Doenças Autoimunes: a lista delas e como tratá-las


Neste conteúdo vamos saber, principalmente, como ocorrem as doenças autoimunes e os prejuízos que provocam em quem acometem.

O que são doenças autoimunes, quando se desenvolvem, se são hereditárias e como reconhecê-las

As doenças autoimunes (DAI) são distúrbios orgânicos que envolvem o nosso sistema imunológico e nossos órgãos. Esses desequilíbrios podem acometer a fisiologia de nosso corpo, atingindo o seu funcionamento em várias partes dele, tais como:

  • o sistema nervoso
  • os aparelhos digestivo e respiratório
  • pele
  • sangue
  • olhos
  • articulações
  • glândulas endócrinas, entre outros

O que caracteriza as doenças auto-imunes é que o sistema imunitário, para proteger os órgãos acometidos, os ataca para eliminar a doença.

As doenças autoimunes atingem mais as mulheres e existem evidências, não comprovadas cientificamente, que a hereditariedade pode influir na causa dessa enfermidade.

É difícil de diagnosticar as doenças auto-imunes por terem diversos e variados sintomas, envolvendo um ou mais órgãos, exigindo exames específicos, para ter um resultado mais claro do diagnóstico e do tratamento.

A doença autoimune leva à produção de anticorpos contra células, tecidos ou órgãos do próprio corpo.

Para entender melhor, como isso ocorre, seguem alguns exemplos:

Quando uma pessoa é acometida pela diabetes tipo 1, os anticorpos do corpo atacam as células do pâncreas, levando à sua destruição e ao aparecimento da diabetes.

Na esclerose múltipla, os anticorpos atacam os neurônios, causando destruição dos mesmos e provocando graves problemas neurológicos.

Na Tireoidite de Hashimoto, o corpo produz anticorpos contra a glândula tireoide, prejudicando o seu funcionamento e desencadeando o surgimento do hipotireoidismo.

A gravidade de uma doença autoimune dependerá dos órgãos afetados.

Esta enfermidade se torna mais grave, quando acomete certas partes de nosso corpo tais como: o sistema nervoso central, coração, pulmões e/ou os vasos sanguíneos

A lista das doenças autoimunes

Existem muitas doenças autoimunes, para se ter uma ideia, segue uma lista:

  1. Diabetes tipo 1
  2. Lúpus
  3. Artrite reumatoide
  4. Doença de Crohn
  5. Esclerose múltipla
  6. Vitiligo
  7. Tireoidite de Hashimoto- HIPOTIREOIDISMO
  8. Doença de Graves-HIPERTIREOIDISMO
  9. Psoríase
  10. Púrpura trombocitopênica idiopática-(PTI))
  11. Hepatite autoimune
  12. Síndrome de Guillain-Barré
  13. Granulomatose de Wegener
  14. Vasculites
  15. Miastenia gravis
  16. Doença celíaca-Enteropatia por glúten
  17. Esclerodermia
  18. Doença de Behçet
  19. Anemia hemolítica autoimune
  20. Cirrose biliar primária
  21. Espondilite anquilosante.
  22. Doença de Addison
  23. Síndrome antifosfolipídica autoimune
  24. Dermatite herpetiforme
  25. Febre familiar do Mediterrâneo
  26. Glomerulonefrite por IGA
  27. Glomerulonefrite membranosa
  28. Síndrome de Goodpasture
  29. Síndrome miastênica de Lambert-Eaton
  30. Oftalmia simpática
  31. Penfigóide bolhoso poliendocrinopatias
  32. Púrpura autoimune
  33. Doença de Reiter tireoidite autoimune
  34. Síndrome antifosfolipídica
  35. Espondilite anquilosante
  36. Retocolite ulcerativa
  37. Síndrome de Churg-Strauss
  38. Sarcoidose
  39. Síndrome de Vog-Koyanagi-Harada
  40. Alopecia Areata

Agora conheça algumas doenças autoimunes mais comuns:

DOENÇA DE CROHN

doenca-crhon

Esta doença, se trata, basicamente, de uma infecção viral ou bacteriana, que leva o sistema imunológico a atacar o trato digestivo, provocando o seu mau funcionamento e desencadeando uma inflamação crônica dos intestinos.

SINTOMAS DA DOENÇA DE CROHN

  • Diarreia
  • Perda de sangue nas fezes
  • Dor abdominal
  • Febre
  • Emagrecimento
  • Cansaço
  • Anemia

VITILIGO

vitiligo

Essa doença pode ter influência de fatores genéticos, pois, de 20 à 30% dos pacientes com vitiligo, têm histórico familiar com esta doença.

O vitiligo leva a produção inapropriada de anticorpos e linfócitos T (um tipo de glóbulo branco) contra os melanócitos, as células responsáveis pela produção de pigmento de nossa pele.

SINTOMAS DOS VÁRIOS TIPOS DE VITILIGO:

Vitiligo generalizado:

O vitiligo mais comum costuma causar placas de despigmentação da pele, espalhadas pelo corpo.

Os locais mais afetados são: braços, mãos, pés, joelhos, umbigo, lábios e ao redor da boca, olho, nariz e genitálias.

As lesões do vitiligo se evidenciam mais em pessoas com pele mais escura, aparecendo como manchas claras

O vitiligo pode causar despigmentação de mucosas, como gengivas e perda da cor de pelos e cabelos.

Existem casos de vitiligo que não evoluem e em até 10% dos pacientes ocorre repigmentação espontânea das lesões.

TIREOIDITE DE HASHIMOTO

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O Hashimoto é a principal causa de hipotiroidismo, sendo mais comum nas mulheres que nos homens. A tireoidite de Hashimoto faz com que o nosso organismo produza anticorpos contra a própria glândula tireoide. As células da tiroide vão sendo destruídas, diminuindo a capacidade dessa glândula produzir os hormônios T4 e T3.

Ocorrendo a queda nos níveis dos hormônios tireoidianos, a hipófise aumenta a secreção de TSH, para normalizar os níveis de T3 e T4.

Nas fases inicias da tireoidite de Hashimoto o paciente não apresenta sintomas, já que seus níveis sanguíneos de T3 e T4, devido ao aumento de TSH, permanecem normais.

Mesmo sem sintomas, na fase inicial, denominada hipotireoidismo subclínico, em análises de sangue, é possível detectar um TSH mais alto que o normal.

Conforme as células vão sendo atacadas, mais TSH vai sendo produzido pela hipófise, até ocorrer que as células diminuam, ao ponto de se tornarem tão poucas, para ocorrer a produção suficiente de T3 e T4.

Começam a surgir os sintomas do hipotireoidismo, quando ocorre a diminuição dos hormônios da tireoide.

Essa doença recebe o nome de tiroidite, porque a ação dos anticorpos na tireoide causa sua irritação e inflamação.

SINTOMAS DO HIPOTIREOIDISMO:

  • Aumento do volume da tireoide, chamado de bócio.
  • Fraqueza, desânimo e cansaço fácil.
  • Intolerância ao frio
  • Diminuição do suor
  • Perda de cabelo
  • Ganho leve de peso
  • Unhas fracas
  • Dor nas articulações.
  • Redução do paladar.
  • Anemia
  • Síndrome do túnel do carpo
  • Constipação intestinal (prisão de ventre).
  • Aumento do colesterol – LDL
  • Alterações da menstruação (para mais ou para menos).
  • Infertilidade.
  • Disfunção erétil, que pode levar à IMPOTÊNCIA SEXUAL, nos homens.
  • Perda da libido.
  • Redução dos pelos da sobrancelha.
  • Hipertensão arterial
  • Inchaços (em casos mais graves).
  • Coma (em casos graves e não tratados)

PSORÍASE

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A psoríase é uma doença crônica e, ainda sem cura, que surge devido a acelerada reprodução das células da pele. Esta doença não é contagiosa.

A proliferação das células epidérmicas causa espessamento, inflamação e descamação na pele. A psoríase pode variar, conforme o caso, entre lesões discretas ou lesões extensas, com o comprometimento das articulações.

Não se sabe qual a causa determinante dessa doença. Entretanto, fatores genéticos, ambientais, emocionais e imunológicos contribuem, para o surgimento dessa doença. Alguns medicamentos podem acentuar as lesões de pele, provocadas pela psoríase, e são os seguintes: propranolol, captopril, anti-inflamatórios e lítio.

Estresse, frio, exposição solar excessiva, abuso de álcool e infecções são fatores que pioram esta doença. Pacientes com psoríase têm maior risco de desenvolverem doenças cardiovasculares, síndrome metabólica, doenças malignas, principalmente linfomas. O diagnóstico da psoríase é feito, clinicamente, através de histórico clínico do paciente e do exame de suas lesões dermatológicas.

Em casos menos comuns, uma biópsia de pele pode ser feita.

SINTOMAS DA PSORÍASE

Há casos que as lesões da psoríase são discretas e outros que são extensas. As lesões da psoríase são placas de pele seca e avermelhada, com descamação prateada/esbranquiçada e podem causar intensa coceira e/ou dor.

São 7 os principais tipos de psoríase (exitem outros):

  • em placas
  • gutata
  • invertida
  • eritrodérmica
  • ungueal
  • pustulosa
  • artrite psoriática

Os sintomas de cada uma delas, são:

Psoríase em placa:

  • Ocorre em 90% dos casos de psoríase.
  • São lesões em placas, ovais, distribuídas no coro cabeludo, cotovelos, joelho, umbigo e costas.
  • Podem também surgir nas mãos, pés e face.
  • As placas são avermelhadas, levemente, elevadas e escamação seca esbranquiçada.
  • As lesões costumam ter de 1 a 10 cm de diâmetro e podem ser múltiplas ou poucas e isoladas.
  • Em alguns pacientes ocorre coceira.

Psoríase gutata:

  • Esse tipo de psoríase se manifesta com microlesões.
  • São muitas lesões, em forma de gota, menores que 1 cm, aparecendo no tronco e a parte superior dos membros (pernas e braços).
  • As lesões da psoríase gutata costumam surgir, de repente, após um quadro de faringite ou amigdalite, causadas pela bactéria streptococcus.
  • Este tipo de psoríase pode desaparecer ou ficar reincidindo toda vez que ocorrer crises de faringite.

Psoríase invertida:

  • As lesões surgem mais em áreas de dobras, como axilas, virilhas, glúteos, seios e região genital.
  • É mais comum em pessoas obesas e piora com a incidência de suor.
  • A psoríase invertida provoca lesões avermelhadas, mas sem descamação, sendo, frequentemente, confundida com lesões fúngicas ou bacterianas.

Psoríase ungueal:

  • Esse tipo de psoríase acomete as unhas, seja das mãos ou dos pés, pode ocorrer acompanhada por lesões de pele nas áreas do corpo.
  • As lesões típicas nas unhas, são caracterizadas por pequenos buraquinhos, com espessamento e amarelamento delas.

Psoríase pustulosa:

  • Essa enfermidade é caracterizada pelo aparecimento rápido de lesões avermelhadas, dolorosas e com pústulas (bolhas com pus) na pele.
  • Em sua forma localizada, se restringe às mãos e aos pés, e na forma disseminada, que costuma ser mais grave, ocorre, também, febre, calafrios, prostração e hepatite.
  • Essas lesões apresentam pus, mas não apresentam germes e não são contagiosas.

Psoríase eritrodérmica:

  • É uma forma rara de psoríase.
  • Neste tipo ocorre lesões avermelhadas, dolorosas e descamativas espalhadas por mais de 80% do corpo.
  • É uma psoríase grave, sendo necessário atendimento médico de emergência, pois, a pele fica inflamada e suscetível à ação de germes e infecções graves.

Artrite psoriática:

  • Em 10% dos casos de psoríase ocorre o acometimento das articulações com a artrite (inflamação das articulações).
  • A artrite costuma surgir nas mãos ou nos pés e pode ser deformante.
  • Lesões nas unhas ocorrer.

DOENÇA CELÍACA

doenca celiaca

A doença celíaca tem origem imunológica e é caracterizada por intensa reação inflamatória do intestino delgado, toda vez, que é exposto à alimentos que contenham glúten.

Em alguns casos, a inflamação pode ser tão grave, que destrói as vilosidades da mucosa do intestino delgado, que têm a função de absorver boa parte dos nutrientes dos alimentos.

A consequência deste processo de inflamação e lesão da mucosa intestinal é uma síndrome de má absorção intestinal.

A doença celíaca é diferente da alergia ao glúten, pois está associada ao mecanismo imunológico. Essa enfermidade é mais frequente em caucasianos (brancos) descendentes de europeus do norte.

Cerca de 1 à cada 150 pessoas, na Europa e nos EUA, tem doença celíaca. Nos países nórdicos, esta taxa chega a ser de 1 para cada 90 pessoas. Existem cerca de 25 milhões de pessoas que sofrem com esta doença, no mundo inteiro. Em 60% dos casos esta doença ocorre em adultos, sendo 20% em pacientes com mais de 60 anos. Nas crianças, a doença aparece, nos primeiros anos de vida, logo após, começaram á ingerir alimentos à base de glúten.

A maioria dos pacientes, com doença celíaca, apresentam poucos ou nenhum sintomas, passando anos sem saber que possuem a doença.

À cada 8 pacientes com a doença, um apresenta sintomas evidentes, o que dificulta o diagnóstico e, até, de saber que se é portador desse problema.

SINTOMAS DA DOENÇA CELÍACA:

Os sintomas comuns da doença celíaca acontecem devido à atrofia das vilosidades do intestino delgado, impedindo, assim, a absorção de diversos nutrientes( sindrome disabsortiva ou de má absorção) , incluindo gorduras, proteínas e vitaminas.

Sintomas:

  • Diarreia (muitas vezes com gotas de gorduras nas fezes, chamada esteatorreia)
  • Flatulência
  • Cólicas abdominais
  • Emagrecimento
  • Anemia por carência de ferro, ácido fólico e/ou vitamina B12
  • Osteopenia (ossos fracos) por carência de cálcio e vitamina
  • Sangramentos por deficiência de vitamina K
  • Na criança, se o diagnostico não ocorrer ,logo, pode haver desnutrição e atraso crescimento dela

Outros sintomas, que não têm relação com manifestações não-gastrointestinais:

  • Dermatite herpetiforme (lesão de pele típica da enteropatia sensível
  • Nefropatia por IgA
  • Alterações do esmalte dentário
  • Artrites
  • Atraso puberal
  • Alterações menstruais
  • Abortos
  • Complicações na gravidez
  • Enxaqueca
  • Alterações neurológicas
  • Câimbras
  • Alterações do fígado

Alguns pacientes podem apresentar poucos ou nenhum sintomas de má aborção intestinal e/ou não-gastrointestinais. Existem situações em que os pacientes não têm sintoma algum da doença, essa forma dessa enfermidade é conhecida celíaca silenciosa.

Excluindo o glúten da dieta alimentar, vai acontecendo uma melhora. Por volta de 70% das pessoas se recuperam dos transtornos dessa doença, após duas semanas de terem eliminado o glúten de sua alimentação.

RESUMINDO

As doenças autoimunes podem ser confundidas com outros tipos de enfermidades e provocar outros problemas de saúde, além de afetar certos órgãos.

Nas doenças autoimunes, além da profilaxia adequada e tratamento médico, é importante cuidar e fortalecer o sistema imunológico, através de de bons hábitos e alimentação saudável.

O sistema imunilógico é a proteção natural do nosso corpo, cuidando bem dele, preservamos nossa saúde do ataque de doenças.




Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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