Pesado pela primeira vez todo o plástico dos oceanos: 269.000 toneladas


Um mar de plástico. São muitos os resíduos que invadem os mares e oceanos, difíceis inclusive de quantificar porque às vezes “desaparecemno estômago de peixes e aves. Mas, pela primeira vez, um estudo foi capaz de pesar a quantidade de plástico que aflige o nosso ouro azul. E é 10 vezes maior do que se pensava anteriormente.

Cerca de 269 mil toneladas de lixo flutuante em nossos vastos oceanos, muito mais do que as estimativas anteriores calculavam.

A poluição gerada pelo microplástico está em concentrações variadas nos oceanos, mas estimativas desta insalubre abundância e o peso da do plástico flutuante, seja micro e macro, até agora era difícil de calcular por ausência de dados suficientes.

Para avaliar melhor o número total de partículas de plástico e seu peso nos oceanos de todo o mundo, uma equipe de cientistas de seis países reuniu dados de 24 expedições recolhidos ao longo de um período de seis anos, de 2007 a 2013, em todos os cinco espirais sub-tropicais, da Austrália à Baía de Bengala, até o Mar Mediterrâneo.

Utilizando um modelo oceanográfico capaz de avaliar a dispersão dos detritos flutuantes e colocando-o em relação com a mistura vertical causada pelo vento, calculou-se que as partículas que vagueiam o mar, correspondem a 268.940 toneladas.

Com base nos dados, a equipe de pesquisa descobriu que 5.250 trilhões de partículas plásticas são “de casa” nos oceanos, mas este é apenas o mínimo. Quase 75% deste peso vem de grandes objetos de plástico, como bóias, baldes e outros instrumentos de pesca.

O lixo da vida diária, começando pelas sacolinhas plásticas passando pelas garrafas PET acabam indo parar no mar ao longo do tempo. A maior parte deste lixo vai parar ao longo das costas ou em uma das espirais subtropicais do oceano, um grande sistema de correntes oceânicas formadas por ventos circulares. E aqui se param colocando em risco todo o ecossistema.

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“Nossos resultados mostram que as pilhas de lixo no meio das cinco espirais subtropicais não são os lugares de descanso para o lixo plástico flutuante do mundo. O fim das partículas de microplástico é interagir com os ecossistemas do oceano inteiro”, disse Marcus Eriksen, PhD, diretor de pesquisa do Instituto 5 Gyres.

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E, se é que é possível, a situação é ainda pior. Cientistas, em um estudo anterior, sugeriram que alguns destes detritos de plástico foram desaparecendo misteriosamente. Uma nova pesquisa, publicada na PlosOne, tem a hipótese: “uma perda significativa de microplástico da superfície do mar, em comparação com as taxas esperadas de fragmentação, sugere a existência de mecanismos em jogo que removem as partículas de plástico para <4,75 milímetro da superfície do mar.”

Difícil imaginar um número tão grande. Para se ter uma idéia mais concreta do que isto significa, efetivamente, 269 mil toneladas equivale a 2150 baleias que pesam entre 100 e 150 toneladas cada.

Fonte fotos: citylab.com




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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