Mesmo com riscos, consumo de fertilizantes no Brasil só aumenta


O Brasil, que já importa ¾ dos fertilizantes dos quais necessita, corre o risco de ter de aumentar, anualmente, ainda mais esse tipo de aquisição, se não der início a uma política séria de investigação de riscos e de investimento na produção nacional dessas substâncias. Essa é a opinião de especialistas da BrasilFert, criada pela Embrapa, para justamente se aprofundar em pesquisas sobre fertilizantes.

Muito provavelmente a esquiva nacional em se discutir esse tema mais seriamente se deve ao fato de que a produção de fertilizantes demanda um volume de recursos muito alto, tanto em sua mineração, quanto em sua fabricação.

Em suma: das 32 milhões de toneladas de fertilizantes que são consumidas no país, somente 10 são produzidas localmente. Em 2010 chegou a ser elaborado um Plano Nacional de Fertilizantes, mas ainda não saiu do papel.

O Ministério da Agricultura aponta que ainda há a possibilidade de implantação do Plano Nacional de Fertilizantes, ou da elaboração de um novo documento. Preocupação válida, já que somos o quarto consumidor mundial de fertilizantes.

Outro dado , apontado pela FertBrasil que complica o panorama é o desperdício, que chega ao nível de 40%. Nesse caso, o desafio é buscar zerar a perda do material.

Fertilizantes são prejudiciais ao meio ambiente?

Para responder a essa questão, precisamos recuar um pouco e definir o que são fertilizantes. Fertilizantes ou adubos (sintéticos ou orgânicos) são qualquer tipo de substância aplicada no solo ou nas folhas das plantas para prover um ou mais nutrientes essenciais ao crescimento das plantas.

Fertilizantes químicos

Quando químicos, muitas vezes são desenvolvidos em laboratórios e feitos à base de petróleo. O uso destas substâncias tem permitido aos agricultores e jardineiros de todos os tipos (agricultores, grandes ou pequenos), exercerem um maior controle sobre as culturas as quais desejam acelerar o crescimento. Por isso, enriquecem o sistema com nutrientes e aplicam os defensivos para impedir o ataque de pragas e doenças.

Respondendo à questão do meio ambiente, temos que refletir que esses benefícios não vieram de graça. Os custos ambientais da poluição são pagos pela maioria dos nossos córregos, rios, lagoas e até mesmo áreas costeiras, uma vez que tais substâncias químicas sintéticas escoam para as águas próximas, por meio das chuvas.

Quando o excesso de nutrientes de todo o fertilizante vai para as nossas vias navegáveis, causam proliferação de algas, por vezes, grande o suficiente para tornar as mesmas, intransitáveis. Quando as algas morrem, vão para o fundo e se decompõem em um processo que remove o oxigênio da água. Peixes e outras espécies aquáticas não podem sobreviver nessas chamadas “zonas mortas”, e assim morrem ou migram para outros ambientes subaquáticos.

Fontes alternativas de fertilizantes

Há uma série de fontes de nutrientes que não são utilizadas, em larga escala, na indústria por conta das limitações de tecnologia. Uma das mais interessantes é a chamada, cama de frango, por meio da qual se explora o material orgânico depositado no fundo dos criadouros, como adubo. Isso poderia ser aproveitado, até mesmo porque a Política Nacional de Resíduos Sólidos exige que esse material tenha uma destinação alternativa ao meio ambiente.

Seguindo esse modelo, muitos outros materiais orgânicos poderiam ser utilizados para a adubação; o que já serviria para uma pequena redução, da ordem entre 10% e 20%, das importações de fertilizantes.

Evento para discutir o tema

Será realizado, na capital fluminense, a partir de hoje, o Congresso Mundial de Fertilizantes. Mesmo estando em sua 16ª edição, é a primeira vez que será sediado no Brasil. 350 especialistas de todas as partes do planeta estarão colocando temas como a inovação tecnológica e a ciência dos fertilizantes em pauta.

Colaborou: Daniela Vitti, Engenheira Agrônoma, Doutora em Ciências pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – USP.

Fonte foto: overseasagro.com




Redação greenMe

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