Mudança climática e aquecimento global: os pobres sofrerão mais


Por causa da mudança climatica, retirar parcelas da população mundial da miséria absoluta pode se tornar impossível. É o que se constata através do novo relatório do Banco Mundial.

O texto contempla as consequências do aquecimento global em três áreas:

* Oriente Médio e o Norte da África;

* América Latina e Caribe;

* Europa Oriental e Ásia Central.

O Banco Mundial afirma que esses pontos da Terra já estão sentindo os efeitos do aquecimento de 0.8ºC, em relação às temperaturas da era pré-industrial.

Caso o nível de temperaturas se eleve em até quatro graus até o fim do século XXI, ondas de calor sem precedentes, podem afetar a ampla maioria do Oriente Médio, do Norte africano e da América Latina, nas décadas posteriores. Toda essa diferenciação no clima pode afetar até 70% da produção agrícola dessas regiões – que terão 1/3 a mais de risco de inundações.

Não só o cenário problemático dificulta a ascensão das pessoas, como ainda leva mais e mais grupos a se tornarem miseráveis devido a processos de migração, e aumenta o risco de conflitos – por água, alimentos etc. Atualmente, dos 7 bilhões de pessoas na Terra, 1.2 está na linha da pobreza extrema.

Infelizmente, o Banco Mundial ainda acrescenta que certos impactos negativos da mudança do clima podem estar próximo ao inevitável, já que o mundo está “condenado” a um aumento de temperatura – comparado à era pré-industrial – de 1.5ºC. Mesmo ações que tentarem reverter esse processo, não lograrão sucesso.

Análise da América Latina e Caribe

O posicionamento do relatório sobre a região em que o Brasil está, é igualmente preocupante.

As mudanças do clima – que já vêm sendo amplamente sentidas nesses países – se caracterizam por elevações de temperatura, secas e inundações em diferentes áreas. Com a complexificação do quadro, os locais de seca ficarão ainda mais secos e as partes mais úmidas, inundarão ainda mais constantemente – em um aumento de 20% nas cheias.

A costa do oceano Pacífico e o Sul do Brasil testemunharão chuvas muito intensas, mais frequentemente; o que elevará riscos de deslizamentos de terra, que assolarão as partes mais pobres e rurais.

O aquecimento, além disso, também será catastrófico para as áreas de neve e geleira, do Sul da América Latina. 90% da Cordilheira dos Andes pode ser perdida em um mundo que tenha uma elevação de calor da ordem de 2ºC e 100% em uma ascensão de 4º C.

Outros ícones dessa área também estão sob ameaça. A pesca tropical deve reduzir-se dramaticamente, com somente 2º C de aquecimento. Os danos a recifes de corais, devido à acidificação de oceanos irá abalar a renda gerada a partir do turismo. A Floresta Amazônica tem se degradado e pode perecer totalmente, se o aquecimento se tornar mais agressivo, tornando-se uma fonte de carbono e não mais um filtro, em anos mais quentes, e, assim, acelerará o processo de mudança do clima.

Os meses de verão em países da América Central e Colômbia, Equador e Peru tenderão a ser os mais quentes desde 1951. Essa percepção de calor será piorada para quem habita os centros urbanos.

A segurança alimentar estará sob total risco e fenômenos climáticos como o temível El Niño tendem a se tornar mais intensos e comuns. Áreas costeiras terão impacto com a elevação do nível dos mares e tempestades intensas. O Caribe, nesse cenário, é onde a ameaça é mais flagrante, já que a maior parte da população vive na costa, por se tratar de um arquipélago.

Um planeta totalmente vulnerável ao clima

O relatório do Banco Mundial ainda aponta o quanto as diversas regiões do planeta Terra estão, cada qual a seu modo, vulneráveis ao aquecimento e transformações do clima. Sem quaisquer medidas imediatas de mitigação desses efeitos, os impactos serão da ordem dos 4ºC e o resultado para a vida no planeta será desastroso.

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Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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