que o trigo moderno sofreu na agricultura, com destaque para às modificações feitas para torná-lo mais resistentes e produtivo?
Segundo o professor Luciano Pecchiai, patologista emérito do Hospital “Vittore Buzzi” em Milão e especialista em Nutrição e Medicina Natural, a disseminação da doença celíaca e da intolerância ao glúten devem ser estudadas no trigo moderno. Por milênios, as pessoas consumiram trigo sem manifestarem a intolerância, mas nas últimas décadas, algo mudou.
Pecchiai parte da consideração de como era o trigo no passado, mais alto, e de como ele diminuiu com o tempo através de uma modificação genética aplicada para reduzir o comprimento da haste, de modo que esta não se dobrasse facilmente à terra por causa do vento e da chuva. Pensa-se que esta alteração também tenha modificado a gliadina, uma fração de proteína contida no trigo, a partir da qual da digestão se obtém a substância responsável pela enteropatia inflamatória e pela má absorção típica na doença celíaca.
Existe uma correlação entre a doença celíaca, a sensibilidade ao glúten e o trigo moderno?
O Dr. Loreto Nemi aponta acredita que uma das causas do fenômeno do aumento desta doença foi a mudança feita no grão, ocorrida em torno dos anos setenta: o trigo, por razões comerciais, foi tratado com cobalto radioativo para reduzir o tamanho das suas espigas e para simplificar o seu cultivo e sua colheita. Isso mudou a variação da quantidade de glúten no trigo com um aumento da gliadina que quase se duplicou, comparando o trigo moderno com os grãos antigos.
Você pode seguir uma dieta vegetariana mesmo quando você sofrer de doença celíaca? Como coexistir as duas necessidades? É possível ter uma dieta vegetariana e ao mesmo tempo gluten free?
Sim, existem hoje em dia várias opções de massas sem glúten feitas com farinhas de grão-de-bico, de arroz, de milho, de mandioca.
Naturalmente, quem sofre desta doença tem que fazer alguns sacrifícios, mas, felizmente, existem várias alternativas. Entre os cereais e os pseudo-cereais sem glúten, adequados para celíacos estão o arroz, a quinoa, o milho, o trigo mourisco, o amaranto, o sorgo e a mandioca.
Atenção aos cereais que contêm glúten: além do trigo, a cevada (por isso a cerveja está proibida, embora já existam opções de cerveja gluten free), espelta e centeio.
Abaixo vão algumas dicas e receitas sem glúten para que você possa experimentar e variar sua dieta.
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Categorias: Alimentação, Alimentar-se
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