Ativistas usam GPS para rastrear madeira ilegal na Amazônia


Na Amazônia, a espionagem de caminhões de madeira, via GPS, revelaram como os madeireiros estão conseguindo driblar as iniciativas para estancar o desmatamento da maior floresta tropical do planeta.

Autoridades policiais deverão agir com base no material levantado pela ONG Greeenpeace Brasil. Os ativistas estiveram, sob disfarce, no estado do Pará – conhecido pela insegurança e violência praticada por madeireiros – e conseguiram plantar rastreadores de GPS em caminhões suspeitos de transportar madeira ilegal, em uma iniciativa pioneira!

A ação dos ativistas tratou-se de uma jornada de 322 km até o interior das áreas de proteção ambiental da floresta, onde era extraída a madeira. O grupo retornava, geralmente à noite, seguindo em direção a uma serraria no porto amazônico de Santarém (PA), de onde a madeira era exportada para a Europa, EUA, China e Japão. Imagens obtidas por satélite e por aviões também foram recebidas e analisadas ao longo da grande operação de alta tecnologia.

Mesmo com a grande violência que acompanha as tentativas de expor tráfico ilegal de madeira, o Greenpeace esteve determinado em enfrentar o medo para ajudar o Brasil a vencer a guerra contra madeireiros ilegais. Com a atitude, o grupo ainda conseguiu revelar como os papéis legais de madeira eram na verdade para atestar que a madeira era de origem legal, quando na verdade não era!

1/5 da grande região amazônica foi destruída nos últimos 30 anos, levando ao assassinato de indígenas – importante contribuição às mudanças climáticas globais.

O ritmo de destruição da floresta, que vinha em decréscimo, cresceu no último ano em quase 1/3 devido ao fato de a aprovação do Novo Código Florestal, pela Presidente Dilma Roussseff.

A operação secreta começou com dois meses de espionagem terrestre, para identificar a rotina de movimentação dos caminhoneiros, onde se alimentavam e abasteciam os veículos, incluindo as pontes e hidrovias mais utilizadas.

Em paralelo, as imagens de satélites foram cruzadas com bancos de dados existentes, para que se descobrissem os posicionamentos de galpões de madeira ilegal.

Assim que os alvos preferenciais foram identificados, 8 ativistas do Greenpeace foram, sob disfarce de viajantes em carros simples, instalar os equipamentos GPS – presos magneticamente – nos caminhões.

Com a ação, 9 rastreadores foram instalados, gerando milhares de coordenadas. 2, em particular, revelaram trajetórias, alguns aparentemente caíram dos caminhões e um foi trocado de veículo. Pequenos voos de avião foram utilizados para fotografar os caminhões que aguardavam nas clareiras dos espaços de extração de madeira.

Então, a partir desse ponto, os ativistas começaram a seguir a rota dos documentos oficiais, e foi quando houve a descoberta mais alarmante: a madeira, de espécies parecidas com o mogno, como jatobá, ipê, garapa e maçaranduba, foi retirada exatamente de áreas de proteção ambiental do estado; e nenhuma das árvores foi apreendida.

A madeira pode ter sofrido um processo chamado lavagem, com o uso de permissões de outras áreas. Em maio de 2014, outra investigação do Greenpeace revelou que grandes quantidades de madeira entregue em serrarias estava sendo lavada em uma escala cada vez maior na Amazônia.

Um ponto levantado pelos ambientalistas, para frear o desmatamento, seria justamente abalar o outro lado dessa cadeia, ou seja, o consumo, que financia esse mercado. Está mais do que na hora de as empresas reconsiderarem se devem continuar comprando madeira extraída da Amazônia. Há leis que proíbem a aquisição de madeira ilegal tanto nos EUA quanto na Europa, e comprar madeira da Amazônia é sempre um grande risco. É sim!

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Fonte Foto: fotospublicas.com




Redação greenMe

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