Madeira ilegal: crime ambiental e entrave econômico


O comércio da madeira é muito lucrativo. A madeira é de uso universal, é um artigo raro, caro e deveria ser muito bem controlado pois trata-se muitas vezes de um recurso não sustentável. Tal comércio, que gera R$ 5 bilhões por ano, conforme artigo publicado pelo Greenpeace, teria tudo para ser uma ótima fonte de renda para a região amazônica e para o Brasil, exportador desse produto. Mas o problema em trasnformar essa fonte em renda reside em uma palavra: o crime. A ação criminosa do desmatamento ilegal é duplamente prejudicial: impede a geração de riqueza e causa o desmatamento.

Para que seja legal, a madeira deve ser extraída dentro dos conformes da lei, com um manejo florestal sustentável, previamente aprovado.

Por sustentável se entende que a extração deve ser feita em tempo hábil para o crescimento da árvore. Pensa em quantos anos uma árvore demora para crescer. Se esta árvore demorar 10 anos para crescer e o corte se der em 5 anos, estamos fazendo um corte insustentável. O bambu por exemplo é uma espécie que cresce rápido, por isso é mais sustentável do que o Pau-brasil, por exemplo, espécie da família Fabaceae, uma das mais frequentes e exploradas na região amazônica. Também se deve considerar, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies.

A extração sustentável geraria renda à região, reduziria o impacto da atividade e agregaria valor à floresta. Para tanto, seria necessário uma forte fiscalização sobre a atividade pois, obviamente o corte ilegal é mais rentoso que o corte legal, onde as diretrizes a serem seguidas levam a um menor lucro para a empresa extrativa.

Apenas um parênteses, o mesmo ocorre com a agricultura orgânica. O rendimento do produto orgânico é menor que o rendimento do produto bombado com fertilizantes que “defendem e ajudam a planta a crescer”. Pois isso, muitas vezes, algumas autoridades, para compensar a perda econômica, dão subsídios para que os produtores orgânicos possam competir no mercado.

A competência para fiscalizar a extração madeireira, antes do governo federal, passou a ser dos governos estaduais com a Lei de Gestão de Florestas Públicas de 2006, o que acabou por se tornar um desastre, a despeito da proposta ser bastante avançada, com a criação de créditos e a visão da sustentabilidade. O entrave pela transferência de responsabilidade do governo federal para os governos estaduais, propiciou falhas graves no processo de fiscalização, ampliando a devastação, em vez de freá-la.

Conforme explica a Coordenadora do Greenpeace, Marina Lacorte, uma área equivalente a 64 mil campos de futebol fora desmatada de forma criminosa entre 2006 e 2012. E para piorar, em muito, a situação, quase toda essa ilegalidade recebeu ok do governo que facilitou os créditos de madeira, contribuindo para a lavagem ilegal da atividade que acabava recebendo um documento, o Certificado de Extração, para a exportação do produto.

Em 2014 o Greenpeace esteve pessoalmente, o que é uma característica da organização, para monitorar a rota dos caminhões madeireiros no Pará, maior produtor e exportador de madeira nativa serrada, seguido do Mato Grosso. Verificou-se que nenhuma das áreas paraenses exploradas, possuía autorização para o corte.

A situação é muito ruim. O desmatamento prejudica a maior biodiversidade em floresta tropical no mundo, incluindo os índios, donos do nosso país, e contribui para o aquecimento global. Sendo que a atividade até poderia ser sustentável e gerar riqueza e desenvolvimento local, é hora de cobrarmos mais de nossos governantes para um futuro melhor para as gerações que virão. Chega de Madeira Ilegal!

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Fonte foto: greenpeace.org




Redação greenMe

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